Cidade de São Paulo |
Por Júlia Contarelli
Saindo da minha aula de Estatística na University of North Texas, me deparei com um menino usando uma camisa do São Paulo. Naturalmente já chamei a atenção dele e para minha felicidade, ele respondeu em alto e bom português. Ele era definitivamente paulista.
Moro no Texas a três anos e pela primeira vez me deparo com alguém de SP, minha cidade querida. Ele me chamou para tomar uma cerveja, como um bom paulista. Sou menor de idade aqui, então essa idéia foi por água abaixo, fomos comer.
Agora não me entenda mal, sou feliz aqui e minha vida é ótima, mas esse encontro com ele me fez perceber que me falta algo. A energia de um brasileiro é algo que muitos americanos não entendem. Falamos alto, gesticulamos muito, sim fazemos tudo isso, mas o paulista tem um toque a mais, o vocabulário.
O almoço foi muito bom, me encheu de vontade de vida. Conversamos sobre tudo e mais um pouco, usamos as nossas expressões e gírias tão queridas, rolou aquela conversa gostosa que eu tinha saudade e nem sabia. Demos muito risadas da tradução de gírias quando para inglês. “Mano do céu” nos fez gargalhar.
Esse encontro me fez lembrar da saudade do português da minha cidade. Esse sentimento já estava adormecido e colocado de lado. Sinto falta dessa liberdade com as palavras, de um jeito engraçado, um jeito relaxado.