Um musical genuinamente brasileiro, uma viagem pelas histórias e ruas do Rio de Janeiro no início da reforma urbanística de Pereira Passos. Assim pode ser descrito o livro Bilac vê estrelas, de Ruy Castro, que se transforma em comédia musical pelas mãos de Heloisa Seixas e Julia Romeu, com direção de João Fonseca. Assinando a trilha, Nei Lopes, grande pesquisador da música brasileira e autor de algumas das letras mais deliciosas do repertório nacional, compôs nada menos do que 15 músicas inéditas especialmente para o espetáculo, que entra em cartaz no Espaço Promon a partir de 29 de maio.
“Bilac vê estrelas é um musical brasileiro, de verdade! Além de ambientado no Rio, ele traz composições, feitas, letra e música, por Nei Lopes (e mais brasileiro e carioca do que ele, impossível!)”, exalta Heloisa Seixas.
A história se passa no início do século XX, em plena Belle Époque carioca, e apresenta personagens históricos como o poeta Olavo Bilac (André Dias) e o jornalista José do Patrocínio (Sergio Menezes), em uma trama cômica que mistura ficção e realidade, onde os dois amigos têm que enfrentar a cobiça de uma espiã portuguesa (Amanda Acosta), que se alia ao Padre Maximiliano (Caike Luna), interessados no projeto de um dirigível, criado por Patrocínio. O elenco conta ainda com Alice Borges (atriz convidada), Reiner Tenente, Jefferson Almeida, Saulo Segreto, Gustavo Klein e Andrea Dantas, Claire Nativel e Augusto Volcato.
Para acompanhar as aventuras dos personagens pelas ruas do Rio e por cenários clássicos da cidade, como a Confeitaria Colombo, Nei Lopes compôs xotes, valsas, lundus, quadrilhas francesas, maxixes, fados, modinhas e até ária de ópera. Ele atendeu a um convite do próprio Ruy Castro e teve como base o texto da peça e uma sinopse das músicas escrita pelas autoras. “Tentamos pensar em temas que achávamos ter a ver com ele, e as letras saíram ainda mais incríveis do que havíamos imaginado”, celebra Heloisa.
Primeiro romance de Ruy Castro, Bilac vê estrelas foi lançado em 2000. Em 2007, ele publicou Era no tempo do rei, que também deu origem a um musical, com o mesmo time: direção de João Fonseca e texto de Heloisa Seixas e Julia Romeu. O fato de já ser o segundo projeto de adaptação facilitou o trabalho. “Foi muito mais simples. As únicas dificuldades foram aquelas inerentes a qualquer transposição de literatura para teatro. Tivemos que cortar alguns personagens, transformar cenas e tomar liberdades com a trama do livro. Era preciso também ter em mente que a peça seria um musical, o que, é claro, tem um ritmo próprio”, pondera Heloisa, que assegura que Ruy Castro não participou da adaptação. “Tomamos muitas liberdades e, por isso, achamos que era melhor ele só ver o resultado final”, brinca.
A parceria das autoras fluiu naturalmente. “Escrevemos juntas quase o tempo todo, trocando ideias, mas, às vezes, cada uma leva o texto para casa, relê e faz sugestões. Ninguém é responsável exclusivamente por uma parte, mas a Heloisa fica mais a cargo da estrutura da peça e eu, dos diálogos”, explica Julia. A adaptação demorou dois anos e a pesquisa foi muito além do romance que inspirou o espetáculo. “Não apenas lemos o livro, mas mergulhamos na obra do Bilac, em seus poemas e crônicas, e estudamos muito o Rio do início do século XX. Essa época é muito charmosa e tem paralelos com o momento que estamos vivendo agora, de intensas mudanças na cidade”, acrescenta.
A direção musical é assinada por Luis Filipe de Lima. A ficha técnica se completa com Carol Lobato (figurinos), Nello Marrese (cenário), Sueli Guerra (coreografia), Daniela Sanchez (iluminação), em uma produção da Tema Eventos Culturais. A banda é formada por Daniel Sanches (piano), Oscar Bolão (bateria) e Jorge Oscar (baixo). O espetáculo tem patrocínio da Banco do Brasil Seguridade.
Descrição dos Personagens Principais:
OLAVO BILAC
O poeta Olavo Bilac, figura central da peça, estava no auge da fama no período em que a ação se passa. Vaidoso, usa um pince-nez para disfarçar a vesguice. Todos os dias é visto na Confeitaria Colombo e seu Rio é um Rio afrancesado, onde todos vivem uma Belle Époque tropical. Estamos em 1903 e o Prefeito do Rio, Pereira Passos, está transformando a cidade em uma metrópole moderna. Bilac é assediado pelas mulheres e admirado pelos intelectuais por seu talento, e muito fiel ao amigo José do Patrocínio, a quem buscará ajudar no sonho de construir um balão. Mas há também quem o inveje, como é o caso de um dos vilões da história, o Padre Maximiliano.
PADRE MAXIMILIANO
Metido a poeta – daí a inveja que sente de Bilac –, o Padre Maximiliano é um bandido disfarçado e há mesmo quem desconfie de que sua batina é de mentira. Irritadiço, violento e radical, Padre Maximiliano é capaz de tudo para conseguir seus objetivos. Sedutor, tem por cúmplice uma linda portuguesa, Eduarda Bandeira, que está no Brasil com péssimas intenções: ela e Padre Maximiliano querem roubar os planos do balão que José do Patrocínio está construindo.
EDUARDA BANDEIRA
A linda portuguesa Eduarda Bandeira, cuja chegada ao Rio provoca grande frisson – principalmente entre os homens –, é cúmplice do Padre Maximiliano na tarefa de roubar os planos do balão de José do Patrocínio. Para isso, ela pretende usar todo seu poder de sedução, incluindo a técnica de pompoarismo, que aprendeu com um amante na Itália. Para atingir seus objetivos, ela tenta seduzir Bilac, mas dá com os burros n’água.
JOSÉ DO PATROCÍNIO
O grande abolicionista José do Patrocínio, ou Zé do Pato, como é também conhecido, é um homem sonhador. Com a ajuda de Santos-Dumont, com quem se corresponde, está construindo um balão dirigível, em um hangar no Engenho de Dentro. Patrocínio leva seu amigo Bilac para visitar o hangar e o poeta se deslumbra, prometendo que fará tudo para ajudá-lo a angariar fundos para terminar o projeto. Mas Padre Maximiliano fica sabendo da história e, com a ajuda de Eduarda, decide roubar os planos do balão, a fim de vender para os americanos.
"Composições inspiradas, com letras inteligentes. Um trabalho irretocável". "Ótimo".
Macksen Luiz, O Globo
"Há muito se tenta fazer um musical brasileiro com essa categoria. Vocês conseguiram".
Herminio Bello de Carvalho, compositor
"Quinze canções novas, não menos do que excelentes". "O público sai cantarolando".
Luiz Fernando Vianna, Folha de S. Paulo
"Um raro exemplar recente de musical de fato brasileiro". "Adorável".
Rafael Teixeira, Veja Rio
"O espectador é transportado para o Rio da Confeitaria Colombo e da Rua do Ouvidor".
Daniel Schenker, O Estado de S. Paulo
“Dá vontade de assistir todos os dias!”
João Roberto Kelly, compositor
BILAC VÊ ESTRELAS
Espaço Promon (303 lugares)
Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1830 - Itaim
Bilheteria: 3071.4236
Vendas - 4003-1212 www.ingressorapido.com.br
Bilheteria: quartas e quintas, das 14h às 20h. Sexta a domingo das 14h até o início do espetáculo. Aceita todos os cartões de crédito e debito. Estacionamento conveniado no local, R$ 20.
Sexta e Sábado às 21h | Domingo às 18h
A partir de 13 de Junho: sábados às 18h e 21h
Ingressos: R$ 60
Duração: 100 minutos
Recomendação: 12 anos
Estreia dia 29 de Maio
Temporada: até 26 de Julho