A partir do dia 28 de maio, será aberta, no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, a exposição “João Turin – Vida, Obra, Arte”, mostra que destaca a genialidade com a qual criou o escultor brasileiro João Turin (1878-1949). A exposição foi vencedora do prêmio Paulo Mendes de Almeida, concedido pela Associação Brasileira dos Críticas de Arte, na categoria ‘melhor exposição de 2014’.
Depois de ter batido recorde de visitação no período em que esteve no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, onde recebeu 266 mil pessoas, a mostra, que tem a curadoria de José Roberto Teixeira Leite, inicia sua itinerância pelo Rio de Janeiro, cidade que foi marcante na trajetória do artista. Após passar uma temporada na Europa, entre 1914 e 1922, onde estudou na Academia de Artes de Bruxelas, na Bélgica e, depois de formado, viveu em Paris, Turin retornou ao Brasil. Alocando-se em Curitiba, o escultor viajava constantemente ao Rio de Janeiro, onde foi premiado, no Salão Nacional de Belas Artes, em duas ocasiões: a primeira em 1944, quando recebeu a medalha de prata com a escultura “Tigre esmagando a Cobra” e a segunda três anos depois, com a onça “Luar do Sertão”, com a qual ganhou a medalha de ouro.
As referidas esculturas ornamentam, até hoje, a Praça General Osório e a Quinta da Boa Vista, respectivamente. Outras contribuições de Turin ao Rio de Janeiro são o busto do Barão do Rio Branco, no Jardim do Méier e o busto Emílio de Menezes, no Largo do Machado.
Trajetória – natural de Porto de Cima, município serrano paranaense, João Turin mostrou, desde a infância, interesse pelas artes. Graças ao apoio do governo local, conseguiu uma bolsa que viabilizou a sua ida à Bélgica, onde ingressou na Academia de Artes de Bruxelas, em 1914, e destacou-se pelo seu trabalho com anatomia humana e animal. Depois de formado, o brasileiro seguiu para Paris em busca de trabalho, e na cidade foi contemporâneo de grandes personalidades, como Auguste Rodin, Picasso, Modigliani, Mondrian, Chagall, Matisse, Rilke, Jean Cocteau, Victor Brecheret, entre outros. Após enfrentar os anos de guerra na França, o artista retornou ao Brasil, onde viveu os anos mais criativos de sua carreira, imortalizadas em bronze. João Turin faleceu em 1949 e deixou um acervo completo de moldes em gesso.
Exposição – buscando mostrar as facetas mais marcantes de Turin, mais de 80 peças do artista estarão no MNBA. Entre as obras, as que lhe consagraram como um dos principais escultores animalistas brasileiros: as já conhecidas do público carioca Luar do Sertão e Tigre esmagando a cobra, além de Marumbi, Onça à espreita e mais 24 felinos. Os visitantes também poderão admirar de perto o ‘Frade’, escultura escolhida pelo governo brasileiro para presentear o Papa Francisco em sua visita ao Brasil em 2013, o que coloca João Turin entre os raríssimos artistas brasileiros presentes no Museu do Vaticano.
A mostra também trará uma verdadeira relíquia: uma Pietá, feita em 1917, para a Igreja de Saint Martin, em Condé-sur-Noireau, na Baixa Normandia, França. Mesmo depois da região ter sido severamente bombardeada e a Igreja de Saint Martin, com mil anos de história, seriamente danificada, a escultura permaneceu intacta. A temática indígena, fortemente presente na obra do escultor, estará muito bem representada. Entre as esculturas, o destaque é o Índio Guairacá, com 1,23m de altura, empunhando seu arco e flecha ao lado de um lobo
Os visitantes também poderão admirar os desenhos de Turin, os quais também serviram de inspiração para as esculturas criadas. Integra também a exposição um exemplar do livro biográfico que leva o mesmo nome da exposição. Escrito por Teixeira Leite, o livro foi o vencedor do prêmio Sérgio Milliet na categoria melhor livro de arte de 2014, premiação concedida pela ABCA.
A exposição tem o diferencial que todas as obras poderão ser tocadas pelos visitantes, pois o artista deixou expresso, em manuscrito, o desejo de que suas criações pudessem ser sentidas com as mãos.
Sobre o curador - José Roberto Teixeira Leite dedica sua vida à arte e mantém um rico currículo: professor universitário de História da Arte no Brasil, lecionou em instituições de renome como a UFRJ, Universidade Gama Filho, Instituto de Artes do Rio de Janeiro e Universidade Estadual de Campinas; pesquisador, fez a crítica de arte em grandes veículos da imprensa como jornal O Globo, Folha de São Paulo, revista Bravo! e Veja; curador de inúmeras exposições no Brasil e no exterior, autor colaborador de mais de 30 livros, diretor do Museu Nacional de Belas Artes (1961-1964), exerceu cargos na Associação Brasileira de Críticos de Arte por diversas vezes, membro do Conselho de Orientação da Pinacoteca do Estado de São Paulo de 1989 a 2010.
Serviço:
Exposição “João Turin – Vida, Obra, Arte”
De 28 de maio até 2 de agosto de 2015
MNBA: Avenida Rio Branco, 199 – Cinelândia
Ingresso: R$ 8,00 inteira, R$ 4,00 meia e ingresso família(para até 4
membros de uma mesma família) a R$ 8,00. Grátis aos domingos.
TEL: (21) 3299-0600 – Metrô Cinelândia