Carioca de Copacabana, nascida em 1935, Norma Bengell começou sua carreira artística como manequim na Casa Canadá, até que seu charme e carisma a levaram aos palcos do Teatro de Revista. Num espetáculo, quando
ainda dançava nas últimas fileiras, foi assistida por Carmen Miranda, que prenunciou: “Menina, desta turma toda, você é quem vai ser uma grande estrela”.
A profecia rapidamente se cumpriu. Norma Bengell estreou no cinema ao lado do grande Oscarito, em O Homem do Sputnik. Das chanchadas da Atlântida Cinematográfica, Norma passou para as telas do Cinema Novo, onde escandalizou ao aparecer nua em Os Cafajestes, e pegou sua primeira passagem para Cannes, com o elenco de O Pagador de Promessas. Da França, Norma voou direto para Itália, onde atuou com o renomado diretor Alberto Lattuada,manteve um tórrido affair com o ator Alain Delon e encenou mais de uma dezena de filmes. De volta ao Brasil,ela teve um papel de destaque na bossa nova e nas manifestações de 1968. Lutando contra a ditadura, acabou no exílio, em Paris.
Na França, encenou Marivaux, marcou presença no Théâtre National Populaire e foi condecorada pelo então presidente François Mitterrand. Mas Norma gostava mesmo era do Brasil. De volta ao país de origem, deixou para trás o papel de sex symbol e, nos anos 1980, reivindicou o posto de diretora de cinema também para mulheres ao lançar seu primeiro longa,
Eternamente Pagu.
Nos anos 1990, tomou a dianteira no processo de retomada do cinema brasileiro, que agonizava, ao bater na porta do gabinete dos presidentes Fernando Collor e Itamar Franco para brigar por financiamentos e pela
aprovação da Lei Rouanet. O que esperar da obra lançada pela nVersos Editora, com uma história de
vida como esta? Tudo!
Sobre Norma Bengell
Norma Bengell nasceu em 1935, no Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira como modelo e vedete, depois se tornou atriz, atuou em filmes como Os Cafajestes (1962) e O Pagador de Promessas (1962), no Brasil, e em Il Mafioso (1962), La Constanza Della Ragione (1964), entre muitos outros, na Europa, e também no teatro francês. Cantou, lançou o disco Ooooooh! Norma, em 1959, e fez minisséries na TV Globo, como Partido Alto (1984). Foi ainda diretora de filmes como Eternamente Pagu (1988) e O Guarani (1996). Norma teve papel decisivo para o Cinema Novo brasileiro no início dos anos 1990.