Informes - GERAIS

Metilprednisolona injetável genérico é lançado no Brasil e promete ampliar o acesso a terapias

27 de Novembro de 2023

Desenvolvido com padrões internacionais, o medicamento é uma alternativa ao Solu-Medrol e representa um marco para o setor farmacêutico nacional.

O Brasil lançou o primeiro genérico injetável de Succinato Sódico de Metilprednisolona, considerado um avanço importante para o acesso a tratamentos de alta complexidade. Bioequivalente ao Solu-Medrol®, da Pfizer, o medicamento foi desenvolvido de modo a atender integralmente às exigências de entidades que regulam a produção de medicamentos, como Anvisa, USP e Farmacopeia Europeia.

Renata Zuvela Pera
 

O fármaco é indicado para o tratamento de diversas condições inflamatórias, autoimunes e oncológicas. E, por ser um corticosteroide de uso parenteral (ou seja, aplicado por meio de injeções), sua formulação exige atenção redobrada a aspectos como controle de impurezas, estabilidade do princípio ativo e compatibilidade com sistemas de envase, o que eleva o grau de complexidade de seu desenvolvimento.

Uma das profissionais que esteve à frente desse processo foi a farmacêutica Renata Rodrigues Macedo Zuvela Pera, especialista em pesquisa e desenvolvimento farmacotécnico com mais de nove anos de experiência. Renata participou de todas as etapas técnicas do projeto, desde a seleção do insumo farmacêutico ativo (IFA), fornecido pela Biofer (Itália), até a realização dos testes de estabilidade e equivalência farmacêutica, assegurando segurança, eficácia e qualidade do produto final.

Com passagens por empresas como Blau Farmacêutica, Sanofi e Baldacci, Renata é reconhecida por sua atuação no desenvolvimento de medicamentos genéricos e similares de alta complexidade. Ao longo de sua trajetória, esteve envolvida em projetos fundamentais para o portfólio de medicamentos hospitalares no Brasil.

A especialista destaca que este lançamento representa mais do que uma vitória técnica: é um exemplo do potencial da indústria farmacêutica nacional. “O Brasil tem capital intelectual, estrutura regulatória robusta e profissionais altamente qualificados. Temos, sim, capacidade para desenvolver medicamentos com excelência técnica, mas precisamos investir de forma contínua em pesquisa, inovação e formação de equipes especializadas para consolidar essa autonomia”, avalia.

Ela também ressalta que o acesso a terapias eficazes e seguras, como a Metilprednisolona injetável, só será sustentável a longo prazo se o país adotar uma política industrial que valorize a ciência e a inovação. “Quando investimos em desenvolvimento de tecnologias dentro do Brasil, ganhamos independência, reduzimos custos e ampliamos o acesso. O impacto vai além do setor farmacêutico — ele atinge diretamente a saúde pública”, lembra.

Na avaliação de Renata Zuvela Pera, o desenvolvimento do Succinato Sódico de Metilprednisolona genérico, que teve sua participação direta, bem como o posterior lançamento do fármaco no mercado, representam um verdadeiro marco tecnológico para a indústria farmacêutica brasileira, demonstrando o potencial do país em avançar nesta área e ampliar o acesso da população à saúde.

Comentários
Assista ao vídeo