Plataforma inclui em seu catálogo mais sete filmes que abordam a arte, a diversidade e os desafios da população LGBTQI+. Entre os destaques, um documentário sobre a escritora Cassandra Rios (1932-2002), pioneira na abordagem da lesbianidade na literatura, e um romance entre duas jovens nos escombros da cidade de São Paulo. Também fica disponível Copacabana mon amour, filme de Sganzerla considerado uma das mais radicais experiências do cinema brasileiro na época da ditadura
A partir de 29 de julho (sexta-feira), a plataforma de streaming do cinema e audiovisual brasileiro Itaú Cultural Play
Dirigido por Hanna Korich, em 2013, Cassandra Rios: a Safo de Perdizes é um documentário que mergulha na vida e legado da primeira autora brasileira escrever sobre o universo LGBTQIA+. Com ênfase nas histórias de mulheres e de sua liberdade sexual, as obras dela venderam mais de um milhão de exemplares, nas décadas de 1960 e 1970, e 36 de seus livros foram apreendidos pela censura. Depoimentos de amigos, familiares e fãs mostram, nesse filme, um panorama completo sobre a importância da autora na luta contra o preconceito.
No curta Trópico de Capricórnio, de 2020, Juliana Antunes é a autora e a personagem da própria história. Com falas em primeira pessoa, a diretora mostra fotos e vídeos de sua infância com familiares e paqueras da adolescência, que documentam seu reconhecimento como mulher lésbica. Com narrativa bem-humorada e filmagem caseira, ela retrata os costumes da década de 1990, traça o panorama mais íntimo de sua vida e transforma esses registros em um processo de autoconhecimento capaz de empoderar outras mulheres.
Com direção de Bruna Barros e Bruna Castro, também em 2020, À beira do planeta mainha soprou a gente é um curta-metragem que mostra uma história de afeto entre duas mulheres e suas mães. Exibido no Festival de Brasília em 2020, o filme foi finalista do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, no ano seguinte. Por meio de autorretratos, imagens de arquivo pessoal, pequenos recitais e monólogos, o documentário faz uma reflexão sensível e emocionante sobre identidade lésbica, afeto familiar e reconhecimento.
No filme A felicidade delas, dirigido por Carol Rodrigues em 2018, o encontro amoroso entre duas pessoas negras apresenta um retrato do preconceito e da luta das mulheres pelo direito de existir. Após participarem de uma manifestação pacífica no Dia Internacional das Mulheres, o casal e outras participantes são repreendidas pela polícia. Entre sirenes e balas de borracha, elas se refugiam em um local abandonado.
Outro curta-metragem que faz um manifesto sobre as mulheres e a liberdade de seus corpos, Fragmentos, de 2017, é dirigido pelas cineastas Karen Antunes, Nyandra Fernandes e Viviane Laprovita. Reunido pelos ritmos de matriz africana e da música eletrônica, o filme mostra a intimidade de uma mulher negra e uma branca que se amam, independente dos seus corpos não acompanharem os padrões impostos pela sociedade.
Ficção e realidade se misturam no curta-metragem Minha história é outra, de Mariana Campos. Realizado em 2019, é construído a partir de diálogos e imagens que discutem a violência racial e a identidade de gênero. O filme revela o cotidiano de dois grupos de mulheres negras e lésbicas que vivem no Morro da Otto, em Niterói. Em um debate sobre o controle social do amor e como ele pode se realizar em cenários de repressão, a estudante de direito Leilane apresenta os desafios e possibilidades de construir uma jornada de afeto com sua companheira Camila.
Primeiro curta-metragem de Julia Katharine, Tea For Two, de 2018, é uma comédia dramática que se desenvolve em torno de um triângulo amoroso entre duas mulheres e uma trans. O filme acompanha a história de Silvia, uma cineasta de meia-idade em crise com sua vida pessoal e profissional. Na mesma noite em que é surpreendida pela visita da ex-esposa, que a largou há alguns anos, ela conhece uma mulher trans que a fascina.
Copacabana de Sganzerla
Conhecido por sempre buscar a transgressão em suas obras do cinema brasileiro contemporâneo, até se tornar uma referência latente no contexto do filme experimental internacional, Rogério Sganzerla é um dos responsáveis por reposicionar a cinematografia nacional para o mundo.
Foi assim com Copacabana mon amour , uma das mais radicais experiências do cinema brasileiro nos anos 1970, década mais sombria da ditadura, quando foi realizado. Chanchada, tropicalismo e o espírito da contracultura formam o contexto desta produção registrada nas ruas e morros do bairro mais famoso do Rio de Janeiro. Na história, Sônia Silk, interpretada por Helena Ignez, quer ser cantora da Rádio Nacional e se entrega aos turistas em Copacabana. Seu irmão, um médium em farrapos, é empregado de um burguês e apaixona-se perdidamente pelo patrão. Enquanto isso, um malandro aplica golpes na Avenida Atlântica.
O acesso à plataforma de streaming Itaú Cultural Play é gratuito e pode ser feito por dispositivos móveis IOS e Android, e pode ser acessada pelo site www.itauculturalplay.com.
SERVIÇO:
Itaú Cultural Play – Novos lançamentos
29 de julho de 2022 (sexta-feira)
Em www.itauculturalplay.com.br
MOSTRA TODOS OS GÊNEROS - CULTURA LÉSBICA
Cassandra Rios: a Safo de Perdizes (2013)
De Hanna Korich
Duração: 62 minutos
Classificação indicativa: 12 anos (linguagem imprópria e violência)
Trópico de Capricórnio (2020)
De Juliana Antunes
Duração: 13 minutos
Classificação indicativa: 14 anos (conteúdo sexual e medo)
À beira do planeta mainha soprou a gente (2020)
De Bruna Barros e Bruna Castro
Duração: 13 minutos
Classificação indicativa: 12 anos (linguagem imprópria)
A felicidade delas (2018)
De Carol Rodrigues
Duração: 14 minutos
Classificação indicativa: 12 anos (conteúdo sexual e medo)
Fragmentos (2017)
De Karen Antunes, Nyandra Fernandes e Viviane Laprovita
Duração: 6 minutos
Classificação indicativa: 12 anos (conteúdo sexual)
Minha história é outra (2019)
De Mariana Campos
Duração: 22 minutos
Classificação indicativa: 14 anos (nudez, drogas lícitas e linguagem imprópria)
Tea for two (2018)
De Julia Katharine
Duração: 25 minutos
Classificação indicativa: 12 anos (drogas lícitas, linguagem imprópria, temas sensíveis)
MOSTRA HISTÓRIAS DO CINEMA BRASILEIRO
Copacabana mon amour (1970)
De Rogério Sganzerla
Duração: 85 minutos
Classificação indicativa: 16 anos (nudez, violência e insinuação sexual)