As comemorações pelo Dia Nacional do Samba, celebrado em dois de dezembro, terá um tempero especial: o lançamento, em DVD, do filme “Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo”, uma coprodução da TV Brasil e da Cinemar Produções, que homenageia um dos mais importantes e populares compositores brasileiros: Noel Rosa. O lançamento também marca o sexto aniversário da emissora pública, gerida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), festejado na mesma data.
O lançamento acontece a partir das 17h30, na livraria Folha Seca, localizada num endereço que é reduto de apreciadores do samba de raiz, a Rua do Ouvidor, 37. Embalando os convidados, sambas de Noel interpretados pela cantora Marina Iris, que tem forte ligação com o gênero. Estarão presentes o diretor do filme, Dácio Malta, o produtor Roberto Faissal, a cantora Mariana Baltar, que interpreta a canção de abertura da obra, e representantes da TV Brasil.
“Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo” é originário da série homônima que homenageou o centenário de nascimento de Noel, cujos cinco episódios foram ao ar na TV Brasil em 2010. A reportagem destaca a obra do compositor, morto aos 26 anos de tuberculose, e que compôs, em sua curta carreira, 227 músicas, a maioria delas sambas, alguns considerados verdadeiras obras-primas. Noel já foi gravado pelos mais notáveis intérpretes da MPB, sendo que algumas de suas músicas, como “As Pastorinhas", conta hoje com cerca de duas centenas de gravações.
Dácio Malta estava escrevendo um espetáculo sobre o centenário de Noel e foi daí que surgiu a ideia do documentário que originou a série de cinco episódios exibida na TV. Segundo ele, guardada a modéstia, o documentário é definitivo porque, quando foi feito, em 2010, não tinha nenhum contemporâneo do Noel vivo. Tudo foi de arquivo. “Eu acho que o documentário sobre a vida e obra de Noel é definitivo. Quando fiz, já não tinha nenhum contemporâneo do Noel. Usei muita coisa de arquivo. Mesmo se alguém fizer vai ser impossível encontrar alguma coisa nova de Noel”, explica Dácio.
A produção reuniu mais de 60 horas de gravações, além de outras dezenas de arquivos sonoros, fotos, partituras e originais de Noel. Resultado de 20 meses de pesquisa, foi realizada em apenas seis semanas. No filme, expoentes da MPB, como Caetano Veloso e Zeca Pagodinho, entre outros, confessam a importância de Noel em suas vidas.
Além das gravações de Zé Renato, que é o diretor musical do filme, de Mariana Baltar, e dos entrevistados, foram utilizadas imagens de arquivos da TV Brasil, TV Cultura, TV Globo, Cinemateca Brasileira, Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional e Fundação de Artes Alves Penteado. Oito das músicas do documentário são paródias – uma faceta de Noel pouco conhecida do público.
O filme
Realizado pelo jornalista Dácio Malta, que também assina o roteiro e a direção geral, o filme tem como produtor Roberto Faissal e direção musical de Zé Renato. Também conta com a participação da cantora Mariana Baltar. O narrador do documentário é o sambista Martinho da Vila, que traz no nome o do bairro imortalizado por Noel.
O filme está dividido em cinco blocos, como abaixo:
O nascimento do poeta: apresenta as interpretações de “Minha viola” (Almirante), “Quando Saímos do Norte (Bando dos Tangarás), “Com que Roupa” (Caetano Veloso e Zeca Pagodinho), “Para Me Livrar do Mal” (Ismael Silva e Cristina Buarque de Hollanda), “De Babado” (Gabriel da Muda e Moacyr Luz), “O Samba não pode acabar” (Monarco), “Onde está a honestidade” (Ivan Lins), “Positivismo (Mariana Baltar), “Filosofia” (Mart’nália) e “Seu riso de criança” (Aracy de Almeida).
O Carnaval e o humor: com as músicas “Gago apaixonado” (João Bosco), “As pastorinhas” (Braguinha), “A-E-I-O-U” (Silvio Caldas), “Pierrot apaixonado”(Zé Renato), “Até amanhã” e “O orvalho vem caindo” (Zé Renato e Mariana Baltar), “De babado” (Roberta Sá), “O galo” (Romulo Gomes), “Roubou mais não leva” (Antonio Nonato), “Capão de estimação” (Mariana Baltar), “A Genoveva não o que diz” (Zé Renato), “Cem mil réis” (gravação original de Noel Rosa), “Barbeiro de Niterói” (Max Nunes), “Faz três semanas” (Henrique Cazes) e “Conversa de botequim” (Doris Monteiro e Zé Renato).
As paixões e as musas: com “Mulher indigesta”, “Prazer em conhecê-lo”, “Três apitos”, “Cor de cinza”, “Dama do cabaré” (Zé Renato), “De babado” (Monarco) e “Você vai se quiser” (João Nogueira).
A polêmica e as intérpretes: com as músicas “Lenço no pescoço”, “Mocinho da Vila”, “Conversa fiada”, “Frankestein da Vila”, “Deixa de ser convencida” (Cristina Buarque de Hollanda), “Rapaz folgado” (Aracy de Almeida), “Feitiço da Vila” e “Palpite infeliz” (Mariana Baltar), “Quando o samba acabou” (Marilia Batista e Alaide Costa), “De babado” (Zeca Pagodinho), “O X do problema” (Angela Rô Rô), “Feitio de oração” (Aracy de Almeida) e “Cem mil réis” (Marília Batista).
A morte o legado: “Não tem tradução” (Caetano Veloso e Zé Renato); “Pela décima vez”, “Fita amarela” e “Belo Horizonte” (Zé Renato), “De babado” (Omar Jubran), “Ao meu amigo Edgar” (Martinho da Vila), “Último desejo” (Dona Canô e Zé Renato) e “Noel, a presença do povo” (carnaval apresentado pela Unidos de Vila Isabel, em 2010).
Serviço:
DVD “Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo
R$ 45,00 (à venda na Livraria Folha Seca)
Lançamento:
Dia 2 de dezembro. A partir das 17h30. Livraria Folha Seca (Rua do Ouvidor, 37 – Centro)