Foram 15 anos de espera até que o jornalista Ricardo Flaitt pudesse lançar seu primeiro livro de poemas. Com apoio do Centro de Memória Sindical e da Central Força Sindical, “O Domesticador de Silêncios”será lançado no sábado, 7 de dezembro, às 14 horas, no Espaço Cult, em São Paulo.
Nascido em São Paulo há 37 anos, Ricardo viveu dos 10 aos 20 na cidade de Mococa, localizada no Nordeste do Estado de São Paulo, distante 290 quilômetros da capital, fazendo divisa com o Sul de Minas Gerais. A cultura “café com leite” do local e a maneira peculiar de seus moradores falarem influenciaram seu modo de compor poemas, e também o levaram a descobrir a literatura na pequena cidade, aos 16 anos, ao conhecer Getúlio Cardozo, decano da poesia local.
“Fiz um poema e mostrei para um amigo e ele me disse que precisava conhecer o pessoal do A Cigarra, jornal de literatura, criado pelos principais escritores da cidade. Ali tive meu primeiro poema publicado e conheci o Getúlio, que foi meu grande mentor e parceiro. Com ele conheci autores como João Guimarães Rosa, Manoel de Barros, Octávio Paz, Rainer Maria Rilke, Gabriel García Marquez e Pablo Neruda, dentre muitos outros, que são minhas principais influências”, afirma Ricardo.
A partir de então, desenvolveu um universo próprio de produção de poemas, marcado sobretudo pela influência roseana da criação de neologismos, a partir da oralidade interiorana. Na sua juventude, compôs poemas presentes em “Domesticador de Silêncios”, como “Cheiros cerzidos”, “Monjolelétrico”, “Varanmundo” e “Ventilador”.
“Na região de Mococa a influência mineira é muito grande e as pessoas falam de maneira rápida, costumam cortar e emendar uma palavra na outra. Isso me chamou a atenção e passou a ser uma maneira de representar meu universo no momento em que escrevi o livro”, afirma Ricardo. Ele havia deixado as faculdades de Letras e Filosofia, que fazia, concomitantemente, nos campus da UNESP, em Assis e em Marília, e voltou a se instalar na cidade de sua infância.
Dessa vivência, nasceram neologismos como suas muitas “conjuminâncias”, sua busca no mais “profundemim”, sua vontade de descobrir objetos e sons como o “trintanar dagulha”, seus “renomeamentos” e “invertebramentos” de palavras e “quimiciriguelas”. As influências vinham não só da literatura, mas também do cinema de Federico Fellini, David Lynch, David Fincher, Godard, Alan Parker, David Lean e Allan Parker.
Com as criações, Ricardo conquistou o Prêmio Literário do Mapa Cultural Paulista, em 2000, promovido pela Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, com o próprio “Domesticador de Silêncios”. Em 2002, obteve nova conquista no Mapa Cultural Paulista, porém agora na Categoria Composição Musical, ao ver seu poema “Meridianos” ganhar os acordes de Kico Zamarian e a voz de Márcia Tauil. Em 2006, foi premiado no concurso literário da Universidade Federal de São João del-Rei.
Atualmente vivendo em São Paulo, Ricardo, que já atuou como assessor de comunicação da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, hoje coordena a área de comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba e caminha para o último ano do curso de História. Também colabora com o site CineZen, escrevendo sobre filmes.
Ficha Técnica
Livro “O Domesticador de Silêncios”, de Ricardo Flaitt
Edição do Centro de Memória Sindical
128 páginas
ISBN: 978-85-66157-05-5
Valor: R$ 20,00
Serviço
Lançamento “O Domesticador de Silêncios” de Ricardo Flaitt
Data: 7 de dezembro – sábado
Horário: das 14h às 17h
Local: Espaço Revista Cult – Rua Inácio Pereira da Rocha 400, Vila Madalena, São Paulo (SP)