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Líderes do crime organizado são transferidos em ação sigilosa

12 de Agosto de 2021

Detentos de facções criminosas são levados para presídios federais

‘’Só no último mês, 4 líderes foram transferidos. Esta ação ocorre desde 2019, onde cerca de 60 líderes do PCC foram transferidos do sistema prisional paulista; novas transferências deste movimento seguirão atualmente em sigilo. A remoção destes líderes faz parte de um conjunto de ações relacionadas à segurança pública – implementadas pelo atual Governo de São Paulo – e tem como objetivo isolar estas lideranças em presídios federais para fazê-los perderem força e influência, além de comprometer a articulação para o cometimento de crimes em uma ação grande; o custo e a dificuldade são maiores, ocasionando a diminuição de crimes mais violentos’’, explica Antônio Pereira, presidente do Sindespe, sindicato que responde pelos agentes de escolta e vigilância penitenciária.

Foto: Pexels

O setor de inteligência – em parceria com o Ministério Público – age preventivamente afim de evitar qualquer situação de risco dentro das unidades prisionais. ‘’Pode-se dizer que houve um golpe temporário para a organização criminosa, pois a liderança foi substituída posteriormente e ainda existe o fato que muitos líderes estão foragidos’’, pontua.

O Presidente do Sindespe ainda explica o funcionamento da facção. ‘’O PCC se estruturou como uma empresa; tem a cúpula nas unidades prisionais onde são recrutados os soldados do crime, há a cúpula relacionada ao tráfico de drogas internacional – cujo os integrantes residem e operam em vários países da América do Sul, como a Bolívia, Paraguai, Colômbia, etc. Há também o núcleo financeiro, responsável pela lavagem de dinheiro, há o setor jurídico, responsável por defender tanto os soldados do crime quantos os líderes em ações judiciais criminais... Enfim, é uma empresa criminosa com vários departamentos que aumentou sua movimentação financeira em 160 vezes, saindo de 6 milhões de reais no ano de 2004 para mais de 1 bilhão em 2020’’, explica.

‘’Praticamente em quase todas as 178 unidades prisionais do Estado, há algum detento ligado ao PCC. Portanto, o próprio trabalho dos agentes, o combate ao tráfico de drogas dentro dos presídios, a modernização dos equipamentos de segurança – como scanner corporal e etc. – levou o Estado de São Paulo a se tornar referência pela quantidade de presos que possui e o número infinitamente pequeno de ocorrências mais graves’’, finaliza.  

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