Produtos como o tecido que inativa o Sars-Cov-2 registram aumento na procura por empresas do setor que querem adotar esse tipo de barreira na operação
O setor hoteleiro avança rumo à retomada de suas atividades após amargar um período difícil por conta da pandemia da Covid-19 - foi uma das atividades mais afetadas pelos reflexos dessa crise sanitária que chegou sem aviso. Após conviver com situações de cancelamento de eventos e suspensão de viagens, tanto corporativas quanto a lazer, o mercado volta a dar sinais de vida.
Segundo dados do "Oferta de Disponibilidade Hoteleira’ divulgado pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), 30,4% dos hotéis ainda fechados pretendem abrir neste mês. Em setembro, esse percentual foi de 25,4%, o que mostra um aumento do ânimo das empresas em voltar às atividades, impulsionadas pela elevação gradual da procura por hospedagens, por conta de uma demanda reprimida e também pela proximidade da chegada da temporada de verão.
Essa reabertura acontece em uma tentativa de tentar reverter o cenário de dificuldades que o setor viveu nos últimos meses e garantir que esse período de final de ano - tradicionalmente bastante próspero para o mercado hoteleiro e turismo - traga de volta o vigor para a atividade no Brasil, que responde por cerca de 8% do PIB.
Com esse movimento, os hotéis se prepararam para adotar todos os protocolos de segurança para receber seus hóspedes e minimizar os riscos de contaminação. E isso impulsionou um aumento pela busca por "produtos anti-Covid", comprovados cientificamente, para aumentar esse cerco contra o vírus.
A exemplo disso, a indústria têxtil Delfim, responsável por produzir um tecido especial - denominado DelfimProtect - que consegue inativar o Sars-Cov-2 em até um minuto e tem essa eficácia comprovada, viu a procura pelo produto disparar, principalmente por empresas fornecedoras de itens para hotelaria. Uma delas, segundo Mauro Deutsch, presidente da Delfim, por exemplo, é uma fábrica que produz capas para travesseiros. "Nós percebemos que os hotéis estão bastante preocupados em adotar barreiras para tornar a hospedagem o mais segura possível e, com isso, atrair de volta o alto movimento de hóspedes. E nosso produto entrega isso", afirma.
Ele ressalta ainda que muitas vezes as equipes dos próprios hotéis têm feito contato direto com a indústria para fazer a compra de tecidos para transformá-los em toalhas, forros de camas e até mesmo capas para espreguiçadeiras de piscinas. "O DelfimProtect tem a possibilidade de ser aplicado em vários locais, o que eleva consideravelmente as alternativas de uso para os hotéis", diz.
Para Mauro, essa tendência de optar por esses produtos deve continuar no setor hoteleiro. "É algo que veio para ficar. As pessoas adotaram esse cuidado e, a partir de agora, esse tipo de ferramenta será fundamental para ajudar os hotéis a oferecer segurança, principalmente com a chegada do final do ano, época em que o movimento nos hotéis aumenta significativamente".
Produtos anti-Covid: além dos tecidos
O plástico filme de PVC virou um dos queridinhos do momento na proteção da Covid-19. É utilizado para proteger o celular, o controle-remoto, a maquininha de cartões, entre outros. O mercado hoje já conta com produtos nesse segmento que oferecem proteção antibacteriana e antifúngica que também prometem ganhar espaço no setor hoteleiro. É o caso do AlpFilm Protect, fabricado pela empresa AlpFilm e com teste de eficácia comprovado pelo laboratório do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP).
O produto inativa o Sars-Cov-2 por contato em um curto espaço de tempo e pode ser aplicado em vários locais onde há uma grande circulação de pessoas que tocam superfícies, como corrimões, maçanetas, barras de segurança e até mesmo nos restaurantes, como embalagem de proteção dos alimentos servidos aos clientes.
Na mesma linha há ainda opções de filmes plásticos e tapetes autoadesivos, também com capacidades comprovadas de inativação do novo coronavírus. O Promasafe, lançado recentemente pela empresa Promaflex, pode ser usado em áreas com alto fluxo de pessoas, para evitar contaminações cruzadas em áreas de toque como encosto e braços de cadeiras, assentos, mesas, botões, telefones e outras superfícies.
Em comum, todos os produtos anti-Covid que já estão disponíveis para comercialização contam em sua composição com micropartículas de prata, um escudo protetor que deve ser a grande vedete do verão brasileiro.