Colaboradores - Valéria Calente

As Justiceiras

7 de Junho de 2020

Por Valéria Calente

Não é novidade que o isolamento social aliado à crise financeira e abuso de álcool e drogas aumentou vertiginosamente o número de casos de violência doméstica.

Com o objetivo de proteger a mulher em tempos de quarentena e isolamento, os institutos Nelson Wilians, Justiça de Saia e Bem Querer Mulher se uniram na força-tarefa JUSTICEIRAS.

O movimento lançou o WhatsApp JUSTICEIRAS para dar apoio e orientação gratuita a meninas e mulheres em situação de violência doméstica.

Para utilizar o serviço, basta enviar uma mensagem para o número (11) 9.9639-1212, preencher o formulário que receberá e aguardar que uma das JUSTICEIRAS no Brasil entre em contato.

Eu faço parte da equipe jurídica desse lindo trabalho, que conta com mais de 700 profissionais, e uma equipe de também de psicologia, medicina e assistência social.

“O confinamento não é a causa da violência contra a mulher, mas intensifica essas situações. Por exemplo, o aumento de convivência pode fazer com que aumente o controle, a posse, a humilhação e, muitas vezes, a agressão física acontece pela primeira vez. Mulheres que não percebiam que viviam relacionamentos abusivos, porque tinham altos e baixos, passaram a perceber. De modo geral, não apenas no contexto masculino, há situações de conflito e aumento de pressão social, psicológica, medo e insegurança. Os homens não estarem cumprindo o seu estereótipo de masculinidade tóxica e deixando de receber o seu dinheiro também são motivos para o aumento da violência.”

É o que diz Gabriela Mansur, uma das idealizadoras do projeto.

As integrantes desse time passaram por um treinamento on-line, e contam com o apoio e suporte de uma líder em cada região.

O lema do projeto é "Fique em casa, mas saia da violência doméstica".

Divulguem, muitas mulheres estão precisando de ajuda, vivendo sob o mesmo teto sob a estreita vigilância de seu agressor.

Outros movimentos espontâneos, consistem em marcar a mão com esmalte ou batom vermelho, e a palavra SOS.

Entretanto, muitos funcionários de estabelecimentos como farmácia e supermercados sequer ouviram falar desse código para pedir socorro. Então é também importante que essa informação viralize, porque as mulheres podem estar nesses estabelecimentos ao lado de seu agressor, e não ter como verbalizar o pedido de ajuda.

Somos todos responsáveis pelo combate à violência doméstica.

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