Cultura - Educação

Telefonemas anônimos descrevem formas de cometer suicídio

26 de Setembro de 2013

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A campainha vai tocar. Pense bem antes de atender porque se você o deixar entrar, não terá mais sossego. O bicho é grande e dele está cheio lá fora.

Você já olhou para baixo, através de sua janela? Já viu como as pessoas correm? Todas são perseguidas desde que abriram a porta. Uma vez dentro, o único jeito é fugir pela janela.

Tudo começa quando Emma, uma atriz de meia idade, passa a receber telefonemas misteriosos. Do outro lado da linha, uma voz feminina descreve diferentes formas de cometer suicídio. “Instruções para se matar”, anuncia, e narra em detalhes como seria se jogar ao fundo do mar, com pedras no bolso; ou se lançar ao fosso do metrô, atendendo “a um impulso, a um chamado seco e urgente dos trilhos do trem”.

Há um permanente jogo de sombras se insinuando ao redor dos personagens de Olhos de Bicho, de Ieda Magri. As ligações à casa de Emma são o ponto de partida para desvendar um mosaico narrativo em que diferentes tipos urbanos – todos eles moradores do Rio de Janeiro – têm o cotidiano perturbado por algum detalhe, ausência, susto ou chegada. Por essa sombra sempre à espreita, movediça e insubordinável, como os olhos de uma fera.

Olhos de Bicho

160 páginas
R$ 24,50
Editora Rocco

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