Cultura - Teatro

Fóssil volta em cartaz no Teatro Aliança Francesa

3 de Março de 2020

Idealizado pela atriz Natalia Gonsales, espetáculo Fóssil ganha nova temporada no Teatro Aliança Francesa a partir de sexta-feira, 13 de março, às 20h30. O drama, que trata sobre a guerra curda em meio ao processo de libertação da mulher no Oriente Médio, tem direção de Sandra Corveloni e dramaturgia de Marina Corazza. Em cena, Natália divido o palco com Nelson Baskerville.

Para uma imersão completa sobre o tema, o Aliança Francesa exibe o filme Filhas do Sol (2018), com direção de Eva Husson, na quinta-feira, 19 de março, às 19h, com entrada gratuita. Após a sessão haverá debate com a atriz, a dramaturga, a diretora e o curdo residente em São Paulo Bulend Karadag. O filme Filhas do Sol abriu o festival de Cannes em 2018 e conta a história de Bahar, comandante das Filhas do Sol, um batalhão composto apenas por mulheres curdas que atua ofensivamente na guerra do Curdistão. Ela e as suas soldadas estão prestes a entrar na cidade de Gordyene tomada pelo Estado Islâmico. Mathilde é uma jornalista francesa que está acompanhando o batalhão durante o ataque. O encontro entre as duas mulheres, dentro da guerra, transformará a vida de ambas.

Créditos para Ronaldo Gutierrez
 

A montagem foi criada a partir de uma pesquisa de três anos da atriz Natalia Gonsales e da dramaturga Marina Corazza a respeito do povo curdo e da revolução de Rojava, na Síria. A peça se passa dentro da sala do empresário Luiz Henrique (Nelson Baskeville), diretor da maior empresa de gás liquefeito de petróleo. Anna (Natalia Gonsales), uma jovem cineasta, vai ao seu encontro em busca de recursos para a realização de um filme sobre a Revolução de Rojava, no norte da Síria. A cineasta narra o roteiro de seu filme e a importância político-social deste, cruzando histórias de mulheres curdas torturadas da Síria com memórias de mulheres na ditadura brasileira de 64. 

“Ao olhar para nós à luz dessa revolução, vemos as mulheres que nos geraram, e antes delas, as que geraram nossas mães, e antes delas, as outras, e as outras, e as outras e todas nós. Ao olhar para nós à luz da Revolução de Rojava, sabemos que queremos e que podemos acreditar em utopias por meio de um trabalho diário que deixe nascer outras formas mais justas e libertárias de se pensar e viver”, complementa a dramaturga Marina Corazza.  

A tensão entre os dois personagens vai crescendo durante o espetáculo. Luiz, que viu Anna crescer, tem um olhar paternal para com ela e conforme a cineasta conta sobre o seu projeto e a importância da luta curda, relações dúbias de opressão e falta de escuta são estabelecidas. Em um plano que atravessa o presente, a jovem cineasta fala de sua mãe, presa política na ditadura de 64. O papel contraditório de financiamento das artes por grandes empresas também perpassa toda a peça. Abre-se com isso mais uma camada crítica na peça a respeito da política cultural e as contradições que incluem valores éticos e morais para a realização de um produto altamente desvalorizado no mercado atual. 

“Encenar a luta curda pela democracia revela contradições do sistema democrático ocidental que se apresenta na forma atual do patriarcado, sustentado pelo Estado e pela hierarquia. A forma de Estado-Nação aliado ao Capitalismo é um modelo baseado nas dominações de classe, gênero, etnia e religião associado à competitividade econômica, impossibilitando assim, que a nação alcance os objetivos de liberdade, igualdade e justiça social” explica Natalia.

A encenação de Sandra Corveloni propõe um encontro entre teatro e audiovisual tendo projeções sensitivas e trilha sonora original, criando um clima de sala de cinema, para falar da Revolução de Rojava ou Confederalismo Democrático do Norte da Síria. "Fóssil possui uma dramaturgia bastante profunda, com camadas de informações e sentimentos que aparecem à medida em que o texto avança. A montagem que é ao mesmo tempo teatral e cinematográfica, nos leva a refletir sobre questões como os direitos das mulheres, a democracia, as fronteiras e a arte", comenta a diretora.

Natalia Gonsales finaliza: “hoje é comum ouvir a população curda de Rojava e de outras regiões do Curdistão defender a vida sem um Estado. Os curdos lutam pela autonomia de seu povo e de outras etnias sem representatividade. Buscam a conscientização democrática, o direito à educação na língua nativa, o acesso ao sistema público de saúde, a proteção do meio ambiente e a liberdade de expressão. Uma política que se tornou referência libertária no mundo.”

SINOPSE

Uma cineasta busca, em uma grande distribuidora de gás, recursos para realização de seu filme sobre a Revolução de Rojava, onde nasce um processo radical de democracia participativa com forte atuação das mulheres curdas. Durante a apresentação do projeto, ela é atravessada pelo passado recente da nossa história e se defronta com as contradições de ter sua obra patrocinada.

FICHA TÉCNICA

Idealização: Natalia Gonsales

Dramaturgia: Marina Corazza

Direção: Sandra Corveloni

Com: Natalia Gonsales e Nelson Baskerville

Música Original: Marcelo Pellegrini

Desenho de Luz: Aline Santini

Figurino: Leopoldo Pacheco

Cenário: Carol Bucek

Videografismo e Videomapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo)

Voz canção curda: Rojda

Produção musical: Surdina

Mãe de Anna: Clara Cury

Assistência de Direção: Felipe Samorano

Cenotécnico: Zé da Hora

Designer gráfico (banner e flyer eletrônico): Murilo Thaveira 

Arte do programa: Lucas Sancho

Assistência de luz: Pajeú Oliveira 

Operação de luz: Vinícius Andrade

Operação de som: Pedro Ricco

Projecionista: André Grynwask

Assessoria de imprensa: Pombo Correio

Assessoria de Mídias Sociais: Barbara Berta

Fotos de Divulgação: Ronaldo Gutierrez, Haroldo Miklos e Matheus José Maria

Fotos do Espetáculo: Ronaldo Gutierrez e Matheus José Maria

Registros fotográficos do Curdistão:  Alexandro Auler e Virginia Benedetto

Imagens aéreas (drone) de Kobani: Gabriel Chaim

Aulas sobre os conflitos do Oriente Médio: Reginaldo Nasser

Palestrante: Bulend Karadag

Realização: Bem Casado Produções Artísticas

Direção de Produção: Leticia Gonzalez e Natalia Gonsales

Produção Executiva: Leticia Gonzalez

Projetos: Contorno Produções 

Assistente de Projetos: Bianca Bertolotto

AGRADECIMENTO ESPECIAL: Gabriel Chaim

AGRADECIMENTOS: Alexandra DaMatta, André Luis de Oliveira Santos, Anelise Csapo, AngelaFernandes, Angélica Inês Corazza, Angélica Freitas, Atílio Bari, Bia Toledo, Bruno Guida, Cia dxsTerroristas, Décio Previato, Diego Dac, Emerson Mostacco, Flávio Tolezani,   Haroldo Miklos, Lívia Carmona, Luiz Farina, Malú Bazán,Marcelo Dantas, Marco Antonio Gonsales, Marcos Litran, Marco Antonio G. R. de Oliveira, Maria Fernanda Vomero, Marina Tranjan, Melike Yasar, Murilo Gaulês, Natália Corazza Padovani, Patrícia Campos Melo, Pedro Granato, Reginaldo Nasser, Renato Caldas, Riba Carlovich, Silvana Janeiro e Virginia Cavendish.

Serviço:

Fóssil - Reestreia sexta-feira, 13 de março, às 20h30, no TEATRO ALIANÇA FRANCESA.

Temporada: Sexta e sábado, às 20h30, e domingo, às 19h, até 5 de abril.

Preço: R$ 60,00 (inteira) / R$ 30,00 (meia).

Duração: 70 minutos.

Classificação: 14 anos.

Filme+ Debate: Filhas do Sol

Quinta-feira, 19 de março, às 19h

Drama/filme de guerra | 2018 | França

Classificação 14 anos

Gratuito, retirada de ingresso 1h antes da sessão

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=H1DRzFwDR6c

Bahar é a comandante das Filhas do Sol, um batalhão composto apenas por mulheres curdas que atua ofensivamente na guerra do Curdistão. Ela e as suas soldadas estão prestes a entrar na cidade de Gordyene, local onde Bahar foi capturada uma vez no passado. Mathilde é uma jornalista francesa que está acompanhando o batalhão durante o ataque. O encontro entre as duas mulheres, dentro do cenário caótico que as cercam, irá mudar a vida de ambas permanentemente.

TEATRO ALIANÇA FRANCESA

Rua General Jardim 182 – Vila Buarque. Capacidade: 226 lugares + 4 PNE. 

Ar condicionado. Café Espace Douce France. 

Estacionamento conveniado em frente e na Rua Rego Freitas 285.

Informações: (11) 3572-2379

www.teatroaliancafrancesa.com.br

https://www.facebook.com/teatro.af/

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