Divulgação |
Ao invés de ir para um hotel, há opções mais atraentes ainda pouco usadas pelos brasileiros para se hospedar durante as férias. Fazer um churrasco à beira da piscina, ter familiares e amigos reunidos no mesmo imóvel, usufruir da segurança de condomínios fechados, economizar cozinhando em casa e não se surpreender com a conta do hotel na hora do check-out são algumas das vantagens que têm feito o aluguel de casas por temporada, o chamado Vacation Home, ganhar a preferência de turistas frente à hospedagem tradicional.
Só no ano passado, o segmento movimentou US$ 100 bilhões e, segundo a Research and Markets, deve chegar a US$ 170 até 2019. Nos Estados Unidos, que detém mais de um quarto desse mercado, esse potencial é ainda maior, particularmente por conta de famílias que viajam à Disney.
“O boom que há hoje se deve a um público mais familiarizado com tecnologia”, diz Ricardo Molina, CEO da Casa na Disney, que atua com Vacation Home em Orlando desde 2010. Ele cita estudo da Phocuswright, de 2015, que demonstra que o público de 18 a 44 anos de idade concentra os adeptos da modalidade, principalmente norte-americanos, entre os quais 40% já se hospedaram em Vacation Homes. “Entre os visitantes estrangeiros da Disney, os brasileiros só perdem em número para os canadenses e os ingleses. Mas nosso país ainda está pouco familiarizado com esse modelo”, diz.
O custo é uma das principais vantagens do Vacation Home para famílias. “Um apartamento bem localizado, com espaço para seis pessoas, custa cerca de US$ 113 por noite, valor similar ao da diária de quarto em um hotel razoável para acomodar com conforto, no máximo, um casal e um filho”, afirma. Essa vantagem fica mais evidente por conta da duração da viagem. “Há, no Brasil, uma visão de que uma viagem à Disney deve durar sete dias. Mas há dez parques temáticos e, para conhecer vários deles, é necessário, dois dias de visita.”
Um dos fatores que impulsionou o Vacation Home foi a popularização de sites especializados em ofertas de imóveis para temporada, como o Airbnb. Somente nos Estados Unidos, em janeiro de 2016, havia mais de 100 sites especializados e, de lá para cá, não param de surgir novos websites, blogs, aplicativos e mídias sociais focados nesse tipo de negócio. Somente os quatro maiores portais passaram, entre 2008 e 2015, de 300 mil para 3,9 milhões ofertas.
Com essas ferramentas, é fácil encontrar casas mobiliadas em condomínios fechados que possuam cozinha completa, churrasqueira, piscina privativa, TV a cabo, DVD, internet, playground, entre outros. “Em hotéis, fica mais complicado liberar filhos menores para circularem sozinhos”.
Personagens
Após várias idas à Disney desde os anos 60, Lina Angelica Costa Caminha só descobriu o Vacation Home em 2016. “Já éramos quatorze na família. Além da economia de tempo para reunir todo o grupo por estarmos, já que estávamos sempre juntos, do conforto que a casa proporciona e do custo mais baixo, o maior benefício da casa frente ao hotel é a convivência familiar em um mesmo ambiente, o que é o real objetivo da viagem”, diz ela que, a pedido das netas, reservou o mesmo imóvel para janeiro próximo.
Lina Angelica Costa Caminha na Disney |
Divulgação |
A mãe de trigêmeos Flavia Faria viaja a Orlando desde 2013 e acredita que o tempo mínimo para aproveitar as férias é de 15 dias. Ela conheceu o vacation home através da recomendação de uma amiga e, ao experimentar pela primeira vez há quatro anos, decidiu trocar o hotel pela casa. “Minha família é grande. Somos em cinco e a casa é mil vezes mais confortável e agradável. As crianças se sentem em casa, tanto que eles já chamam de "a casa da Disney". O hotel é impessoal e, hoje em dia, inseguro”, conta.
Cuidados
Apesar da facilidade, é necessário observar uma série de fatores antes de alugar uma Vacation Home. Em Orlando, deve-se checar se o imóvel possui autorização da Associação de Moradores e do Condado (Prefeitura) para locação por temporada. Há fiscalização intensa e, em caso de infração identificada, tanto proprietário quanto locatário são severamente punidos.
Os aluguéis de imóveis por temporada têm um período máximo de 180 dias. Por isso, a maioria das propriedades é entregue com mobília completa, utensílios de cozinha, roupa de cama, mesa e banho. O consumo de água, energia, telecomunicações condomínio e IPTU já estão incluídos nos preços dos aluguéis. Esse valor é pago integralmente cerca de seis semanas antes da chegada ao imóvel. Exige-se também um depósito caução de cerca de US$ 400,00, que poderá ser devolvido ou acrescido com extras, de acordo com eventuais danos ao imóvel ou mobília. Outros dois impostos incidem sobre a operação: o Sales Tax, similar ao ICMS, e o Tourist Development Tax. Somados, representam entre 12% a 13% do valor do aluguel.
Outro ponto que o turista deve observa em Orlando é se o imóvel é uma casa específica. As que possuem essa classificação têm detalhados o número de quartos, suítes e banheiros, tamanho, padrão e idade da mobília, configuração de camas, disponibilidade de garagem, piscina privativa e salão de jogos. Também é informada a localização do condomínio e sua distância das principais atrações de Orlando. Dessa forma, é possível – e recomendável – avaliar se o preço é compatível com o imóvel alugado.
Já no caso das chamadas Casas Genéricas, o locatário se depara com informações gerais, como número de quartos, se conta com piscina privativa e salão de jogos. A localização é descrita como “Área da Disney”, algo bastante impreciso, já que se refere a um raio de 15 quilômetros a partir do imóvel. As casas genéricas, geralmente, são oferecidas por grandes operadores de turismo e portais de viagem.