Fama, dinheiro e popularidade são sonhos comuns de muitos jovens, eles querem ter e ser o que seus famosos prediletos têm e são. A tecnologia dá uma mãozinha para aproximar os fãs de seus ídolos. Com uma busca rápida na internet é possível saber onde estão, onde moram, o que comem, o que vestem, o que pensam as celebridades e repetir tudo da mesma maneira, chegando a ser um deles, ao menos no imaginário consumista-compulsivo dos que almejam ser um “it-alguém”.
A única diferença é conseguir status e poderio financeiro para conquistar o que os famosos possuem. Para resolver isso, um grupo de jovens de Los Angeles decide invadir a casa de seus ídolos e levar roupas, dinheiro, bebida, joias e tudo o que desejam que seja deles sem ser comprado. Parece ficção? Mas não é, trata-se da história de Bling Ring - A Gangue de Hollywood.
A maioria dos membros da Gangue de Hollywood viveu em Calabasas e estudou no Indian Hills High School, em em Agoura Hills, subúrbio rico de Los Angeles, enquanto as celebridades cujas casas eles saquearam, como Paris Hilton, Lindsay Lohan, Rachel Bilson e Audrina Patridge, entre outros, moravam em mansões luxuosas em Sherman Oaks, Los Feliz e Hollywood Hills. Ou seja, são jovens que queriam ser ricos e passaram a infância vendo seus ídolos esbanjarem dinheiro à medida que a fama aumentava. Essa foi a escola de consumo que tiveram.
Esse apego exagerado por fama e notoriedade exposto no livro de Nancy Jo Sales, que inspirou o filme escrito e dirigido por Sofia Coppola, com estreia prevista no Brasil em agosto, é um tratado psicológico da juventude que vive à mercê da indústria doentretenimento, do Twitter dos famosos e dos sites de fofoca de celebridades alimentados pelo canibalismo paparazzi.
O primeiro contato de Sofia com a história foi a reportagem de Nancy feita para a revista Vanity Fair, cujo título era The Suspects Wore Louboutins [Os suspeitos usavam Louboutin – sapato da marca Christian Louboutin, cujo preço médio no Brasil fica entre R$ 2.500 e R$ 3.000, o par] e falava sobre uma gangue de recém-formados no ensino médio que levaram cerca de US$ 3 milhões [R$ 7 milhões, aproximadamente] em roupas e joias de famosos milionários da nova geração.
Os jovens da gangue queriam ser famosos a qualquer custo, sem saber exatamente por que, apenas queriam. Eles acreditavam cegamente na pseudoinfluência que exerciam sobre grupos enormes de fãs imaginários.
Daí a se transformarem em criminosos foi um passo e muitos furtos. A primeira “missão” acontece na casa de Paris Hilton. Pela internet descobrem fotos e detalhes da mansão. Ingenuamente improvisam um plano para executar o que chamam de “missão”. A forma como a autora descreve o deslumbramento dos dois jovens ao entrarem na casa de Paris é incrível. Nancy consegue passar exatamente o êxtase que ambos sentem ao ver fotos, sapatos, roupas e sentir o cheiro do quarto dela. É como se o sangue dela passasse a correr nas veias deles.
Eles não sabiam exatamente no que estavam se metendo, afinal acreditavam que tirar de quem tinha tanto não era como tirar de um trabalhador. Mas sabiam exatamente todas as marcas e grifes de coisas caras e comuns às celebridades (Chanel, Gucci, Tiffany, Cartier, Prada, Marc Jacobs, Dolce & Gabbana, Burberry, Yves Saint Laurent), então foram simplesmente buscar o que queriam.
The Bling Ring - A Gangue de Hollywood
Lançamento: 13 de julho (leia antes de ver o filme)
272 páginas
R$ 24,90 (impresso)
R$ 14,90 (e-book)
Editora Intrínseca
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