Inspirada na obra de Nikolai Gógol (1809-1852), um dos principais autores da literatura russa do século XIX, O Capotetrata das desventuras de Akaki Akakievitch, um escrevente de uma repartição pública de São Petersburgo que precisa se submeter a severas restrições a fim de conseguir economizar dinheiro para comprar um novo capote. Transitando entre o cômico e o trágico, o conto de Gógol é considerado um marco na história da literatura, por abordar de forma inédita a relação do homem com a metrópole. Na montagem, com direção de Yara de Novaes, adaptação deDrauzio Varella, e dramaturgismo de Cássio Pires, a perspectiva irônica de Gógol é retomada em uma encenação em que a submissão de Akaki às estruturas de poder ganha uma nova leitura. Em cena, os atores, Rodolfo Vaz, Rodrigo Fregnan e Marcelo Villas Boas, e a musicista Sarah Assis constroem um jogo em que narrativas, diálogos, música assinada por Morris Picciotto, cenário de André Cortez, intervenções em vídeo criadas porRogério Velloso, reinventam as potências do texto original. A estreia acontece dia 25 de julho no CCBB-SP.
O projeto começou a ser pensado há 6 anos, quando Rodolfo Vaz fazia a peça “Por Um Fio”, de Drauzio Varella, junto com a atriz Regina Braga. Após comentar com o médico e escritor o seu desejo de viver o personagem Akaki (protagonista da novela de Gógol) nos palcos, Rodolfo ganhou de presente de Drauzio uma adaptação do conto para o teatro, feita por ele mesmo. “Quando um artista escolhe esse ou aquele texto para uma adaptação teatral, a escolha se dá primeiro porque aquela obra gera grande prazer estético e filosófico e também porque ela tem a vocação para ser matriz de um processo muito livre e amplo de criação teatral. Um processo que do começo ao fim terá os genes daqueles artistas que compõem o coletivo teatral.”, comenta Rodolfo Vaz.
A escolha de O CAPOTE, escrita por Nikolai Gógol em 1842, para esse projeto de montagem não foi diferente. Clássico da literatura universal, essa novela é exemplar em todos os sentidos que habilitam uma obra de arte como tal: poético, formal, filosófico, político, crítico e criador. Seu impacto foi tão grande para a literatura russa a partir do século XIX que fez com que Dostoiévski escrevesse: “Todos nós saímos do Capote!”.
Sinopse
Inspirada na obra de Nikolai Gógol (1809-1852), um dos principais autores da literatura russa do século XIX, "O Capote" trata das desventuras de Akaki Akakievitch, um escrevente de uma repartição pública de São Petersburgo que precisa se submeter a severas restrições a fim de conseguir economizar dinheiro para comprar um novo capote. Transitando entre o cômico e o trágico, o conto de Gógol é considerado um marco na história da literatura, por abordar de forma inédita a relação do homem com a metrópole. Na montagem, com adaptação de Drauzio Varella, direção de Yara de Novaes e dramaturgismo de Cássio Pires, a perspectiva irônica de Gógol é retomada em uma encenação em que a submissão de Akaki às estruturas de poder ganha uma nova leitura. Em cena, os atores Rodolfo Vaz, no papel de Akaki, Rodrigo Fregnan e Marcelo Villas Boas e a musicista Sarah Assis constroem um jogo em que narrativas, diálogos, música e intervenções em vídeo reinventam as potências do texto original.
Equipe criativa
Rodolfo Vaz, vencedor do Prêmio SHELL, em 2007, por sua atuação em “Salmo 91” (dirigido por Gabriel Villela, com texto de Drauzio Varella), será o intérprete do insólito e hesitante Akaki Akakievitch. Com mais de 20 espetáculos na carreira, 7 deles no Grupo Galpão, e 7 longas metragens, Rodolfo tem como característica de atuação o perfeito diálogo entre o mundo externo e o interno das personagens que compõe, qualidade essencial para dar vida a Akaki.
Yara de Novaes é uma diretora que tem trabalhado sistematicamente com a narrativa como ponto de partida para a criação de um espetáculo teatral. Já levou aos palcos autores como Fiódor Dostoiévski, Fernando Bonassi, Móricz Zsigmond, Lygia Fagundes Telles, e Murilo Rubião. A diretora é mineira e reside atualmente entre Belo Horizonte e São Paulo, trabalhando com vários grupos nestas duas cidades.
Drauzio Varella e Rodolfo Vaz encontraram-se por duas vezes em trabalhos de grande êxito, o já citado “Salmo 91”, baseado no livro Carandiru, e em “Por um Fio”, obra que levou aos palcos a narrativa integral do livro homônimo de Drauzio. Em “Salmo 91”, Rodrigo Fregnan também estava como ator e foi lá que ele e Rodolfo se conheceram.
Rodolfo Vaz e Yara de Novaes trabalharam juntos no espetáculo “O Amor e Outros Estranhos Rumores”, baseado em contos de Murilo Rubião com direção de Yara, e em “O Continente Negro”, ambos espetáculos do Grupo 3 de Teatro. Também atuaram juntos em “O Inspetor Geral” de Gógol, na montagem do Grupo Galpão.
O projeto conta também com os atores Rodrigo Fregnan e Marcelo Villas Boas, a musicista Sarah Assis, além do dramaturgista Cássio Pires, o vídeo artista Rogério Velloso, o cenógrafo André Cortez, o músico Morris Picciotto, e a atriz, bailarina e diretora Kenia Dias como preparadora corporal e assistente de direção, artistas com trabalho autoral e investigativo, fundamentais na criação de um processo onde a experimentação e o risco serão matérias-primas para a criação de um CAPOTE contemporâneo e longevo.
O processo
O início dos ensaios foi chamado de “Vestindo o Capote”. Nessa etapa aconteceram 4 encontros diferentes para se falar sobre o conto e sua forma satírica de retratar a Rússia do século XIX. Cada encontro contou com um convidado. Foram eles: o filósofo Mario Sergio Cortella, o escritor Fernando Bonassi, Drauzio Varella, a pesquisadora e professora russa Elena Vássina e a atriz e diretora Cristiane Paoli Quito.
Elena Vássina comentou o texto com foco nas referências escolhidas por Gógol, os elementos que ele priorizou na narrativa, Cortella caminhou para uma discussão mais filosófica, passando por conceitos etimológicos, Bonassi trouxe provocações para a parte dramatúrgica, Drauzio discutiu o olhar de compaixão que Akaki desperta nos leitores e por último, Paoli Quito trabalhou com os atores uma visão física do texto, no corpo dos intérpretes.
Esses encontros trouxeram a análise da obra e uma reflexão sobre quais seriam as interlocuções filosóficas, políticas, sociais e artísticas do conto com o mundo em que vivemos hoje. ”Essa fase do processo trouxe uma certeza sobre a montagem: Akaki não é um sujeito que conta a própria história, os outros não permitem isso, a identidade do Akaki é dita por outros, foi essa descoberta que nos levou a inserir os dois narradores”, comenta a diretora Yara de Novaes;
Após essa etapa, começaram os ensaios com o dramaturgo Cássio Pires, que junto com os atores e a direção, a partir de improvisos sobre a adaptação e do conto de Gógol, fez um trabalho dramatúrgico em cima da adaptação de Drauzio. O resultado final dessa dramaturgia é o que veremos no palco.
Ficha Técnica
Direção: Yara de Novaes. Elenco: Rodolfo Vaz, Rodrigo Fregnan e Marcelo Villas Boas. Musicista: Sarah Assis.Autor: Nikolai Gógol. Adaptação: Drauzio Varella. Dramaturgismo: Cássio Pires. Assistência de direção e preparação corporal: Kenia Dias. Cenografia e figurinos: André Cortez. Trilha sonora e música original: Dr Morris. Vídeo arte e design de projeção: Rogério Velloso. Criação de luz: Bruno Cerezoli. Visagismo: Leopoldo Pacheco. Arte e projeto gráfico: Lápis Raro. Fotografia: João Caldas. Coordenação de produção SP: Marlene Salgado. Produção: Oitis Produções Culturais e Rose Campos.
Serviço
O Capote - Uma adaptação da novela de Nikolai Gogol
De 25 de julho a 21 de setembro
Sábado e segunda, 20h. Domingo, 19h.
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - telefone: (11) 3113 3651/3652
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Duração: 70 Minutos
Classificação: 12 anos
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Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física // Ar-condicionado // Loja // Café Cafezal.
Ingresso pela Internet: www.ingressorapido.com.br
Estacionamento conveniado: Estapar Estacionamentos - Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos). R$ 15,00 pelo período de 5 horas. Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB. Informações: (11) 3256 8935.
Translado Gratuito: Uma van faz o translado gratuito entre o Edifício Zarvos e o CCBB. No trajeto de volta, tem parada no Metrô República. Embarque e desembarque: Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos) e Rua da Quitanda, próximo à entrada do CCBB