Cultura - Teatro

Inquietos, ocupação de dança da Funarte, inicia atividades em julho. Instrumentista Caíto Marcondes

7 de Julho de 2015

Durante 12 semanas, de julho a setembro deste ano, a Funarte recebe 15 espetáculos, 12 jam sessions, 8 oficinas de dança (além de três abertas para a população), e 16 apresentações livres de alunos e profissionais. Com foco no diálogo entre a dança, Inquietosé o novo projeto de ocupação da Sala Renée Gumiel, da Funarte. Idealizado pela bailarina e percussionista Bruna Piccazio, o projeto tem seus pilares fincados em obras contemporâneas e também em manifestações populares de resistência e tradição. A programação completa segue abaixo, em subtítulos.

 
 

Inquietos começa com a apresentação de três solos de dança. Os espetáculos Pequenos Atos para Desacostumar (bailarina e criadora em dança contemporânea e performance Rafaela Sahyoun), Sincericídio (artista indepen­dente, atriz, bailarina, performer e cantora, arte-ed­ucadora e pesquis­adora Thaís Di Marco)  e  Sarabande (bailarina, arte-educadora, artista independente e pesquisadora em dança Sofia Tsirakis) fazem sessão nos dias 17 e 18 de julho, sexta-feira e sábado, às 20h. As oficinas e as jams sessions são gratuitas. Os espetáculos e apresentações custam R$ 20.

 

Entre os destaques da programação está o projeto concebido pela especialista em dança indiana, bailarina com formação clássica e moderna, Sônia Galvão (dia 31/7 e 1/8), com Mangalan: nos Passos do Guru. São seis bailarinos em cena, entre eles Bárbara Malavoglia, que usam tornozeleiras percussivas, e mostram técnicas clássicas indianas (Odissi, Bharatanatyam e Kathak). 1º de agosto, segundo dia da apresentação, coincide com a celebração do Guru Purnima na Índia, dia do agradecimento aos mestres espirituais e do conhecimento, celebrada uma vez ao ano.

 
 

Inquietos também tem uma veia reflexiva ao promover debates, palestras e mostras que visam discutir a arte produzida na contemporaneidade. As relações da dança com o som serão exploradas em diversos níveis: com os instrumentos musicais, música executada ao vivo e produção do som no próprio corpo (canto ou percussão corporal). As atividades migram desde o universo erudito até o popular. “Um dos objetivos da ocupação é incentivar a formação de público de todos os níveis socioculturais e valorizar manifestações populares brasileiras, além de instigar a reflexão sobre a influência da dança contemporânea na sociedade”, destaca Bruna Piccazio.

 

Programação especial

Nos dias 31/7, 1º/8 e 2/8, haverá programação especial com apresentação de espetáculo, sambada de cavalo marinho, oficinas avulsas, cortejo e exibição de documentário. No sábado das 14h às 18h tem sambada de cavalo marinho com a Cia Mundu Rodá. Das 18h às 20h, roda aberta de Tambor de Crioula, com Henrique Menezes e convidados.

 

No domingo, das 10h30 às 12h, oficina aberta ao público de dança percussiva contemporânea, com Bruna Piccazio. Das 12h às 13h30, exibição do documentário Sete Dias em Burkina, café da tarde e bate papo com o músico Carlinhos Antunes, autor do filme.

 

Das 13h30 às 15h, oficina aberta ao publico de danças africanas, Mohamed da Guiné, que vem pela primeira vez ao Brasil. Das 15h às 16h30, jam session de dança, com música ao vivo de Carlinhos Antunes.

 

Para abranger os moradores e frequentadores dos Campos Elíseos, bairro que entorna a Funarte, há ainda cortejos e desfiles. Um deles é apitado pelo Mestre Shacon Viana e pela Mestra Joana Cavalcante, convidados diretamente de Recife, Pernambuco. No domingo, 2/8, das 16h30 às 17h30, haverá cortejo de maracatu de baque virado, com Cia Caracaxá. Das 17h30 às 19h30, apresentação com o grupo Mutrib e Betty Gervitz. Apresentação de música e dança dos Balcãs.

 

A série Inquietos apresenta também espetáculos da Cia Nova Dança 8, dirigida por Lu Favoreto (dia 7 de agosto, com Fandango a Céu Aberto, que termina com baile aberto ao público). O Núcleo OMSTRAB, do diretor Fernando Lee, se apresenta dias 14 e 15(performance Cidade) com uma temática urbana sobre as sonoridades das grandes cidades. Em 22 de agosto o núcleo apresentaFluxo Invisível, um espetáculo baseado na questão da água em São Paulo. Dirigido por Rubens Oliveira (formação com Ivaldo Bertazzo, trabalhos com Antônio Nóbrega), o grupo Gumboots Dance Brasil apresenta Yebo dias 4 e 5. de setembro, mostrando a dança popular sul africana com gingado brasileiro.

 

Além do performer e bailarino Lineker (28 e 29/8), o projeto destaca, ainda, grupos de Guarulhos, Campinas e Pernambuco. Entre asjam sessions (gratuitas e aos domingos), destaque para as dos instrumentistas Caito Marcondes (19/7), Thomas Rohrer (26/7).Carlinhos Antunes (2/8, 21 e 22/8), Marcos Suzano (23/8) e Daniel Grajew (30/8).

 

Nos dias 24 e 25/7, a apresentação agendada é a de Três Solos Impossíveis: poderia ser um romance. Num tom de ironia, quem sabe até um possível triângulo amoroso. Essa peça de dança é acompanhada musicalmente num contexto e criação de Soundpainting; uma linguagem de sinais de composição artística multidisciplinar criada na década de 70, inicialmente para a música, pelo nova-iorquino Walter Thompson.

 

Rafaela, especialista no método soundpainting, aplica a técnica nessa trilogia e conduz um diálogo entre o trio e a plateia, construindo ao longo da performance uma relação próxima da cena com observador

 

O projeto tem como objetivo explorar diferentes diálogos entre a música e a dança, criar performances sonoras e imagéticas a partir do conhecimento do corpo, compreender o papel da música nas manifestações populares e integrar as duas artes a partir das leituras de diferentes artistas, educadores e companhias de dança.

 

Em Inquietos há também um forte interesse estético sobre as manifestações populares brasileiras. “A dança regional não é considerada arte por não ter intencionalidade. No projeto apresentamos grupos que criam obras contemporâneas a partir dessas manifestações, trazendo, então, o assunto da intencionalidade. Mas valorizamos também a manifestação em si, trazendo-as para apresentar no projeto e mostrando como tais expressões, mesmo que criadas com a finalidade ritualística ou como brincadeira, ainda podem ser complexas e de muita beleza.” conta Bruna Piccazio, destacando que, entre os oficineiros e grupos, estão grandes pesquisadores das danças populares, como Letícia Doretto, da Cia Cênica Nau de Ícaros.

 

Além do olhar estético, Inquietos também se ocupa de questões socioculturais, já que as manifestações populares refletem as questões da identidade brasileira, a cultura e sua reverberação no universo artístico de modo geral. “Neste projeto o som é o objeto de transformação do movimento”, finaliza Bruna.

 

Estreias durante a programação de Inquietos

 

A idealizadora do projeto, Bruna Piccazio, estreia em setembro a peça Fris Som, criada a partir da pesquisa sobre a sonoridade em diferentes elementos da dança. “Quis ir além da criação de sons com as mãos ou os pés. Essa necessidade me fez explorar espaços produzindo som com diversas partes do corpo”, diz Bruna.

 

Na peça, luvas de chaves e saia de sementes de seringueira auxiliam na criação de uma vestimenta sonora. A bailarina Bárbara Freitas também estreia uma peça na programação em setembro. Ethos, sua nova criação, é baseada nos ensinamentos que teve em academias de dança do Senegal (África) durante residência artística de 45 dias.

 

Ficha Técnica da Ocupação Inquietos

 

Direção Artística/Curadoria: Bruna Piccazio. Direção de Produção: José Renato F. Almeida. Produção: Larissa Versbick, Sheila Faermann, Victor Amaro, Cassia Sandoval e Gabriela PasDireção de Comunicação: Caio Zalc. Criação de Arte Gráfica: Paula Viana. Coordenação Técnica de Som: Glauber Coimbra. Coordenação Técnica de Luz: André Boll - Santa Luz

 

Programação de Julho

 

Funarte. Endereço: Rua Alameda Nothmann, 1058. Perto do Metrô Santa Cecília

Capacidade: 53 lugares

Classificação Indicativa: Livre

 

Espetáculos semanais

 

Serão apresentados espetáculos de dança das mais diversas modalidades. Há obras contemporâneas baseadas em manifestações populares, peças que buscam a sonoridade das grandes metrópoles, danças que trazem elementos sonoros a partir do próprio corpo e figurino e muito mais. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

 

Sextas-feiras e sábados, às 20h (em algumas semanas acontecem apresentações diferentes em cada um dos dias, conforme inscrito no cronograma abaixo).

 

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Dias 17 e 18 de julho

 

(Neste final de semana serão apresentadas três peças curtas, uma após a outra)

 

Espetáculos

Pequenos Atos para Desacostumar / Sincericídio Sarabande

 Duração total: 50 minutos

 

Peças interpretadas por Rafaela Sahyoun, Thaís Di Marco e Sofia Tsirakis, respectivamente. As artistas iniciaram parceria em 2013 na residência artística de Ponderosa, na Alemanha, e desde lá vem pesquisando e criando possibilidades para a dança contemporânea. Os três solos são apresentados consecutivamente e organizados integralmente, reiterando a diferença no tratamento das relações entre as linguagens em cada um.

 

Pequenos Atos para Desacostumar traz em cena oito pessoas de camisa florida que entram e saem da cena funcionalmente, enquanto uma intérprete só e em processo transitório entende a ocupação dos corpos como composição pra sua movimentação e dinâmica espacial.

 

Sincericídio é uma corporeidade que expressa diferentes velocidades da paradoxal e conflituosa relação entre a mente e o corpo através do procedimento de livre associação raivosa. Homenageia artistas de todas as idades.

 

Sarabande tem como origem um sonho de infância. No sonho, a intérprete subia uma escada em espiral que parecia não ter fim. No topo, ela se apoiou em um parapeito de madeira e olhou para baixo. Era pura vertigem, o abismo do ser. O sonhos encontrou, na música do compositor André Balboni – Sarabande no 1 “Le Quatrième Étage” –, um lugar e assim surgiu a coreografia.

 

Ficha Técnica de Pequenos Atos para Desacostumar

Núcleo Artístico: Rafaela Sahyoun, Adriano Rampazzo e Gabriela Veiga. Criação e interpretação: Rafaela Sahyoun. Instalação cenográfica: Barbara Elias, Ligia Moreno,  Flora Barros e Gabriela Veiga. Assistente de Direção: Gabriela Veiga.  Composição Musical: Marcos Van Monte (VE / DE). Design de luz: Adriano Rampazzo. Objetos de cena: Rodrigo Khuri – KURHI. Produção: Ricardo Henrique.

 

Ficha Técnica de Sincericídio

Criação: Thaís Di Marco. Trilha: Gabriel Milliet. Orientação: Adriana Grechi.  Agradecimentos: Participantes do projeto “Exercícios Compartilhados”.

 

Ficha técnica de Sarabande

Criação e performance: Sofia Tsirakis. Música: André Balboni.

 

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Dias 24 e 25 de julho

 

Espetáculo Três solos impossíveis. Poderia ser um romance – Cargo Collective

Duração: 40 minutos

 

Num tom de ironia, quem sabe até um possível triângulo amoroso. Essa peça de dança é acompanhada musicalmente num contexto e criação de Soundpainting; uma linguagem de sinais de composição artística multidisciplinar criada na década de 70, inicialmente para a música, pelo nova-iorquino Walter Thompson.

 

Rafaela é a Soundpainter dessa trilogia e conduz um diálogo entre o trio e a plateia, construindo ao longo da performance uma relação próxima da cena com observador jogo de composição.

 

Ficha Técnica

Intérpretes-criadores: Thaís di Marco, Gabriel Milliet e Rafaela Sahyoun. Soundpainter: Rafaela Sahyoun. Performance: Thaís Di Marco e Gabriel Milliet.Assistente de Direção: Ricardo Henrique. Assistente de produção: Heloisa Feliciano

 

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Noites Inquietas

 

Estudantes com trabalhos recém-finalizados, works in progress, peças curtas e projetos novos: essas são os tipos de obras que vão rechear as Noites Inquietas. Os ingressos para acompanhar as experimentações artísticas custam R$20.

 

Quartas e quintas-feiras, às 20h

 

22 e 23 de julho

 

Marcos Suchara

 

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29 e 30 de julho

 

Corpo Urbano

 

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Jam Sessions

 

A partir da sonoridade dos instrumentistas convidados para participar das Jam Sessions, as bailarinas Bruna Piccazio e Larissa Versbick vão indicar ritmos e fazer jogos de improvisação em dança para conduzir as Jam Sessions. Gratuitas, as sessões ocorrem todos os domingos.

 

Domingos, às 16h

 

19 de julho

 

Dança e música ao vivo com o percussionista Caíto Marcontes

 

Caíto Marcondes iniciou-se ao piano com oito anos de idade, passando mais tarde a interessar-se por bateria e percussão. Estudou composição e análise com H.J. Koellreutter e harmonia e contraponto com Mário Ficarelli. Cursando o terceiro ano de arquitetura foi chamado por Hermeto Pascoal para integrar seu grupo, onde permaneceu por um ano.

 

Tem atuado como compositor e arranjador em várias frentes como balé, cinema (onde ganhou vários prêmios), documentários, gravações e shows com nomes como Randy Brecker, Paul Hanson, Joyce, Marlui Miranda, Ná Ozetti, Rita Lee, Francis Hime, Zeca Assumpção, Nando Carneiro, Lelo Nazário, Paulo Moura, Jaques Morelenbaum, John Scofield, Milton Nascimento, Fumio Itabashi, Mônica Salmaso e outros. Caito Marcondes trabalha no momento em uma trilha para filme longa metragem e em março grava, ao lado de Nelson Ayres, Rodolfo Stroeter e John Surman, o novo CD de Marlui Miranda.

 

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26 de julho

 

Dança e música ao vivo com o músico suíço Thomas Rhorer

 

Thomas Rhorer é rabequeiro, saxofonista e pesquisa música contemporânea, além de criar novas sonoridades a partir de instrumentos inusitados amplificados.

 

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Programação Especial

 

Nos dias 31/7, 1º/8 e 2/8, haverá uma programação especial com apresentação de espetáculo, sambada da cavalo marinho, oficinas avulsas, cortejo e exibição de documentário.

 

31 de julho e 1º de agosto, sexta-feira e sábado, 20h

 

Espetáculo Mangalan: Nos Passos do Guru – Sônia Galvão

Duração: 50 minutos

 

Projeto concebido pela especialista em dança indiana Sônia Galvão, conta com seis bailarinos em cena, entre eles Bárbara Malavoglia, e trazem diversas de técnicas clássicas indianas (Odissi, Bharatanatyam e Kathak). A data 1º de agosto, segundo dia em que ocorre a apresentação, coincide com a celebração do Guru Purnima na Índia, dia do agradecimento aos mestres espirituais e do conhecimento, celebrada uma vez ao ano.

 

1º/8, sábado

 

14h às 18h: sambada de cavalo marinho com a Cia Mundu Rodá

18h às 20h: roda aberta de Tambor de Crioula com Henrique Menezes e convidados.

 

2/8, domingo

 

10h30 às 12h: Oficina Inquieta Parte I (avulsa, aberta ao público) de dança percussiva contemporânea, com Bruna Piccazio

12h às 13h30: Exibição do documentário Sete Dias em Burkina, café da tarde e bate papo com Carlinhos Antunes

13h30 às 15h: Oficina Inquieta Parte II (avulsa, aberta ao publico) danças africanas com Mohamed da Guiné.

 

15h às 16h30: Jam Session de dança com música ao vivo recebe o músico Carlinhos Antunes.

16h30 às 17h30: Cortejo de Maracatu de baque virado com Cia Caracaxá nos arredores da Funarte

17h30 às 19h30: Apresentação com o grupo Mutrib e Betty Gervitz. Apresentação de música e dança dos Balcãs (fechamento semana de abertura)

 

Oficinas Regulares

Segunda, terça e quarta-feira, em diversos horários.

 

As oficinas serão ministradas por profissionais especializados na área e que criam e/ou reproduzem metodologias interdisciplinares. O foco também é a interação entre músico e dançarino, mas, principalmente, nas atividades em que ambos se fundem, na medida em que o dançarino busca o conhecimento musical para transformar sua dança, assim como músico busca o conhecimento do corpo para conquistar uma performance sonora e imagética.

 

As inscrições para as Oficinas Regulares do projeto Inquietos podem ser feitas até o dia 13 de julho através do e-mail:oficinas.inquietos@gmail.com. Todos os interessados devem contar um pouco sobre sua história corporal e podem se inscrever em até cinco oficinas. O resultado será divulgado via e-mail e fanpage da Ocupação Inquietos. As atividades são totalmente gratuitas. AsOficinas Inquietas Avulsas, também gratuitas, não precisam de inscrição prévia.

 

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Dança, Ritmo E Vestimentas Sonoras

Com Bruna Piccazio

Terças, das 13h30 às 15h. De 14 de julho a setembro

Nível: Iniciante/intermediário

 

Esta oficina pretende trabalhar com criações contemporâneas a partir do rico universo das manifestações populares, principalmente brasileiras. O trabalho é resultado do método Dança e Ritmo, criado pela bailarina, percussionista e educadora Bruna Piccazio. A oficina inclui as seguintes atividades:

- Rítmica para bailarinos e percussão corporal unida às danças brasileiras e a práticas de danças contemporâneas.

- Improvisações individuais e coletivas de dança com vestimentas sonoras usadas por grupos populares e improvisações com vestimentas sonoras originais, criadas pela artista e que são usadas em seu espetáculo Fris Som.

- Mostra de vídeos coletados ao longo de 12 anos, sobre danças percussivas do mundo, sendo mais de 40 vídeos a serem exibidos.

- Produção de um espetáculo de dança percussiva contemporânea realizado pelos alunos e que será apresentado ao final da ocupação.

 

Sobre Bruna Piccazio

 

Formou-se em Dança na UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas (Bacharelado e Licenciatura), e é também percussionista. Criou as indumentárias idiofônicas (vestimentas sonoras) utilizadas em seus espetáculos, sendo pioneira na concepção e criação de tais peças. Ganhou o edital da FAEPEX Unicamp para apresentar o espetáculo Fris Som em 2014 e desenvolve o trabalho desde 2010. Foi contemplada com a bolsa PIBIC-Unicamp para pesquisar a relação entre dança e percussão no contexto das manifestações populares brasileiras. Ministrou oficinas de percussão corporal, pandeiro e consciência corporal para alunos do ensino fundamental da rede pública pelo projeto PIBID-Unicamp. Também ministrou, através do Programa de Estágio da Licenciatura da universidade, a aula Dança e Ritmo (percussão corporal unida à dança contemporânea e brasileira) para graduandos e pós-graduandos da Unicamp. Criadora do método Dança e Ritmo, publicado como Trabalho de Conclusão de Curso em Arte Educação da Unicamp. Estuda manifestações populares há doze anos e pesquisa também grupos modernos que usam instrumentos performáticos. Formou-se em disciplinas do curso de música da Unicamp, como Rítmica I, II, III, e IV, Prática de Conjunto e Instrumento, com Fernando Hashimoto e Leandro Barsalini. Criou, dirigiu e interpretou o espetáculo Imagem Sonora em 2014, que teve como convidados os músicos Caito Marcondes e Gabriel Levy. Realizou um curso de aprofundamento em História da Moda com João Braga, na faculdade SENAC.

 

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Dança Clássica, Popular e Contemporânea

Com Ana Catarina Vieira

Segundas, das 17h30 às 19h. De 13 de Julho a Setembro

Nível: Iniciante/Intermediário

 

Abordando a pesquisa de linguagem realizada por Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira durante 15 anos, esta oficina vai possibilitar a prática de diferentes vivências nas elaborações específicas realizadas nas linguagens da dança clássica, popular e contemporânea. A pesquisa que vai dar corpo à oficina foi feita pela dupla pelas necessidades individuais de formação artística.

 

Sobre Ana Catarina Vieira

 

Desde 2000, Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira desenvolvem juntos um projeto de pesquisa investigativa para dança baseado no diálogo entre suas diferentes formações artísticas: uma erudita, outra popular.

 

Ana, formada na técnica do Ballet Clássico e Ângelo, egresso do Balé Popular do Recife, onde foi solista e depois coreógrafo e diretor. Nestes sete anos de percurso de pesquisa em dança contemporânea receberam prêmios Funarte Petrobras/05, Circulação Funarte Petrobras/06, Rumos Itaú Cultural, APCA 2003 e 2007, Prêmio Klauss Vianna 2008 entre outros. Foram contemplados com IV e VII edital de Fomento à Dança do Munícipio de São Paulo e realizaram através do projeto Palco Giratório uma circulação nacional passando por onze estado e mais de quarenta cidades.

 

Como convidados passaram por importantes festivais internacionais de dança profissional, entre eles, Festival Move Berlim, Bienal Internacional de Dança de Fortaleza, Panorama Rio Dança, Queer Zagreb, Plataforma Brasil Holanda, De Par em Par, Paralelo 16.

 

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Danças Percussivas Brasileiras

Com Letícia Doretto (Leca), da Cia Cênica Nau de Ícaros

Terças, das 15h às 18h

Módulo I: Moçambiques – 14 e 21 de julho

Módulo II: Orixás – 4 e 11 de agosto

Módulo III: Caboclinhos – 18 e 25 de agosto?

Nível: Iniciante/intermediário

 

Focado na relação do corpo com a música, nas brincadeiras e jogos cênicos e no dialogo entre os aspectos tradicionais e contemporâneos de cada manifestação, esse curso traz além dos passos e princípios físicos, as construções simbólicas que regem o corpo e o movimento em cada dança.

 

Dividido em três módulos, as danças abordadas serão: Moçambiques (de bastão e gunga), Orixás (matrizes afro-brasileiras) e Caboclinho. Através do aprendizado dos passos e de jogos de improviso e investigação, com elementos sugeridos pelo próprio contexto das danças, como as saias, os bastões, as preacas e as toadas, os alunos irão descobrir o “ser brincante”, aspecto presente nas danças populares do Brasil, e presente em cada um.

 

O brincar, cantar e dançar sempre estarão em diálogo, ampliando os sentidos de cada dança aprendida. O curso conta com a presença de dois percussionistas: Denis Duarte e Chico Valle, que farão a musica ao vivo e conduzirão as aulas junto à professora. Indicado para bailarinos, atores e educadores com alguma experiência corporal.

 

Sobre Leticia Doretto Gonçalves

 

Bacharelada e Licenciada em Dança pela Universidade de Campinas (Unicamp), desenvolve desde 1995 um amplo trabalho a partir das danças populares brasileiras, no qual elementos e matrizes da cultura popular são trabalhados como mola propulsora de um trabalho contemporâneo na formação de público, artistas e na criação de espetáculos.

 

Desde 1999 faz parte da Cia Cênica Nau de Ícaros como intérprete, criadora e preparadora corporal, desenvolvendo junto ao grupo um trabalho de investigação de linguagem e criação de espetáculos, workshops e eventos.

 

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Dança Contemporânea E Musicalidade

Com Mariza Virgolino

Terças, das 20h às 21h30.  14 de julho e 18 agosto

Nível: Iniciante/intermediário

 

Dentro da pesquisa das qualidades e dinâmicas de movimento sugeridas pela dança contemporânea, procura despertar um ritmo interno para a execução da movimentação. Sugerir ritmo e música externa e, a partir disso, buscar preencher o espaço-tempo que está entre as acentuações de gestos ou movimentos. Consciência corporal, fluxo, peso, vetores e sequências de movimentos serão fio condutor para a exploração.

 

Sobre Mariza Virgolino

 

Natural de Belém, Pará, onde teve como base de sua formação o balé clássico pelo método Royal Academy of Dancing. Formada em Bacharelado e Licenciatura em Dança pela Universidade Estadual de Campinas e certificada no método Pilates pelo CGPA® e DeMarkondes Pilates®. Atuou no espetáculo “Uma Trilha para sua História”, de Gustavo Kurlat, contemplado pelo prêmio APCA 2014 de melhor espetáculo de dança infantil. Em 2012, atuou como intérprete colaboradora na J.Gar.Cia, com o espetáculo-instalação “Caixa de Vidro” e performance site-específic do espetáculo “Área Reescrita”. Integrou a Cia. de Dança Domínio Público de 2008 a 2011, sob direção de Holly Cavrel. Atuou na peça “As Folhas do Cedro” de Samir Yazbeck e foi coreógrafa na peça “Amor Te Espero”, de Ésio Magalhães e Tiche Vianna. Participou do Projeto “Work in Progress”, coreografado por Luis Fernando Bongiovanni, durante residência artística com o método Forsythe, na Unicamp. Participou do 12º Projeto Passo de Arte 2004, obtendo 1º lugar na modalidade Dança Moderna, com coreografia de Rubén Terranova. Fazem parte de sua formação e pesquisa em dança, entre outros, estudos em contato-improvisação, danças brasileiras e teatro físico. Este último através de experiências com atores do Lume Teatro (Naomi Silman, Raquel Scotti Hirson, Jesser de Souza), Elias Cohen, diretor artístico da Post-Escuela Kosmos in Moviment (Kim), e em butoh com os atores-bailarinos Kota Yamazaki, Yael Karavan e Tadashi Endo.

 

 

Hip Hop

Com Jezreel Sales

Segundas, das 16 às 17h30. 13 de julho a setembro

Nível: Iniciante/intermediário

 

A oficina pretende repassar os conhecimentos acerca da cultura Hip Hop. O freestyle, diferente do que muitos pensam, não é “estilo livre” e sim “improviso”. O Hip Hop é uma cultura e não uma dança. No Bronx (New York), essa cultura nasceu e, com ela, a dança dos bboys, perto dali, no Brooklyn (New York). Além do Up Rock, havia o Freestyle, em que as pessoas criavam suas próprias danças em festas (danças sociais) para a música da cultura Hip Hop.

 

Em muitos lugares, essa dança é chamada de Hip Hop Dance, que significa a dança da cultura Hip Hop, e isso é errado, pois a dança oficial da cultura é a dança dos bboys.

 

O Hip Hop Freestyle é o conjunto das danças sociais afro-latino-americanas e suas variações. A primeira dança social do Hip Hop Freestyle é a que da a forma, o “feeling”. Como chamada pela maioria, é o movimento do tronco de cima para baixo e isso é o Hip Hop Freestyle na forma mais básica (fundamental). Muitas outras danças sociais foram aderidas ao estilo: Smurf, The Wop, Cabbage Patch, The Fila/Rambo, Bart Simpson, entre outras. O Hip Hop Freestyle tem uma forma com fundamentos bem definidos e muita história.

 

Sobre Jezreel Sales

 

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Girassons

Com Geórgia Gugliotta

Quartas, das 14h às 16h – 15 de julho a setembro

Nível: Iniciante/intermediário

 

As oficinas propõem passeios e conexões sonoras despertos entre o gesto, a dança e a palavra. Pela “cria-ação” de novas experiências e consciências que giram através dos sentidos, da poesia e de movimentos sonoros, degustados “al sabor del ritmo flamenco”. Geórgia Gugliotta tem uma extensa formação como dançarina de flamenco, tendo vivido na Espanha por mais de 15 anos para concluir seus estudos. É fundadora da Orquestra de Palmas do Brasil e propõe uma didática que funde a cultura espanhola com a cultura brasileira dos ritmos e movimentos.

 

Sobre Geórgia O. Gugliotta

Certificada no Método Pilates por Polestar Pilates Education na Espanha, com diversos cursos de especialização, onde residiu por quase 15 anos. Certificada no Método Feldenkrais de Educação Somática pela AFB, Associação Feldenkrais do Brasil.  Estudos de Técnica Alexander, durante vários anos, em Sevilla, Espanha. Bailarina e “bailaora” de flamenco, com diversas formações, conta com mais de 20 anos de experiência na didática da dança e do movimento. Tem extensa atuação em vários países como Espanha, Suécia, Peru, Paraguai, França, Canadá, Holanda e Brasil. Desenvolve também seu trabalho aplicado ao uso da voz e preparação corporal de atores, músicos e bailarinos.

 

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Dança, Percussão Corporal e Instrumentos Do Cotidiano

Com Luiz Zanetti

Terças,  das 20h às 21h30. De 25 de agosto e setembro

Nível: Iniciante/intermediário

 

Percussão em movimento. O curso consiste em aulas que proporcionem ao aluno um olhar mais amplo e moderno da música, do ambiente sociocultural em que vive e de si mesmo. Com isso, som e movimento são vistos sob esse mesmo enfoque, ampliando seu uso convencional, estando diretamente ligados às danças populares do Brasil. O conteúdo artístico do curso é vasto. Serão exploradas duas vertentes da percussão: a percussão corporal, em que o corpo se torna o instrumento, explorando técnicas de Gumboots e Barbatuques, e a não convencional, executada em objetos do cotidiano, como garrafas pet e cabos de vassoura.

 

Sobre Luis Zanetti

É diretor do Núcleo Batuntã, desde 2004, coordenando a banda de mesmo nome, que se apresenta por todo o País e gravou o DVD Fernanda Porto, em 2006, e o CD Pé com Pé, da Palavra Cantada, em 2005.

 

É percussionista formado pelo Conservatório Souza Lima, com licenciatura em áudio e vídeo pela FAAM, em São Paulo. No Exterior, tem licenciatura pelo The San Francisco Orff Course (Estados Unidos). Foi compositor e diretor musical da peça Tendepá Tegman, vencedora do festival de Teatro de Guaçuí, em 2005 e percussionista da banda Ladainha, entre 2006 e 2010. Realizou workshops de percussão corporal, com Fernando Barba, e de maracatu, com Walter França e Shacon Viana.

 

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Danças Afro-Brasileiras e Vivências Moçambicanas

Com Bruna Piccazio/Lenna Bahule

Segundas, das 13h30 às 15h. De 13 de julho a setembro

Nível: Iniciante/intermediário   

                

Divididos em dois módulos, sendo I - Jogos e brincadeiras, e II, cantos e danças. As oficinas de Vivências Moçambicanas não são mais do que ensinamentos de rua, populares, que foram passados de geração em geração, e que simbolizam um marco de irmandade entre as etnias do povo moçambicano.

 

São vivências marcadas pelo convívio comunitário, onde Lenna repassa a dança, o canto e o ritmo acompanhados entre si, e que fazem a alegria e a celebração do encontro. Haverá jogos populares e infantis que são, também, herança das brincadeiras de rua, criadas espontaneamente e que perpetuam até hoje nas ruas e bairros rurais em algumas cidades do país. Estando a maioria das atividades em línguas locais Moçambicanas (changane, xitswa, chopi), os participantes irão aprender as palavras, e seus significados, conhecendo assim, novas línguas e fonéticas.

 

Bruna Piccazio fará uma releitura contemporânea da dança afro-brasileira, propondo um trabalho criativo a partir das histórias mitológicas e por meio das diferentes texturas estimuladas pela interpretação dos elementos da natureza. Também trabalhará com exercícios práticos em que serão repassados determinados padrões de relação entre ritmo e timbre à resposta corporal, observados em pesquisa de campo.

 

Sobre Lenna Bahule

Lena orienta, conduz e pesquisa atividades relacionadas à música vocal africana e ao aprofundamento artístico e criativo musical em grupos de estudo, aulas particulares e em encontros abertos, além das Oficinas de Vivências Moçambicanas, com jogos, brincadeiras infantis, cantos e danças populares de sua terra natal.

 

Iniciou sua formação em música aos cinco anos, tendo ingressado na Escola Nacional de Música (ENM) em Maputo, onde estudou piano como instrumento principal durante oito anos. Começou a fazer carreira solo como vocalista em 2006, escrevendo canções, participando em festivais culturais e de intercâmbio e fazendo colaborações com diversos artistas moçambicanos e estrangeiros, experimentando gêneros musicais variados.

 

Colaborou com artistas como Simba, Mingas, Ras Haitrm e Deodato Siquir, de Moçambique e Spirits Indigenous, da Suazilândia. Um dos destaques de sua trajetória profissional foi o trabalho como backing vocal do veterano artista moçambicano Stewart Sukuma, com quem a artista excursionou por vários países da Europa e no Brasil, rendendo-lhe grande projeção – em especial, por suas apresentações em dueto com o artista. Fez parte do TP50, grupo de moçambicanos que atua com canções do repertório popular brasileiro, o que tornou possível a ponte para sua vinda ao Brasil.

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