Recriando o universo da era de ouro da Rádio Nacional, a peça A Moça da Cidade conta a saga de Ambrosina, jovem nordestina que tenta a vida no Rio de Janeiro, nos anos 1950. Depois de estada carioca bem-sucedida (ficou entre as 10 melhores de acordo com a revista Veja Rio), a comédia cumpre temporada gratuita na Caixa Cultural São Paulo, entre 10 e 19 de julho, de sexta a domingo, às 19h15. Marca a estreia como diretor de teatro do ator Rodrigo Pandolfo, indicado duas vezes ao Prêmio Shell de Melhor Ator e três vezes ao Prêmio APTR na mesma categoria, levando o troféu em 2010.
O texto do dramaturgo sul mato-grossense Anderson Bosh foi contemplado pelo Pre?mio Funarte de Dramaturgia da regia?o Centro-Oeste 2001. É “uma peça dentro da peça” apresentada por atores-locutores que ora narram a história, ora vivem os personagens que cruzam a vida da protagonista, uma anti-hero?ina, ingênua e otimista, que vive diversos amores fracassados. No elenco estão Lu Camy, Gabriel Delfino Marques e Marco Bravo.
Confeccionado em ferro e madeira, o cenário do arquiteto e cenógrafo Miguel Pinto Guimarães reproduz um estúdio de rádio. Com direção de Felipe Bond, projeções de vídeo, todas em preto e branco, fazem referência ao cinema antigo. Bruno Perlatto assina o figurino de época e Tomas Ribas o desenho de luz. A direção musical é de Marcelo Alonso Neves.
Usando a linguagem da radionovela, o espetáculo é dividido em três capítulos, que são separados por jingles publicitários antigos e notícias sobre importantes acontecimentos mundiais. Os efeitos sonoros sa?o executados ao vivo pelos atores/operadores da emissora. A trilha foi escolhida por Pandolfo por meio de pesquisa dos hits da rádio entre as décadas de 1940 e 60. A ideia é resgatar a nostalgia da época, com clássicos como Ontem ao Luar (Vicente Celestino), The Lion Sleeps Tonight (The Tokens), Algum Dia te Direi (Gilberto Alves) e You Are the Top (Cole Porter).
“Procurei resgatar a doçura das histórias de amor, privilegiando o realismo fantástico, o universo mágico e sonhador, através do ponto de vista da personagem principal. Nossa geração está perdendo o contato profundo com o outro. As relações se redimensionam para um campo mais raso, menos arriscado, mais pueril. Meu desejo foi resgatar o gosto pela delicadeza e pelo romantismo, presentes de forma vivaz na Era de Ouro da Rádio Nacional”, fala Rodrigo Pandolfo.
A encenação é caracterizada por um jogo teatral bem-humorado, fazendo relação entre o antigo e o moderno. Os atores interpretam vários personagens. “Primeiro todos são locutores da rádio, depois o universo fantástico toma conta da cena. A partir daí, somente a personagem principal permanece com sua ‘máscara’. Os outros dois atores se revezam entre locutores e personagens que rodeiam o mundo de Ambrosina. São 12 personagens no total”, conta o diretor.
Sobre o texto
A Moça da Cidade faz referência ao roteiro cinematográfico do Humberto Mauro, A Noiva da Cidade. Nele uma carioca farta das futilidades da sua rotina social vai para o interior para mudar o estilo de vida e buscar um amor mais puro. Já a protagonista da peça do Anderson Bosh deixa seu ambiente familiar provinciano para descobrir os encantamentos que o Rio de Janeiro pode propiciar. As duas obras têm elementos de comédia e melodrama.
Sobre o diretor
Em sua estreia na direção teatral em A Moça da Cidade, Rodrigo Pandolfo alterna cenicamente entre a contação da história num estúdio de rádio e as sequencias dramatizadas. Atualmente, ele também se dedica a um novo projeto teatral: uma adaptação de Macbeth para três atores que dirigirá, com estreia em 2016. Antes, ele foi assistente de direc?a?o de As Bruxas de Salé?m, dirigido por Anto?nio Abujamra e Joa?o Fonseca.
Agora, como ator, está em cartaz com Galileu Galilei, de Bertolt Brecht, ao lado de Denise Fraga, Ary França, sob a direção de Cibele Forjaz. Por R&J, de Shakespeare – Juventude Interrompida, foi indicado ao Pre?mio APTR e ganhou o Pre?mio I?talo Rossi de Melhor Ator.Por seu desempenho em O Despertar da Primavera – O Musical, dirigido por Möeller e Botelho, foi indicado aos Pre?mios Shell e Arte Qualidade Brasil de Melhor Ator e ganhou o Pre?mio APTR de Melhor Ator-Coadjuvante. Foi indicado aos pre?mios Shell e APTR de Melhor Ator também por Cine-Teatro Limite.
Em televisa?o, seus u?ltimos trabalhos foram: Geração Brasil, com direc?a?o de Denise Saraceni (como o coreano Shin-Soo); Junto e Misturado e A Mulher do Prefeito, seriados dirigidos por Mauri?cio Faria; A Menina sem Qualidades, se?rie com direc?a?o de Felipe Hirsch;Cheias de Charme, novela com direc?a?o de Denise Saraceni; Afinal, o que Querem as Mulheres?, seriado dirigido por Luis Fernando Carvalho; e Mulher de Fases, se?rie dirigida por Ana Luiza Azevedo e Marcio Schonardie, na HBO. No cinema fez Minha Mãe E? uma Peç?a; Faroeste Caboclo; e O Concurso.
Sobre o elenco
Lu Camy, que também é responsável pela concepção do espetáculo, atuou, entre outras peças, em Bruxarias Urbanas (2007), texto e direc?a?o de Jo? Bilac; e Limpe Todo Sangue Antes que Manche o Carpete (2007), texto de Jo? Bilac e direc?a?o de Vini?cius Arneiro. É formada pela Escola Te?cnica de Teatro Martins Pena (2006) e graduada em Artes Ce?nicas pela UniverCidade (2008) no Rio de Janeiro.
Gabriel Delfino Marques integrou a companhia teatral Alfândega 88 e o grupo italiano Teatro Potlach. Trabalhou com a metodologia do Teatro do Oprimido, de Augusto Boal, com pessoas em situação de rua.
Marco Bravo participou como ator de Sete Vidas (Globo), Milagres de Jesus (Record) e As Canalhas (GNT) mais recentemente. Atuou nas novelas Beleza Pura, Duas Caras e Escrito nas Estrelas. No cinema esteve em Assalto ao Banco Central, O Concurso e Muita Calma nessa Hora 2. Foi diretor e ator do musical Tudo por um Pop Star, vencedor do Prêmio Jovem Brasileiro de Teatro 2013. Fez parte do elenco e foi assistente de direção de Pedro Vasconcelos (diretor geral da TV Globo) na peça Dona Flor e Seus Dois Maridos, apresentada em 175 cidades.
Opinião da crítica especializada
A peça, que estreou em maio de 2014 no Sesc Copacabana, reestreou em agosto no Teatro Ipanema e em seguida fez uma terceira temporada em janeiro de 2015 no teatro Leblon, teve repercussão positiva no Rio de Janeiro.
“A comédia de Anderson Bosh ganha vida adoravelmente na montagem dirigida por Rodrigo Pandolfo. O elenco, encantador, parece se divertir e transmite essa sensação ao público.” Rafael Teixeira, crítico Veja Rio e jurado Prêmio APTR de Teatro.
"Rodrigo Pandolfo impõe à cena uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico. E também deve ser creditado o mérito suplementar de ter extraído ótimas atuações do elenco.” Lionel Fisher, jurado dos Prêmios APTR e Cesgranrio de Teatro.
“O resultado de A Moça da Cidade e? excelente, porque, no espeta?culo, esta?o combinados todos os ingredientes necessa?rios para fazer dele um grande divertimento, para todas as idades e para pessoas as mais ecle?ticas em seus gostos pessoais. E? um espeta?culo li?rico, poe?tico, lindo, ao mesmo tempo que diverte (...)”. Gilberto Bartholo, jurado Prêmio APTR de Teatro.
"É uma delícia ver A Moça da Cidade. Com pouquíssimas pretensões e muito investimento estético, a peça diverte e emociona enquanto apresenta excelentes trabalhos de interpretação, de direção, de cenário, figurino, trilha sonora, iluminação e de projeções.”. Rodrigo Monteiro, jurado Prêmio APTR de Teatro.
Ficha técnica
Texto: Anderson Bosh. Direc?a?o: Rodrigo Pandolfo. Elenco: Lu Camy, Marco Bravo e Gabriel Delfino Marques. Cena?rio: Miguel Pinto Guimarães. Figurino: Bruno Perlatto. Iluminac?a?o: Tomá?s Ribas. Trilha Sonora: Rodrigo Pandolfo. Direção Musical: Marcelo Alonso Neves. Preparação Corporal: Ana Achcar. Direção de Movimento e Coreografias: Victor Maia. Direção de Vídeos: Felipe Bond.Assistência de Direção: Victor Varandas. Visagismo: Sid Andrade. Programac?a?o Visual: Andrea Batitucci. Produção Executiva: Rodrigo Turazzi. Direc?a?o de Produc?a?o: Denise Escudero.
Serviço
A Moça da Cidade – Estreia dia 10 de julho, sexta, às 19h15. Temporada: Sexta a domingo, às 19h15, até 19 de julho, na Caixa Cultural São Paulo. Praça da Sé, 111 - Centro, São Paulo. Acesso para portadores de deficiência. Telefone: 3321-4400. Grátis. Os ingressos poderão ser retirados na bilheteria com uma hora de antecedência. 80 lugares . Duração: 60 minutos. Indicação de faixa etária: Livre. Patrocínio: Caixa Econômica Federal