Cultura - Educação

10 de junho - Dia da Língua Portuguesa

9 de Junho de 2015

O próximo dia 10 de junho é o Dia Mundial da Língua Portuguesa, data comemorada pelo mundo lusófono, ou seja, pelos oito países que falam o idioma: Brasil, Angola, Timor Leste, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Para marcar o dia, o Criar Redação faz uma releitura da campanha “Preserve a Língua Portuguesa”, lançada no ano passado. A ação foi criada com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância do nosso idioma.

 
 

Nesta segunda edição, a campanha volta a fazer alusão a animais que estão em extinção e utiliza imagens de baleias, pandas, rinocerontes e tartarugas – estilizados tal como palavras que têm conexão direta com a língua. São elas: vocábulo, sintaxe, concordância e estrutura. A campanha será propagada tanto pela internet como por meio de ações nas ruas de Ribeirão Preto e em cidades onde há unidades do Criar, em escolas, livrarias e espaços de cultura.

 
 

A intenção do Criar, que também completa 24 anos,em 10 de junho, é mostrar que tal como os animais, a Língua Portuguesa sofre maus tratos, seja na forma escrita ou falada, “principalmente quando é transmitida pela internet e redes sociais – meio que transforma dia a dia o idioma”, acrescenta o professor de Língua Portuguesa, Luiz Cláudio Jubilato.

 
 

O professor esclarece que a campanha não visa criticar a linguagem que se espalha com facilidade pelas redes sociais, mas sim defender que, fora da internet, as pessoas precisam se comunicar de forma culta, valorizando a beleza do nosso idioma. “Uma língua é um organismo vivo, por isso é comum que ela passe por uma constante mutação, mas, apesar destas adequações necessárias ao longo do tempo e dos lugares, é preciso estudá-la, de forma que a norma culta seja prevalecida. A língua culta, também conhecida como erudita, é a mãe de todas as demais variações do idioma”.

 
 

Jubilato alerta que as pessoas precisam conhecer a Língua Portuguesa, saber usá-la com eficiência e segurança. “Essa capacidade de dominar o próprio idioma expande as fronteiras da linguagem e propaga a nossa marca pessoal em qualquer canto do mundo”, comenta.

 

Muita gente pensa que, como nasce falando Português, já sabe tudo sobre a língua. Mas, o professor garante: “Não é tão simples assim. Falar corretamente para evitar as famosas “gafes”, a perda de uma vaga de emprego ou um zero na redação, exige, principalmente, conhecimento das regras da gramática, ter ampla leitura e saber escrever e se comunicar bem”, conclui.

 

A Língua Portuguesa no mundo

O Português é um idioma que viajou por todos os cantos do mundo e, por isso, se tornou a língua oficial de muitos povos. Com aproximadamente 280 milhões de falantes, trata-se da 5ª língua mais falada no mundo, a 3ª mais falada no hemisfério ocidental e a mais falada no hemisfério sul do nosso planeta.

 

Português no Brasil

Basta viajar por diferentes locais do país, para se perceber facilmente a variação dos sotaques e os famosos regionalismos. O jeito de falar, as pronúncias e termos específicos também podem ser observados nas produções televisivas e nas radiofônicas, pois cada região apresenta suas peculiaridades. “Nossa língua é uma só, mas, diante da extensão territorial do Brasil, há variações evidentes no idioma e nas pronúncias das palavras”, explica o professor Luiz Cláudio Jubilato, diretor do Criar Redação.

Há uma explicação lógica para os diferentes sotaques e alterações nas expressões populares sob o ponto de vista histórico. “Devemos também pensar também: de que Língua Portuguesa estamos falando: a das diferentes classes sociais, a das diversas profissões, a dos diversos movimentos culturais urbanos e interioranos ”, cita.

A influência vem também das línguas indígenas e africanas, pois os primeiros contatos linguísticos do português falado no Brasil foram com estes povos. Posteriormente, a partir do século 19, os imigrantes de outras partes do mundo contribuíram para o nosso conjunto de sotaques e formação das expressões que formam o nosso vocabulário como um todo.

Esse passado histórico foi capaz de formar pelo menos 16 sotaques brasileiros sem contar os dialetos indígenas. São eles: o sotaque caipira (engloba parte do interior do Estado de São Paulo, norte do Paraná, sul de Minas Gerais, partes do Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso, Goiás e Rondônia; sotaque carioca (toda a cidade do Rio de Janeiro); sotaque fluminense (cidades do Estado do Rio de Janeiro); sotaque gaúcho (Rio Grande do Sul); sotaque mineiro (Estado de Minas Gerais); sotaque nordestino (partes dos Estados do Nordeste brasileiro); sotaque baiano (Bahia, Alagoas, Sergipe, partes do Estado de Minas e Espírito Santo); sotaque cearense (Estado do Ceará); sotaque do interior de Pernambuco (algumas regiões do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte); sotaque maranhense (região do Estado de São Luís e interior com destaque em sons nasais marcantes com influência do estado do Norte); sotaque recifense (Recife, Olinda e arredores. Destaca-se o som de /s/ transformado em /sh/ nos plurais); sotaque nortista (Amazonas, partes do Pará com influencia do tupi); sotaque manezês(Quase um dialeto que se aproxima do açoriano, em parte do litoral do Estado de Santa Catarina); sotaque paulistano (cidade de São Paulo e regiões metropolitanas próximas); sotaque sertanejo(região Centro-Oeste. Assemelha-se ao caipira); sotaque sulista (falado nos estados do Paraná e Santa Catarina).

Saiba mais, acesse:

 www.facebook.com/preservealinguaportuguesa

www.facebook.com/criarribeirao

www.cursocriar.com

 

Mais informações para imprensa:


Influências na língua em cada região

Região Sul– houve imigração  de italianos, alemães e outros povos oriundos do leste europeu. Há também influência do espanhol falado nos países que fazem fronteira com o Estado do Rio Grande do Sul

Região Nordeste – Em Pernambuco, por exemplo, a influência veio dos holandeses dos tempos de Maurício de Nassau.

Região Sudeste - No Rio de Janeiro, que foi sede da corte portuguesa entre 1808 e 1821, a influência do sotaque português pode ser percebida através do jeito de pronunciar o “S” bem chiado. Já em São Paulo, há uma mistura de tendências, com mais propensão às influências do italiano (Português macarrônico)das várias línguas orientais e dentre as de outros povos.

Região Nordeste – A língua indígena foi predominante na região, mas também houve influências de povos estrangeiros como holandeses, espanhóis, franceses e dos ingleses - que implantaram as ferrovias na região. 

Na Região Norte - em virtude do distanciamento geográfico, a região ficou menos exposta à influência estrangeira, o que manteve o sotaque encontrado na região mais próximo à prosódia das línguas indígenas.

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