Memórias de um sargento de milícias é uma obra de transição para o Realismo, por este motivo é uma obra tão valiosa a Literatura Brasileira.
Em vez de salões aristocráticos e dos ambientes sofisticados, como aqueles que aparecem em A Moreninha, a ação do romance Memórias de um sargento de milícias se passa nas ruas e casebres do Rio de Janeiro do "tempo do rei" (D. João VI), com seu povo alegre e seus tipos pitorescos - as comadres, os moleques, os soldados, as mulatas
A figura central, que garante a unidade das inúmeras ações que se sucedem num ritmo bastante dinâmico e divertido, é Leonardo, filho enjeitado de Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça, criado pelos padrinhos: uma parteira (comadre) e um barbeiro (compadre).
O narrador, que frequentemente interrompe a narrativa para comentar as ações das personagens, focaliza a vida agitada de Leonardo, seus casos com a mulata Vidinha, o namoro com Luisinha e seus planos para escapar das perseguições do severo major Vidigal.
Release
A descrição de cenas e festas populares batizados, procissões, folias etc, dá a montagem teatral um toque de realismo e de documentário da vida da época, que contribuiu para sua grande aceitação junto ao público.
A obra transposta para o teatro pela ER Arte é um verdadeiro marco na transição para o Realismo: os personagens não são idealizados, o amor não é supervalorizado e idealizado (e muito menos são as volúveis mulheres), o herói está longe de ser perfeito e existe uma certa comicidade incomum com os romances da época.
Ao escolhermos “Memórias de um Sargento de Milícias” sabíamos que o desafio seria grande, mas após tantos anos de teatro de tão boa qualidade, elogiado pela crítica e prestigiado pelo público, o grupo se dispôs a enfrentar este desafio. Para tanto, a contratação de profissionais de alto nível não vinculados ao grupo e a corrida por verbas que permitissem uma produção bem cuidada foram os primeiros passos. Depois disso, um apurado e longo estudo sobre a vida e obra de Manuel Antonio de Almeida ganhou frente a todos os integrantes do grupo para assim, não fugirmos em nenhum momento a realidade descrita pelo autor.
Durante todo o processo, entretanto, estivemos cercados de muito entusiasmo e profissionalismo. Não é por acaso que a ER Arte pode comemorar 18 anos de existência. E resistir há 18 anos no cenário teatral paulista já é um grande feito!
Mas a ER não se contenta com isso. Produzir espetáculos de bom gosto e buscar uma linguagem popular parece ser uma meta sempre presente para nós.
Ficha Técnica:
Direção geral e encenação: Edu Rodrigues
Direção de Produção: Cristiane Marques
Assistente de direção: Reynaldo Sapucaia
Coreografia: Carol Garcia
Cenário: Nilton Araujo
Maquinista: Fernando Borges
Consultoria: Paulo Del Castro
Adaptação: Edu Rodrigues
Operador de som Maycon Turell
Operador de Luz: Paulo Arguery
Maquiagem: Christian Querido
Fotos : Gilberto Rosa
Realização: ER Arte Produções
Elenco
Roberto Rocco
Bruno Galdino
Carol Gomes
Ghell Silva
Christopher Jonas
Fernando Borges
Camila Mendonça
Serviço
Teatro Fernando Torres –
Lugares: 687
Rua Padre Estevão Pernet , 588
Próximo às estações de Metro: Tatuapé e Carrão
Cafeteria no local: Tablado Café
Informações / Bilheteria: (11) 2227-1025
Bilheteria: de terça a quinta, das 14h às 20h; ou dinheiro.
Estacionamento no local (ESTAPAR): R$ 20.00 (preço único).
Estreia em 10/06/2015 até 01/07/2015
Quarta Feiras as 20:30hs
Valor: $ 60,00 inteira / $ 30,00 meia