O projeto que já passou pelas linhas Esmeralda, Rubi e Turquesa chega agora na linha Coral. As apresentações acontecem na Estação Guaianazes, dia 8 de maio, sexta-feira, às 20h; Estação Poá, dia 12 de maio, terça-feira, às 20h;Estação Suzano, dia 21 de maio, quinta-feira, às 20h e Estação Mogi das Cruzes, dia 23 de maio, sábado, às 11h. As sessões são gratuitas.
A montagem tem direção de Renata Zhaneta e traz no elenco Daniela Giampietro, Juliana Liegel, Luiz Calvvo, Miriele Alvarenga, Nei Gomes, Osvaldo Pinheiro, Sérgio Zanck, Paula Cortezia e Zeca Volga.
O projeto contempla 25 estações, em 18 municípios cobertos pela malha ferroviária da CPTM. As sessões acontecem nas saídas das estações, possibilitando o acesso do público que não precisa pagar passagem de trem para assistir o espetáculo. A cada apresentação, o grupo disponibiliza esteiras de palha para acomodar a plateia. O local de apresentação também é escolhido próximo a bancos comuns, em todas saídas das estações, para acomodar todo tipo de público.
Na trama, uma pequena caravana participa de uma corrida em direção à cidade de Urga, a expedição que chegar primeiro ganha como prêmio uma concessão para explorar petróleo. Durante a viagem são expostos a relação entre explorador e explorado, assim como os mecanismos que legitimam o abuso de um e a submissão do outro.
Associando a relação da expedição ao caminho percorrido pelos trabalhadores diariamente nas viagens de trem, o grupo propõe estabelecer um diálogo com a classe trabalhadora. Ao colocar em perspectiva questões pertinentes à sociedade, a obra brechtiana oferece um importante instrumento para a compreensão das atuais crises do capitalismo e de suas inevitáveis consequências para a ordem mundial. A encenação pressupõe o espaço da rua como meio de ampliar o alcance político e popular do texto.
Para o grupo, o resultado mais importante do espetáculo no que diz respeito ao retorno do público foi a constatação da relevância e da atualidade da obra de Bertolt Brecht no atual panorama sócio-político brasileiro.
“Refletindo o texto metaforicamente, pretendemos levar nosso teatro àqueles que diariamente realizam, assim como a personagem O Carregador de Brecht, uma trajetória árdua no sistema onde a humanidade é uma exceção”, explica o ator Osvaldo Pinheiro.
Tendo o teatro épico, e sua relevância social e política, como principal eixo de seus estudos estéticos, a Cia Estável de Teatro busca imprimir em sua prática novas possibilidades de interlocução com o entorno imediato.
Dessa maneira, desenvolve há 8 anos uma intensa pesquisa junto aos 1.200 homens em situação de rua, acolhidos do albergue Arsenal da Esperança, localizado na região da Mooca. Uma, dentre outras tantas ações resultantes desta experiência, foi a montagem do espetáculo a Exceção e a Regra, um dos textos mais montados do dramaturgo alemão de Bertolt Brecht.
Desde 2012, o grupo realiza uma intensa circulação com o espetáculo por espaços não convencionais, praças e sedes de outros coletivos teatrais na cidade de São Paulo e no interior do Estado. Em 2013, contemplados pelo Prêmio Myriam Muniz de Teatro apresentaram a peça nas cidades de Fortaleza e Solonópole, no Ceará e Campo Grande e Dourados, no Mato Grosso do Sul, ambas em 2014. Participaram de importantes festivais e mostras de teatro de rua como VII Mostra de Teatro de Rua de São Miguel Paulista, I Mostra Pela Paz, III Feira de Teatro de Rua em Sorocaba e Votorantim, Mostra do Gueto no Espaço Clariô, II Festival Flaskô, XIX Mostra de Teatro Monte Azul, VI Festical, Semana de História Unifesp, no encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua (RBTR) no Acre, dentre outros.
Sobre a Cia Estável de Teatro
Com 13 anos de trajetória o grupo formado na escola de teatro da Fundação das Artes de São Caetano do Sul foi contemplado em 6 edições da Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. O coletivo tem como premissa de sua pesquisa a criação em conjunto com a comunidade onde está inserida. O primeiro projeto do grupo foi o “Amigos da Multidão”, realizado no teatro distrital Flávio Império, em Cangaíba, zona leste de SP, onde, por intermédio do edital de Ocupação dos Teatros Distritais em 2001 e da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, desenvolveu uma programação diária com oficinas, espetáculos artísticos, saraus e apresentações de peças de seu próprio repertório.
Dentre elas, o espetáculo “Incrível Viagem”, de Doc Comparato e direção de Renata Zanetha, que também foi apresentado no projeto “Formação de Público” da Secretaria Municipal de Cultura. Foram montados também os espetáculos Flávio Império, Uma Celebração da Vida”, de Reinaldo Maia e direção de Renata Zanetha, e “Quem Casa, Quer Casa”, de Martins Penna, com direção de Nei Gomes.
Com “O Auto do Circo” (2004) de Luis Alberto de Abreu e direção de Renata Zhaneta, participaram do Festival de Teatro de Curitiba e Janeiro da Comédia, em São José do Rio Preto. A partir de 2006, a Cia. Estável de Teatro passou a fazer residência artística no Arsenal da Esperança, casa de acolhida que abriga 1.200 homens em situação de rua localizada ao lado do Museu do Imigrante, no bairro do Brás. Dentro do espaço, uma lona de circo foi armada servindo de picadeiro e lugar de convivência dos acolhidos.
No espetáculo “Homem Cavalo & Sociedade Anônina”, de 2008, o grupo aprofunda a pesquisa nas relações entre o modo de produção capitalista e a exploração do trabalho. Em 2009, o espetáculo foi convidado a participar do Festival Flaskô Fábrica de Cultura, do encontro estadual do MST em Itapeva, na Escola Nacional Florestan Fernandes e participa 5 Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas.
Em 2011, o grupo comemorou 10 anos com uma mostra de seu repertório. Também lançou o livro “Das Margens e Bordas – Relatos de Interlocução Teatral Cia Estável 10 Anos”. Nele estão textos críticos produzidos por integrantes do grupo e colaboradores, o roteiro do espetáculo “Homem Cavalo & Sociedade Anônina” e extenso material iconográfico.
A companhia integra, há seis anos a Rede Brasileira de Teatro de Rua (RBTR) e é grande parceira do Movimento de Teatro de Rua de São Paulo (MTR).
Ficha Técnica:
Texto - Bertolt Brecht. Direção - Renata Zhaneta . Elenco - Daniela Giampietro, Juliana Liegel, Luiz Calvvo, Miriele Alvarenga, Nei Gomes, Osvaldo Pinheiro, Sérgio Zanck, Paula Cortezia e Zeca Volga. Núcleo de trabalho para dramaturgia - Andressa Ferrarezi, Daniela Giampietro, Nei Gomes e Maurício Hiroshi. Tradução - Alexandre Krug . Direção Musical - Sérgio Zanck. Provocadores em processo de montagem Teatro de Rua - Calixto de Inhamús e Fábio Resende. Teatro Dialético e Dramaturgia - Sérgio de Carvalho. Músicas - Osvaldo Hortencio e Sérgio Zanck. Cenário e Adereços - Valter Mendes e Dani Abreu. Figurino - Kath Ulian. Maquiagem - Dani Ferrarezi. Produção - Hayanne Oliveira e Adriano Antônio.Projeto Gráfico - Rafael Nunes e Jonatas Marques.
Serviço:
A Exceção e a Regra com a Cia Estável de Teatro.
Dia 8 de maio (sexta-feira, às 20h) na Estação Guaianazes
Dia 12 de maio (terça-feira, às 20h) na Estação Poá
Dia 21 de maio (quinta-feira, às 20h) na Estação Suzano
Dia 23 de maio (sábado, às 11h) na Estação Mogi das Cruzes.
Duração – 60 minutos. Espetáculo de Rua - Classificação Livre. Telefone para informações – 11 98121 6554 ou 98567 8567. Ingressos - Grátis.
Informações para imprensa:
Adriana Balsanelli
Fone: 11 99245 4138