Cultura - Teatro

SPon SPoff SPend estreia dia 05 de maio de 2015, no Espaço Parlapatões

30 de Abril de 2015

SPon SPoff SPend é uma junção entre a sigla SP, de São Paulo e as palavras de origem inglesa on (ligado), off (desligado) e end (fim) e estreia dia 05 de maio de 2015, às 21h, no Espaço Parlapatões (Praça Franklin Roosevelt, 158 – Centro – São Paulo - SP) com dramaturgia de Sidnei Caria. O espetáculo é do Maracujá Laboratório de Artes e antes de estrear em São Paulo, esteve na Mostra Oficial do Festival de Curitiba em março de 2015, com grandes repercussões polêmicas junto à crítica e ao público. A peça foi contemplada com a 1ª edição do Prêmio Zé Renato, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

 
 

Esse espetáculo é a primeira incursão do grupo no teatro adulto, em comemoração aos 10 anos de trabalho da companhia (que serão completados em 2015), e o primeiro trabalho feito com um diretor convidado – Fernando Escrich (que fez parte do grupo Doutores da Alegria e dirigiu trabalhos com grupos e artistas como Barracão Cultural, Alexandra Golik e a Fabulosa Trupe de Variedades).

 

O Maracujá Laboratório de Artes, fundado por Sidnei Caria, é reconhecido no meio teatral pelo trabalho realizado principalmente em espetáculos infantis: O Buraco do Muro e Rabisco – Um Cachorro Perfeito são produções feitas com foco nesse público. Além desses trabalhos, o grupo esteve envolvido em várias outras montagens para crianças e só agora, aos quase dez anos de idade, volta seu foco para o público adulto com a estreia do espetáculo SPon SPoff SPend.

 
 

Sinopse

Um grupo de mendigos que vive embaixo de um viaduto em São Paulo cria uma teia de relações na qual ironicamente prevalecem, apesar das semelhanças nas condições econômicas e sociais de cada um, situações de poder e dominação do outro. Enquanto isso, uma equipe de filmagem se estabelece nas proximidades para realizar uma produção baseada no universo de uma grande cidade onde só existem mendigos, misturando os limites entre realidade e ficção.

 

SPon SPoff SPend

O espetáculo, inédito em São Paulo, é atemporal, poderia acontecer em qualquer país, em qualquer realidade, em qualquer momento. Àprimeira vista, a visão dos personagens que abrem o espetáculo (mendigos vivendo à margem da sociedade) pode trazer ao público o pensamento de que o grupo vai se limitar a discutir as questões de desigualdade econômicas e sociais presentes em nosso modo de viver. Porém, aos poucos vão sendo mostradas outras facetas, e fica claro que na verdade, a questão no plano dos mendigos é: como é possível que mesmo sem nada o indivíduo possa encontrar espaço para a dominação do homem pelo homem, como se esta fosse uma característica inerente à natureza humana?

 

Aos poucos esta camada vai se desfazendo e seus personagens principais – Sócrates, Helena, Diógenes, Getúlio e Romeu – vão revelando aspectos diferentes de si mesmos ao circularem por outros planos narrativos. Se no primeiro plano encontra-se uma comunidade de mendigos que luta para sobreviver e em função disso, cria uma hierarquia, em outro plano, descobrimos os bastidores de uma equipe de filmagem que está produzindo um filme tendo mendigos como personagens principais, onde cada personagem assume uma outra possibilidade de seu duplo: o diretor (Romeu), a atriz principal (Helena), o ator mais velho (Sócrates), o ator protagonista e produtor (Getúlio) e o assistente do diretor (Diógenes).

 

Outros planos vão surgindo: sonhos e pesadelos materializam-se no palco; o filme vai sendo gravado ao vivo; e projeções, música, bonecos e atores misturam-se, abrindo espaço para a inserção de cada vez mais planos narrativos.

Qual seria o plano real e o plano da ficção? Onde termina uma camada e começa a outra? Seria o plano do filme um sonho de grandeza dos personagens? Ou o plano dos mendigos o resultado das filmagens? Ou esses dois planos realmente existem?

 

O grupo Maracujá Laboratório de Artes

Desde sua fundação, em 2005, o Maracujá Laboratório de Artes vem realizando trabalhos artísticos, desempenhando diversas funções relacionadas à criação (como direção de arte e cenografia) para espetáculos de várias companhias teatrais paulistanas, como Pia Fraus, Parlapatões, Cia da Tribo, Le Plat Du Jour, Meninas do Conto, Teatro Natio, Barracão Cultural, Bendita Trupe, Cia. Balagan, Circo Roda Brasil, entre outros, realizando também durante este tempo um contínuo trabalho de pesquisa e treinamento de seus atores em busca de uma obra autoral.

 

O Maracujá Laboratório de Artes foi fundado pelo ator e diretor Sidnei Caria. O grupo foi formado pelos atores e bonequeiros Lucas Luciano, Silas Caria e Tetê Ribeiro, que desde então participam ativamente de suas atividades artísticas e pesquisas. Em 2010, somaram-se aos trabalhos do grupo os atores Camila Ivo e Eder dos Anjos e em 2012, Ronaldo Liano entrou para participar de O Buraco do Muro. As experimentações da companhia incluem pesquisas com vídeos, teatro de sombras, música, teatro físico, manipulação e criação de diferentes tipos de bonecos, projeção, entre outras propostas artísticas.

 

Em 2009, além dos trabalhos de cenografia, direção de arte e figurinos, também realizou performances de manipulação de bonecos e live animation em shows musicais da banda Dr Morris e os Vivos e iniciou os trabalhos para a criação de sua primeira produção teatral, que estreou em 2010: Rabisco – um cachorro perfeito. Realizado em parceria com a Pia Fraus e baseado no livro homônimo do premiado autor e cartunista Michele Iacocca, o espetáculo foi indicado em 03 categorias do Prêmio Coca Cola FEMSA 2010 de teatro infantil e jovem FEMSA (recebeu o prêmio de melhor adaptação).  Em 2013 o grupo estreou sua segunda produção: O Buraco do Muro, um espetáculo Infanto-juvenil que mistura música, teatro de bonecos, teatro de sombras e teatro físico para contar a história de 3 crianças que descobrem o prazer da leitura, indicado em 03 categorias do Prêmio FEMSA (recebeu o prêmio de melhor cenário), Prêmio Arte Qualidade Brasil (melhor espetáculo infantil nacional) e Prêmio CPT (melhor espetáculo em sala convencional). No final de 2013 grupo foi contemplado com o ProAC para a montagem de um novo espetáculo infantil, E.Terra, que trouxe ao grupo a pesquisa de música ao vivo, transformando o elenco em uma banda. O grupo acaba de ser contemplado com o 1º Prêmio Zé Renato, que proporcionou a estreia de seu primeiro espetáculo adulto, SPon SPoff SPend. O espetáculo foi convidado a estrear na Mostra Oficial do Festival de Teatro de Curitiba em março de 2015 e já tem agendadas em São Paulo temporadas no Teatro dos Parlapatões e Teatro Cacilda Becker.

 

Além destes trabalhos, o Maracujá Laboratório de Artes também participou de eventos corporativos, criando cenários, adereços e bonecos para projetos como a caravana itinerante Água para Vida Água para Todos, da WWF Brasil; Multishow (programa O Circo do Edgar); Manhas e Manias (para as empresas Mabel, Mizuno), Natura, entre outros. Em 2011, o grupo fez a criação de bonecos e adereços para o espetáculo Peixonauta – o caso da grande chuva, da Aventura Entretenimento. Também fez a criação e confecção de bonecos e mini-cenários para o vídeo de entreato do espetáculo Cocoricó – o show, da Chaim Produções, além de desenvolver o roteiro da cena e manipular os materiais. Acabou de criar o cenário, bonecos e adereços  para o espetáculo “Palavra Cantada, sem pé nem cabeça"  da Chain Produções baseado nas músicas do grupo Palavra Cantada com direção de Marilia de Toledo.

 

Currículos

Sidnei Caria (autor e ator): Conheceu o XPTO do diretor Osvaldo Gabrieli e participou do desenvolvimento da linguagem do grupo como assistente técnico e ator de 1986 a 2002. Neste período o grupo criou e produziu espetáculos como: Coquetel Clown, Babel Bum, O Pequeno Mago, Buster, o enigma do Minotauro e ganhou os mais importantes prêmios do Teatro Brasileiro além de participar de diversos Festivais no Brasil e em vários países da América Latina e da Europa.

 

Em 1993, montou a sua própria companhia teatral, Cia Teatro de Papel, onde desenvolveu uma linguagem própria de cenografia e figurinos utilizando materiais recicláveis. Este trabalho lhe rendeu os prêmios APCA, Mambembe, Coca-Cola Panamco de melhor figurino, cenário e pesquisa de linguagem além de outras indicações. Trabalhou junto com diretores renomados como: Roberto Lage, Celso Frateschi, Maria Alice Vergueiro, Cristiane Paoli Quito, Ariela Goldman, Cris Lozano, Maria Thais, Hugo Possolo. Trabalhou como ator, diretor e diretor de arte na companhia Pia Fraus (100 Shakespeare, As Aventuras de Bambolina, Filhotes da Amazônia, Primeiras Rosas), onde com o espetáculo infantil As aventuras de Bambolina recebeu os prêmios Coca-Cola Femsa de Melhor Direção e o APCA de melhor ator de 2008, e Categoria Especial do Coca-Cola Femsa pela criação dos bonecos de “Filhotes da Amazônia” em 2010. Participou do FITO, Festival Internacional de Teatro de Objetos, em várias capitais Brasileiras. Participou como um dos protagonistas da nova série infantil de Cao Hamburguer: “Que Monstro te Mordeu?”, no ar desde 10 de novembro de 2014 pela TV Cultura.

 

Coordena o grupo Maracujá Laboratório de Artes, onde desenvolve pesquisas e trabalhos nas áreas de dramaturgia, direção, criação e confecção de adereços, bonecos, figurinos e cenários. Com o Maracujá estreou em 2010, no Teatro Alfa, o espetáculo Rabisco - um cachorro perfeito tendo recebido ótimas críticas e seis pré-indicações para o prêmio Coca-Cola Femsa, entre elas as de melhor diretor, melhor trilha sonora, melhor texto adaptado e melhor espetáculo. Ganhou o prêmio de Melhor Texto Adaptado. O segundo espetáculo do grupo, em que assina a dramaturgia, direção e cenografia foi O Buraco do Muro, que foi pré-indicado em 6 categorias do Prêmio Femsa e ganhou o prêmio de Melhor Cenografia. Atualmente o grupo tem no repertório um novo espetáculo infantil, E.Terra, que estreou em dezembro de 2014 pelo ProAC, e acabou de estrear seu primeiro espetáculo para adulto (do qual também é dramaturgo) SPON, SPOFF, SPEND, convidado a estrear no dia 26 de Março de 2015 no Festival de Teatro de Curitiba.

 

Fernando Escrich (diretor): Sua formação vem do encontro com mestres como Mirian Muniz, André Riot Sarcey (França), Michael Christensen (Nova Yorque), Pedro Paulo Bogosian, Maria Bonzanigo (Grupo Sunil, Suiça), Léris Colombaione (Itália), Jesser de Souza (Grupo Lume), Beth Lopes (Bufão-SP). Trabalhou com Vladimir Capela, Gabriel Villela, Maria Cristina Gatti e Kleber Montanheiro, dentre outros. Dirigiu os espetáculos “Dramalhaço” e “Poemas esparadrápicos”, dos Doutores da Alegria de Recife; “Antes do dia clarear”, de Davi Tayu, “Chapeuzinho vermelho”, com o grupo Le Plat du Jour, “A roupa nova do imperador” e “A Saga de Dom Caixote”, com a Fabulosa Trupe de Variedades, “A Condessa e o Bandoleiro”, da Barracão Cultural, Killocaloria, de Alexandra Golik, entre outros, além de ter atuado em diversos espetáculos entre São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. É coordenador Artístico dos Doutores da Alegria, do qual faz parte desde 1994. Também fez direção musical para diversos espetáculos da Cia. Vagalum Tum Tum, dentre outros trabalhos, com os quais recebeu diversas indicações ao prêmio FEMSA.

 

Ficha Técnica

Dramaturgia: Sidnei Caria * / Direção artística e musical: Fernando Escrich / Elenco: Camila Ivo, Eder dos Anjos, Lucas Luciano, Lume Santiago, Renan Vinícius, Ronaldo Liano, Sidnei Caria e Silas Caria/ Músicas: Fernando Escrich e Ronaldo Liano/ Preparação Corporal: Camila Venturelli e Lu Favoreto/ Cenografia: Lucas Luciano e Sidnei Caria / Confecção de cenários e adereços: Maracujá Laboratório de Artes (Sidnei Caria, Lucas Luciano, Silas Caria e Renan Vinicius)/ Figurinos: Anie Welter e Sidnei Caria / Iluminação:João Martins / Conteúdo das projeções (Vídeo): Libertà Filmes / Conteúdo das projeções (Puppet Toys e vídeos ao vivo): Maracujá Laboratório de Artes/ Fotografias: Cacá Diniz / Produção geral: Camila Ivo e Sidnei Caria / Administração: Camila Ivo/ Assistência de produção e produção executiva: Vivian Oliveira / Realização: Maracujá Laboratório de Artes.

* A dramaturgia também incorpora discussões de filósofos e pensadores como Etienne de La Boétie (o discurso da servidão voluntária, adaptação de Valdecy Alves da Costa), Diógenes (filósofo grego, precursor dos cínicos) e Sócrates.

 

Serviço

De 05 a 27 de maio de 2015, terças e quartas-feiras às 21h

Espaço Parlapatões

Praça Franklin Roosevelt, 158 – Centro

Tel: 11 3258 4449

Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)

Duração: 70 minutos

Classificação: Recomendado a partir de 16 anos.

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