Colunistas - Rodolfo Bonventti

ETERNA MEMÓRIA

24 de Março de 2015

Ele nasceu na cidade de Pau Grande, um distrito de Magé, no Estado do Rio de Janeiro, de uma família muito humilde e tinha 14 irmãos. Batizado como Manuel Francisco dos Santos ele virou Mané Garrincha, ou simplesmente Garrincha, como o mundo e os gramados brasileiros o conheceram.

Garrincha atuou sempre pelo Botafogo e pela Seleção Brasileira

Ele possuía as pernas tortas devido a uma distrofia física, e sua perna direita era mais curta que a esquerda, uma seqüela de uma poliomielite que o atingiu quando pequeno. Pois essas mesmas pernas tortas o diferenciaram de vários outros craques da bola. Ele foi o jogador de futebol que se notabilizaria por realizar dribles desconcertantes em todos os adversários.

Ele foi conhecido como o craque dos dribles desconcertantes

A carreira no futebol começou de 13 para 14 anos no Esporte Clube Pau Grande e logo ele chamou a atenção de um olheiro que o levou para fazer um teste no time profissional do Botafogo, no Rio de Janeiro.

Com Pelé ele teve uma parceria repleta de vitórias

No Botafogo, um dos primeiros a sofrer com seus dribles desconcertantes foi o grande Nilton Santos, já na época um dos principais nomes do time titular do Botafogo. E foi ali que o “Anjo das Pernas Tortas” se revelou para o mundo do futebol.

Foi campeão mundial com a Seleção em 1958 e 1962

Considerado até hoje um dos maiores ídolos do futebol brasileiro, Garrincha atuou pelo Botafogo em quase toda a sua vida como atleta, de 1953 a 1965. E a fama internacional veio após a sua participação nas Copas do Mundo de 1958 e 1962, quando o Brasil foi bicampeão. Em 1962, ele se transformou no principal jogador da Seleção Brasileira após a contusão de Pelé.

 Com a cantora Elza Soares foi casado por 15 anos

Além de atuar pelo Botafogo e pela Seleção Brasileira, Garrincha também jogou alguns meses no Sport Clube Corinthians e no Clube de Regatas do Flamengo, no final dos anos 60. E se despediu dos gramados como atleta profissional no Olaria Atlético Clube.

Garrincha teve a seu favor o fato de ter participado de 60 jogos defendendo a Seleção Brasileira e de só ter presenciado em campo a uma derrota, contra a Hungria na Copa de 1966.

O sucesso no futebol, no entanto, não se repetiu na sua vida pessoal, onde foi casado três vezes e viveu a tragédia de ver dois filhos homens morrerem em acidentes automobilísticos. O primeiro casamento foi com a primeira namorada, Nair, com quem teve nove filhas.

Ainda casado com Nair se envolveu com a cantora Elza Soares, com quem ficou por 15 anos e teve um filho, que morreu aos nove anos de idade em um acidente automobilístico. Com a terceira mulher, Iraci, também teve um menino, que também foi vítima de um acidente.

Encerrou a carreira em 1972, já convivendo com o alcoolismo que, a partir daí, faria cada vez mais parte do seu dia a dia. E ele morreu com apenas 49 anos, em 20 de janeiro de 1983, vitimado por uma cirrose hepática.

Sua vida que sempre mesclou tragédias e sucessos foi roteiro de um livro de sucesso, “Estrela Solitária, Um Brasileiro Chamado Garrincha” de Ruy Castro; e também inspirou três filmes: “Garrincha, Alegria do Povo”, documentário de Joaquim Pedro de Andrade, realizado em 1962; “Mané Garrincha”, curta metragem de 1978, dirigido por Fábio Barreto e “Garrincha, Estrela Solitária”, longa de Milton Alencar realizado em 2003, com o ator André Gonçalves vivendo o craque.

 
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