Ele nasceu na cidade de Pau Grande, um distrito de Magé, no Estado do Rio de Janeiro, de uma família muito humilde e tinha 14 irmãos. Batizado como Manuel Francisco dos Santos ele virou Mané Garrincha, ou simplesmente Garrincha, como o mundo e os gramados brasileiros o conheceram.
Garrincha atuou sempre pelo Botafogo e pela Seleção Brasileira |
Ele possuía as pernas tortas devido a uma distrofia física, e sua perna direita era mais curta que a esquerda, uma seqüela de uma poliomielite que o atingiu quando pequeno. Pois essas mesmas pernas tortas o diferenciaram de vários outros craques da bola. Ele foi o jogador de futebol que se notabilizaria por realizar dribles desconcertantes em todos os adversários.
Ele foi conhecido como o craque dos dribles desconcertantes |
A carreira no futebol começou de 13 para 14 anos no Esporte Clube Pau Grande e logo ele chamou a atenção de um olheiro que o levou para fazer um teste no time profissional do Botafogo, no Rio de Janeiro.
Com Pelé ele teve uma parceria repleta de vitórias |
No Botafogo, um dos primeiros a sofrer com seus dribles desconcertantes foi o grande Nilton Santos, já na época um dos principais nomes do time titular do Botafogo. E foi ali que o “Anjo das Pernas Tortas” se revelou para o mundo do futebol.
Foi campeão mundial com a Seleção em 1958 e 1962 |
Considerado até hoje um dos maiores ídolos do futebol brasileiro, Garrincha atuou pelo Botafogo em quase toda a sua vida como atleta, de 1953 a 1965. E a fama internacional veio após a sua participação nas Copas do Mundo de 1958 e 1962, quando o Brasil foi bicampeão. Em 1962, ele se transformou no principal jogador da Seleção Brasileira após a contusão de Pelé.
Com a cantora Elza Soares foi casado por 15 anos |
Além de atuar pelo Botafogo e pela Seleção Brasileira, Garrincha também jogou alguns meses no Sport Clube Corinthians e no Clube de Regatas do Flamengo, no final dos anos 60. E se despediu dos gramados como atleta profissional no Olaria Atlético Clube.
Garrincha teve a seu favor o fato de ter participado de 60 jogos defendendo a Seleção Brasileira e de só ter presenciado em campo a uma derrota, contra a Hungria na Copa de 1966.
O sucesso no futebol, no entanto, não se repetiu na sua vida pessoal, onde foi casado três vezes e viveu a tragédia de ver dois filhos homens morrerem em acidentes automobilísticos. O primeiro casamento foi com a primeira namorada, Nair, com quem teve nove filhas.
Ainda casado com Nair se envolveu com a cantora Elza Soares, com quem ficou por 15 anos e teve um filho, que morreu aos nove anos de idade em um acidente automobilístico. Com a terceira mulher, Iraci, também teve um menino, que também foi vítima de um acidente.
Encerrou a carreira em 1972, já convivendo com o alcoolismo que, a partir daí, faria cada vez mais parte do seu dia a dia. E ele morreu com apenas 49 anos, em 20 de janeiro de 1983, vitimado por uma cirrose hepática.
Sua vida que sempre mesclou tragédias e sucessos foi roteiro de um livro de sucesso, “Estrela Solitária, Um Brasileiro Chamado Garrincha” de Ruy Castro; e também inspirou três filmes: “Garrincha, Alegria do Povo”, documentário de Joaquim Pedro de Andrade, realizado em 1962; “Mané Garrincha”, curta metragem de 1978, dirigido por Fábio Barreto e “Garrincha, Estrela Solitária”, longa de Milton Alencar realizado em 2003, com o ator André Gonçalves vivendo o craque.