Cultura - Cinema

Cine Plongée: Kill Bill

7 de Maio de 2013

Kill Bill – vol 1 (2003)

Quinta, 09.05.2013 – 2h55 (Corujão) – Tv Globo

Direção: Quentin Tarantino

Elenco: Uma Thurman, Lucy Liu, Daryl Hannah, Michael Madsen

 

Sinopse: após o massacre provocado no dia de seu casamento pela ação do grupo de assassinos “Víboras Mortais”, a Noiva (chamada assim pela omissão de seu verdadeiro nome) passa quatro anos em coma até finalmente despertar e começar a bolar seu plano de vingança contra cada integrante desse esquadrão, e principalmente contra Bill, líder do grupo e com quem ela supostamente iria se casar, e de quem esperava um filho.  Irá assim iniciar um treinamento elaborado para conseguir exterminar todos que façam parte de sua “Lista de Morte Cinco”.

O quarto filme de Quentin Tarantino vem para mostrar que o diretor é um dos poucos que consegue manter a qualidade e o sucesso após uma excelente estreia (com Cães de Aluguel), o que é raramente visto. Em mais uma obra lotada de referências, Tarantino entra agora ainda mais no mundo oriental, com direito a cenas em estilo anime e um enredo tão fantástico quanto às histórias de estilo japonês, e nos entrega um de seus filmes mais divertidos, contrapondo o lado cômico das situações com as histórias trágicas que originam cada personagem.

Após uma excelente parceria do diretor com Uma Thurman em Pulp Fiction, a atriz volta como “A Noiva”, que tem por objetivo se vingar de todos que participaram do massacre do qual ela foi vítima no dia de seu casamento. Focando no plano de vingança, Kill Bill é dividido em duas partes (até agora), concentrando na primeira, mostrar a história da Noiva (ou Mamba Negra) até colocar em prática os seus planos para a “Lista de Morte Cinco”

A partir de Kill Bill é possível ver o amadurecimento de Tarantino em seus filmes mais recentes. Comparando por exemplo, Bastardos Inglórios, de 2009 com a primeira parte da saga contra o grupo de assassinos, é notável o crescimento do diretor e roteirista para escrever seus enredos, e desenvolver seus personagens. Isso não tira de forma alguma o mérito dos longas que irão tratar do desejo da vingadora de matar Bill, uma vez que estes são, talvez, os mais divertidos da filmografia de Tarantino.

Percebemos já no começo do filme que nada do que está ali é por acaso. É nítida a preocupação e o preparo que se tem em todos os aspectos do filme, uma vez que todos estes são impecáveis. É fácil perceber que os personagens foram criados antes de tudo para que o ator se divirta ao interpretá-lo, para que assim, essa satisfação possa ser levada ao público. Todos têm falas extremamente divertidas, e participam de cenas verdadeiramente orquestradas, ambientadas em grandes cenários que evidenciam as cores vibrantes que ajudam a exacerbar a busca frenética da Noiva por vingança, ao som da mais divertida trilha sonora que as cenas permitem.

Mesmo parecendo ser uma construção exageradamente non-sense, Quentin justifica cada passo que ocorre no filme com uma base imensa de referências cinematográficas, formando uma trama excepcionalmente inteligente, que é mesclada com maestria com as indiscutíveis técnicas soberanas e únicas do diretor, que são a razão do nome “Tarantino” ser hoje uma marca, um adjetivo. E por que não um sinônimo para genialidade.

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