Colunistas - Rodolfo Bonventti

Pioneiro do bom humor na TV

2 de Março de 2015

O campineiro Renato Gomide Corte Real foi um dos precursores do humor inteligente na TV brasileira, um humor que ele começou a lapidar já em 1953, quando iniciou sua carreira vencendo um programa de calouros em que imitava uma garota-propaganda, na TV Paulista, Canal 5.

Corte Real foi um dos maiores humoristas brasileiros

O primeiro programa de humor foi justamente na TV Paulista e se chamava “As Aventuras de Suzane”, onde interpretava um cientista louco ao lado da atriz Vera Nunes.

Na TV Record ele fez o Corte Rayol Show
 

Renato Corte Real esteve em todos os principais programas humorísticos das décadas de 60 e 70 na nossa telinha. E foi nas TVs Excelsior e Record que se destacou em “Papai Sabe Nada”; “Grande Show União” e “Corte Rayol Show”, um grande sucesso da TV Record na década de 60 e onde ele dividia o palco com o cantor Agnaldo Rayol. Ainda na emissora paulista ele faria a novela cômica “Ceará Contra 007”, ao lado de vários outros comediantes.

Em 1968 ele fez uma participação especial na novela “Beto Rockfeller” da TV Tupi, e já muito conhecido e premiado, principalmente por suas atuações no mercado paulista, foi chamado pela TV Globo para fazer parte da sua linha de shows no programa “Alô Brasil, Aquele Abraço”, representando o estado de São Paulo.

O sucesso de sua participação nessa atração o conduziu para o principal programa de humor da TV Globo no início dos anos 70, o humorístico “Faça Humor, Não Faça a Guerra”, que ele conduziria ao lado de Jô Soares, com quem já havia trabalhado na TV Record com muito sucesso.

Nesse programa, Renato Corte Real criou personagens inesquecíveis como o Lelé, da dupla de malucos fantasiados de Napoleão Bonaparte, Lelé e Dakuka; o psicanalista Sigismundo Fraude; o faxineiro Humirde e o presidiário que possuía uma mulher tapada que o ia visitar na cadeia.

Em 1973, já considerado um dos maiores nomes do humor nacional, estrelou outro programa de sucesso na TV Globo, o “Satiricom”, ao lado de Jô Soares, Agildo Ribeiro e Luiz Carlos Miéle.

Ele e Jô Soares em "Faça Humor Não Faça a Guerra"
 

O comediante também era um ótimo redator humorístico e respondia pela maioria das falas que seus personagens tinham nos programas da TV Globo. Quando deixou a emissora carioca, no final dos anos 70, veio para a TV Tupi onde fez os programas “Deu a Louca no Show” e “Domingo é Dia de Graça”.

Sua última participação na televisão foi no início do SBT, onde esteve à frente do programa “Reapertura", em 1981. Logo depois ele ficou doente e acabou nos deixando muito cedo, com apenas 57 anos, em maio de 1982, vitimado por um câncer no fígado e no pâncreas.

Com a mulher, Bizu Corte Real, ele contracenou muitas vezes nos humorísticos realizados na Record e na Tupi, e deixou também dois filhos, um deles, Ricardo Corte Real, humorista e apresentador de TV, que fez parte do elenco da “Família Trapo” na TV Record nos anos 60 e virou apresentador na TV Bandeirantes.

No programa "Satiricom" com Luiz Carlos Miéle

 

 

 Com Jô fez uma parceria perfeita no humor da TV Globo
 
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