Cultura - Teatro

Dez Encontros

20 de Fevereiro de 2015

Dois atores – Tania Khalill e André Garolli – representam cinco personagens cada um, que interagem entre si, movimentando expectativas, sedução e desencontros entre homens e mulheres de classes, profissões e estilos diferentes.

 

 

A trama do espetáculo “Dez Encontros”, que estreia no Teatro Folha em 9 de janeiro, revela uma universal teia de relações. O enredo apresenta recortes de dez encontros, a partir do envolvimento de uma garota com um motorista de táxi. A cada cena um personagem permanece, enquanto o segundo ator volta com outro personagem, formando assim uma ciranda de encontros que fecha o ciclo, retornando à personagem inicial:

 

 

 

Primeiro Encontro – A Garota e o Taxista

Segundo Encontro – O Taxista e a Doméstica
Terceiro Encontro – A Doméstica e o Estudante
Quarto Encontro – O Estudante e a Mulher Casada
Quinto Encontro – A Mulher Casada e o Político
Sexto Encontro – O Político e a Modelo
Sétimo Encontro – A Modelo e o Autor
Oitavo Encontro – O Autor e a Atriz
Nono encontro – A Atriz e o Magnata
Décimo Encontro – O Magnata e a Garota

 

O texto “Reigen” foi escrito pelo austríaco Arthur Schnitzler em 1897 e, mesmo considerado pelo próprio autor como “completamente impublicável”, foi distribuído “para ser lido entre amigos” em 1900. Sua estreia foi proibida pela polícia de Viena em 1921, e os atores da primeira produção berlinense, no mesmo ano, tiveram que enfrentar um julgamento sob acusação de obscenidade. Em 1950, Max Ophuls realizou o filme “La Ronde”, adaptado desse texto, estrelado por Gerard Philipe, Danielle Darrieux, Jean-Louis Barrault e Simone Signoret, entre outros, com grande sucesso.

 

“The Blue Room” é uma adaptação escrita por David Hare para ser encenada por apenas dois atores representando todos os papéis. A tradução e a direção dessa montagem no Brasil é de Isser Korik.

 

“O texto traz uma infinidade de emoções ligadas às possibilidades sentimentais entre homens e mulheres. David Hare fez um trabalho exemplar ao trazer os personagens de Schnitzler para o universo urbano contemporâneo, tratando os encontros de uma forma mais sintética e profunda que o texto original”, explica Isser. “Para os atores é uma riquíssima oportunidade de trabalhar a composição de cinco personagens diferentes, sem cair em caricaturas ou estereótipos”.

 

HISTÓRIA

Em 1998 a atriz Nicole Kidman causou enorme sensação na Broadway. Ela se apresentou toda nua por alguns meros segundos, em uma breve cena da peça “The Blue Room”.

 

Extremamente elogiada pela crítica, os ingressos da peça se esgotaram rapidamente e as filas dobravam a esquina. Desde então, Nicole Kidman se firmou como excelente atriz, bem sucedida em papéis exigentes do cinema.

 

Há dez anos a peça teve sua primeira montagem no Brasil, com Christiane Torloni e Murilo Rosa.

 

SOBRE Arthur Schnitzler

Arthur Schnitzler (1862-1931) foi dramaturgo e novelista. É considerado um dos grandes nomes da literatura vienense, consagrado por escrever dramas psicológicos. Com formação em medicina e interesse particular por psiquiatria, é habilidoso na capacidade de evocar o humor em suas obras, e, em especial, a melancolia. Entre seus principais trabalhos estão “Reigen” (1897) – origem do espetáculo “Dez Encontros” –, e “Rhapsody” (1925), também publicado como “Dream Story” e, no Brasil, com o título de “Breve Romance de Sonho”, que inspirou o longa-metragem “De Olhos Bem Fechados” (1999), do cineasta Stanley Kubrick (1928-1999), protagonizado por Nicole Kidman e Tom Cruise.

 

SOBRE DAVID HARE

David Hare é um dos expoentes da dramaturgia contemporânea, conhecido no Brasil pelos roteiros premiados dos filmes “O Leitor” e “As Horas”. As obras desse dramaturgo são um retrato de seu temperamento dividido, de seu espírito romântico e rebelde, em permanente confronto, que proporciona um quadro definitivo das convulsões ocorridas na sociedade do último século. “The Blue Room” foi montado em diversos países e representa um dos mais importantes trabalhos de Hare como autor de teatro. Entre vários prêmios ao longo da sua carreira, o dramaturgo inglês David Hare, conhecido pelos seus trabalhos marcantes, recebeu em 2011 o prêmio PEN/Pinter. Esse prêmio literário distingue escritores ingleses – ou escritores que sejam residentes na Grã-Bretanha –, com trabalhos que "definam a verdade das nossas vidas e das nossas sociedades", nas palavras de Pinter.

 

SOBRE ISSER KORIK

 

Diretor, ator, produtor, tradutor e dramaturgo, coleciona trabalhos marcantes como comediante em quase 30 anos de carreira. Entre eles, “Vacalhau & Binho”, de Zé Fidélis, que permaneceu oito anos em cartaz; “O Dia que Raptaram o Papa”, de João Bethencourt; e, recentemente, “E  o Vento não Levou”, de Ron Hutchinson, e “Toda Donzela Tem um Pai que é uma Fera”, de Gláucio Gill. Como diretor se destaca na comédia e no humor. Concebeu “Nunca se Sábado...”, apresentado por quatro temporadas sob sua direção-geral, que marcou a cena paulistana. Dirigiu o sucesso “A Minha Primeira Vez”, de Ken Davenport; a trilogia cômica de Alan Ayckbourn “Enquanto Isso...”; “O Mala”, de Larry Shue; o projeto “Te Amo, São Paulo”, que reuniu grandes nomes da dramaturgia paulista; além dos infantis “A Pequena Sereia”, de Fábio Brandi Torres; “Grandes Pequeninos”, de Jair Oliveira; “Cinderela”, “O Grande Inimigo” e “Ele é Fogo!”, de sua autoria, tendo recebido por esse último o Prêmio APCA. É diretor artístico da Conteúdo Teatral.

 

SOBRE OS ATORES

Tania Khalill – Atriz com trabalhos em cinema, TV e teatro, com formação em psicologia e também em balé clássico pelo Ballet Paula Castro. Começou cedo no teatro. Em 1995 estreou na peça “No Natal A Gente Vem te Buscar”, com texto de Naum Alves de Souza; depois fez “Curta Comédia” (2003), de Luís Fernando Veríssimo e direção de Wolf Maya, “O Mala” (2008), de Larry Shue e direção de Isser Korik, “Grandes Pequeninos – O Show” (2010), de Fábio Torres com direção de Isser Korik, e “Vamos?” (2010), de Mário Viana com direção de Otávio Martins.

Sua primeira novela foi “Sabor da Paixão” (2002), da TV Globo. Na TV atuou em seriados e novelas, como “Galera” (2004), da TV Cultura, “Cobras e Lagartos” (2006), da TV Globo, “Pé na Jaca” (2006), da TV Globo, “Guerra e Paz” (2008), série da TV Globo, “Casos e Acasos” (2007), série da TV Globo, e “Acampamento de Férias 2” (2011), minissérie da TV Globo. Ainda na TV Globo atuou nas novelas “Senhora do Destino” (2004), ao lado de Suzana Vieira, em “Caminho das Índias” (2009), em “Fina Estampa” (2011), e também em  “Salve Jorge”, contracenando com Domingos Montagner.

No cinema fez “Área Q” (2011), filme brasileiro-estadunidense que mistura ficção científica com o gênero paranormal, dirigido por Gerson Sanginitto. Seu último trabalho foi na novela “Joia Rara” (2013), exibida na TV Globo, contracenando com José de Abreu.

André Garolli – Professor, ator e diretor. Desde 1991 é diretor artístico da Cia. Triptal. Entre 1992 e 2014, seus principais trabalhos como diretor são “Abajur Lilás” (2014), de Plínio Marcos; “As Moças” (2014), de Isabel Camara; “Macaco Peludo” (2012), de Eugene O’Neill; “Dois Perdidos numa Noite Suja” (2009), de Plínio Marcos; “Longa Viagem de Volta pra Casa” (2007); “Zona de Guerra” (2006), contemplado com o Prêmio APCA na categoria Melhor Espetáculo Teatral de 2006; “Rumo a Cardiff” (2003), com três indicações ao Prêmio Shell de 2006; e “Luar sobre o Caribe” (2004) – esses três últimos são baseados em textos de Eugene O’ Neill e integrantes do projeto “Homens ao Mar”; “O Mata Burro” (2005), de Fabio Torres, que tem também indicação ao Prêmio Shell de Teatro de 2005.

Também nesse período de 1992 a 2014, dirigiu quatro espetáculos infanto-juvenis de Maria Clara Machado. São eles: “O Rapto das Cebolinhas” (1997), ganhador de três Prêmios Mambembe de Teatro; “Tribobó City” (1996), ganhador de dois Prêmios Panamco de Teatro Jovem; “A Menina e o Vento” (1994), contemplado com dois Prêmios APETESP - Categoria Infantil; e “A Bruxinha que era Boa” (1999). Pelo Grupo TAPA, dirigiu “O Tambor e o Anjo” (2002), de Ana Maria Nunes; “Ciúmes de um Pedestre” (2000), de Martins Penna; e “Chapetuba Futebol Clube” (1998), texto de Vianinha. Para a Escola de Arte Dramática (EAD-USP), dirige “Pedreira das Almas” (2004), de Jorge de Andrade. Entre 2002 e 2003 assiste às direções de Fauzi Arapi para o espetáculo “Caixa 2”  (vencedor de dois Prêmios APCA e um Prêmio APETESP), e de Bibi Ferreira para “Qualquer gato vira lata tem uma vida sexual mais sadia do que a nossa”. Dirigiu o episódio “Zona de Guerra” (2007), “A Longa Viagem” (2008), e quatro capítulos da minissérie “João Miguel” (2004) para o programa “Direções”, da TV Cultura. Também foi diretor de vídeos institucionais para a Secretária da Cultura e do Emprego, do Governo de São Paulo.

 

Como ator, seus principais trabalhos entre 1996 e 2007 são, pelo grupo TAPA – sob direção de Eduardo Tolentino –, os espetáculos “Doze Homens e uma Sentença” (2010), de Reginald Rose Vestir; “Credores” (2009) de Strindberg; “Os Nus” (2009), de Pirandello; “Cloaca” (2009), de Maria Goos; “A Mandrágora” (2006), de Maquiavel; “Os Executivos” (2005), de Daniel Besse; “Ivanov” (1998), de Anton Tchecov; “A Serpente” (2000), de Nelson Rodrigues; “Moço em Estado de Sítio” (1996), de Oduvaldo Viana Filho; “Vestido de Noiva” (1994), de Nelson Rodrigues; “Querô” (1993), de Plínio Marcos; e “Megera Domada” (1993), de William Shakespeare. Do dramaturgo Juca de Oliveira atua em “Caixa 2” (1992); “Flor do Meu Bem Querer” (2004); e “Qualquer gato  vira lata  tem  uma  vida sexual mais sadia do que a nossa” (2003), sob a direção de Fauzi Arap, Naum Alves de Souza e Bibi Ferreira, respectivamente. Também atuou em “Venus em Visom” (2014), de David Ives com direção de Hector Babenco; e “Os Exilados” (2012), de James Joyce com direção de Ruy Guerra.

 

Na televisão destaca-se, junto ao núcleo de dramaturgia, sua atuação nas minisséries “Lara com Z” (2011), “Cinquentinha” (2010) e “Na Forma da Lei”  (2010), todas da TV Globo. Também nessa emissora atuou nas telenovelas “Amor à Vida” (2013) e “Fina Estampa” (2011). No SBT atuou em “Sangue do meu Sangue” (1996) e “Pérola Negra” (1999). Garolli também participou do “Senta que lá vem comédia” (2005), pela TV Cultura.

 

Como professor atua, desde 1996, ministrando cursos e oficinas de interpretação para teatro e vídeo na Escola Wolf Maya, no Teatro Vento Forte, na Oficina Oswald Andrade, no Tuca (PUC), e na Escola Ewerton de Castro.

 

Ficha técnica

Autoria: David Hare

Tradução e Direção: Isser Korik

Elenco: Tania Khalill e André Garolli

Cenários e Adereços: Gilberto Gawronski

Figurinos: Fábio Namatame

Duração: 90 minutos

Classificação etária: 16 anos

 

SERVIÇO – ”Dez Encontros”

Local: Teatro Folha

Estreia: 9 de janeiro

Temporada: até 26 de abril

Apresentações: sexta-feira, 21h30; sábado, 21h; domingo, 20h.

Ingresso: R$ 30,00 (setor único) às sextas-feiras e aos domingos; R$ 30,00 (setor 2) e R$ 40,00 (setor 1) aos sábados.

*Valores referentes a ingressos inteiros. Meia-entrada disponível em todas as sessões e setores de acordo com a legislação.

 

TEATRO FOLHA

Shopping Pátio Higienópolis - Av. Higienópolis, 618 / Terraço / tel.: (11) 3823-2323 - Televendas: (11) / 3823 2423 / 3823 2737 / 3823 2323 Site: www.teatrofolha.com.br

Vendas por telefone e internet/ Capacidade: 305 lugares / Não aceita cheques / Aceita os cartões de crédito: todos da Mastercard, Redecard, Visa, Visa Electron e Amex / Estudantes e pessoas com 60 anos ou mais têm os descontos legais / Clube Folha 50% desconto / Horário de funcionamento da bilheteria: de terça a quinta, das 15h às 21h; sexta, das 15h às 24h; sábado, das 12h às 24h; e domingo, das 12h às 20h / Acesso para cadeirantes / Ar-condicionado /  Estacionamento do Shopping: R$ 12,00 (primeiras duas horas)  / Venda de espetáculos para grupos e escolas: (11) 3104-4885 / Patrocínio: Folha de S.Paulo, CSN, Original, Alupar Cemig, Dudalina, Netshoes e Grupo Pro Security.

 

SOBRE A CONTEÚDO TEATRAL

O grupo empresarial paulista Conteúdo Teatral atua há mais de dez anos em duas vertentes: gestão de salas de espaços e produção de espetáculos. Como gestora é responsável pela operação do Teatro Folha, no Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo, e do Teatro Amil, no Parque D. Pedro Shopping, em Campinas. Essa frente conta com direção artística de Isser Korik e direção comercial de Léo Steinbruch, programando espetáculos para temporada em regime de coprodução. No período de atuação da empresa, ao todo, as casas somam 2 milhões de espectadores.

Como produtora de espetáculos, viabilizou dezenas de peças para os públicos adulto e infantil, como “Gata Borralheira”, “O Grande Inimigo”, “Os Saltimbancos”, “A Pequena Sereia”, “Grandes Pequeninos” e “Branca de Neve e os Sete Anões” para as crianças. Para os adultos foram realizadas, entre outras montagens, “A Minha Primeira Vez”, “Os Sete Gatinhos”, “O Estrangeiro”, “Senhoras e Senhores”, “O Dia que Raptaram o Papa”, “Te Amo, São Paulo” e a trilogia “Enquanto Isso...”, além de projetos de humor – como “Nunca Se Sábado...” –, o musical “Um Violinista no Telhado”, e mostras como o “IMPROVISORAMA” – Festival Nacional de Improvisação Teatral. Em sua primeira edição, reuniu os melhores grupos de improviso do Brasil, como a Cia. do Quintal e Barbixas, entre outubro e novembro de 2013. A iniciativa marcou os oito anos do Teatro Amil.

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