Colunistas - Rodolfo Bonventti

Um ator cômico por excelência, mas lembrado por um grande papel dramático nos palcos

14 de Junho de 2013
Jaime Costa no filme Quem Matou Anabela de 1956
Arquivo Pessoal 

Um dos maiores nomes do teatro brasileiro nas décadas de 30, 40 e 50, o ator Jaime Costa nasceu no Rio de Janeiro e estreou na carreira como cantor em uma companhia de operetas. Se associou ao ator e produtor Leopoldo Fróes, e passou a ocupar com um grande elenco o palco do Teatro Recreio, na capital carioca.

Foi o autor e dramaturgo Oduvaldo Vianna quem o convidou a estrear em uma das companhias mais importantes do teatro nacional, na década de 20, a do Teatro Trianon, onde ele, em dois anos, trabalhou em quase vinte espetáculos, todos eles no gênero comédia.

Com o sucesso junto ao público, Jaime Costa montou sua própria companhia e durante dez anos se apresentou no palco do Teatro Glória, em plena Cinelândia carioca. O ator participou de quase 200 montagens teatrais, se transformando em um dos atores mais presentes nos palcos nacionais até hoje.

Especializado em comédias, Jaime Costa deixou, no entanto, uma marca no teatro brasileiro pelo seu brilhante papel dramático no espetáculo “A Morte do Caixeiro Viajante”, original de Arthur Miller, montado pela primeira vez no Brasil em 1951, com Jaime Costa interpretando o protagonista Willy Loman.

Jaime Costa com Maria Vidal no fime A Pensão de Dona Estela
Arquivo Pessoal 

Ele foi também presença constante nas telas em 30 comédias, algumas delas ao lado de outros grandes comediantes como Dercy Gonçalves, Zé Trindade, Ankito, Grande Otelo, Maria Vidal, Renato Consorte, Oscarito, Costinha e Catalano. Entre seus filmes mais conhecidos estão “A Pensão de Dona Estela” e “Quem matou Anabela?”, ambos de 1956; “Osso, Amor e Papagaio” de 1957; “Matamática Zero, Amor Dez” de 1958; “Mulheres, Cheguei” e “Garota Enxuta”, os dois de 1959; “Os Dois Ladrões”; “O Viúvo Alegre” e “A Viúva Valentina”, todos de 1960; “Bom Mesmo é Carnaval” de 1962 e “Crônica da Cidade Amada”  de 1964.

Na televisão, Jaime Costa também levou seu humor e seu talento, participando do Grande Teatro Tupi na década de 1950 e das novelas “Rua da Matriz” e “Paixão de Outono”, ambas na TV Globo em 1965, na era Gloria Magadan.

Um ataque cardíaco, logo após uma apresentação do espetáculo “Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come”, onde ele interpretava um coronel nordestino, tirou de cena, aos 69 anos, um dos grandes nomes da comédia brasileira e que pouco a pouco foi sendo esquecido por todos.

Jaime Costa no filme A Viúva Valentina de 1960
Arquivo Pessoal 

E essa é a nossa homenagem a ele na abertura da coluna “Eterna Memória”, que visa justamente levar às novas gerações um pouco sobre os grandes nomes que já partiram, e que fizeram história nos palcos, no cinema e na televisão brasileiros.

 

 

 

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