Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Humberto Teixeira

24 de Outubro de 2014

Humberto Teixeira em foto da década de 1960

 

 

Humberto Cavalcanti Teixeira nasceu no interior do Ceará e se interessou por música desde pequeno vendo o tio, que era maestro, se apresentar.

Estudou bandolim e flauta e compôs sua primeira canção, “Miss Hemengarda” com apenas 13 anos. Aos 19 anos, já morando no Rio de Janeiro, compôs o samba "Meu pedacinho", que ficou em quinto lugar no concurso carnavalesco de sambas e marchas da revista “O Malho”.

Ele sempre foi um personagem da literatura de cordel

 

Diplomado em 1943 pela Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro, passou a exercer a advocacia, mas nas horas vagas se dedicava a compor e participar de atividades musicais.

Dois anos depois, em 1945, Humberto conheceu aquele que viria a ser seu parceiro por muitos anos e com o qual compôs grandes sucessos do nosso cancioneiro popular: Luiz Gonzaga.

 Ao lado da cantora Carmélia de Alves e do parceiro Luiz Gonzaga

 

Os dois escolheram o baião como o ritmo com o qual iriam trabalhar em todo o Nordeste e dessa parceria o primeiro grande sucesso foi “Baião”, gravada pelo grupo Quatro Ases e Um Curinga pela gravadora Odeon.

Em seguida vieram composições marcantes como “Asa Branca”, “No Meu Pé de Serra”, “Mangaratiba”, “Juazeiro”, “Paraíba”, “Qui Nem Jiló”, “Baião de Dois” e “Assum Preto”.

Do sucesso da parceria com Luiz Gonzaga ele pulou para a política, se elegendo deputado federal pelo Ceará, em meados da década de 1950. E foi assim que ele conseguiu a aprovação, pelo Congresso Nacional, da Lei Humberto Teixeira, para a formação de caravanas artísticas de divulgação da música popular brasileira no exterior.

Na capa do livro "O Cancioneiro de Humberto Teixeira"

 

Com a ida de várias caravanas para o exterior, Humberto Teixeira se tornou conhecido internacionalmente, com várias de suas composições sendo gravadas em outros  idiomas.

Antes de falecer, em outubro de 1979, Humberto Teixeira chegou a ser vice-diretor da União Brasileira dos Compositores e lutou muito pela questão dos direitos autorais. Ele deixou um legado de quase 400 composições gravadas entre baião, sambas, marchas, xotes e sambas-canções. 

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