Cultura - Teatro

TEATRO ALFA apresenta Florilégio Musical II - Nas Ondas do Rádio

9 de Outubro de 2014

 

Florilégio Musical II - Nas Ondas do Rádio continua sua bem-sucedida temporada, e reeestreia no TEATRO ALFA para temporada de 11 de outubro a 30 de novembro, com sessões  aos sábados e domingos às 20 horas. Na primeira edição de Florilégio Musical, os atores Mira Haar e Carlos Moreno celebravam a paixão e a amizade de longa data. Depois\, com a entrada da atriz Patrícia Gasppar desde 2013,Florilégiio II enfoca a própria música. Assim, o elenco convida o público a fazer um passeio pelos anos de ouro do rádio, as décadas de 30, 40 e 50. Duração de 70 minutos e ingressos a R$ 20 e R$ 40.

Com direção de Elias Andreato, cenário e figurino de Mira Haar, preparação vocal de Caio Ferraz, o espetáculo tem arranjos e direção musical de Jonatan Harold - indicado ao Prêmio Shell - , que toca teclado ao vivo.

O roteiro e texto, elaborado pelos próprios atores, apresenta um espetáculo variado com canções de Cartola, Ataulfo Alves, Zé Keti, Dorival Caymmi, Herivelto Martins, Assis Valente, Lupicínio Rodrigues, Ary Barroso, Chocolate e Noel Rosa. Um dos destaques fica por conta da emblemática Os Cantores do Rádio, de Alberto Ribeiro, João De Barro e Lamartine Babo. A pesquisa realizada pelos atores chegou a mais de 500 canções. O roteiro foi construído por todos. Mira entrega: “Nossa senhora da internet foi a fonte. Eu e Carlinhos ficamos literalmente 40 dias na internet sem parar”.

Na abertura do novo Florilégio, os versos de Lamartine Babo em Cantores de Rádio: Nós somos as cantoras do rádio/ Levamos a vida a cantar/De noite embalamos teu sono/De manhã nós vamos te acordar/Nós somos as cantoras do rádio/ Nossas canções cruzando o espaço azul/ Vão reunindo num grande abraço/Corações de Norte a Sul.

Para amarrar o leque de canções foram criados mais seis blocos. Rainhas e Rei, Brejeiras, Dor de Cotovelo, Festa Baile, Sentimentale Brasil: Futebol, Mulata e Samba. A introdução conta com a vinheta própria do espetáculo, já a Entrada dos Artistas e oEncerramento são embalados, também, pelo Hino ao Músico, de Nanci Wanderley, Chico Anysio e Dorival Silva.

No novo Florilégio, Patrícia Gasppar entra para fazer companhia à dupla. Assim como Dalva de Oliveira e Herivelto Martins (o clássico trio de ouro) quando recebiam um convidado na época de ouro das ondas radiofônicas. “É uma tour pelos anos 30, 40 e 50, uma viagem que passa por vários estilos, um trabalho de resgate”, diz Mira Haar, explicando existir uma exigência vocal para atingir as notas das orquestras e big bands. “Inserimos licenças poéticas e temos até um pouco da referência da TV, pois logo no começo dos anos 60 os shows de rádio passaram para a televisão.”

Se a velha guarda é o público do espetáculo, os artistas também ganharam fãs mais jovens com o tom divertido das apresentações. “Começamos com um público de mais idade. Depois, atingimos o jovem pelo jeito engraçado com que interpretamos. A gente gosta de fazer uma graça com as músicas mais contemporâneas”, afirma Mira Haar. “Somos atores que cantam, não somos cantores. Assim, nossa interpretação é carregada de humor, que é onde nos seguramos”, completa Carlos Moreno, ressaltando a qualidade musical das orquestrações.

Cenário e figurino ficam por conta de Mira Haar e seguem atmosfera da época das canções, mesclando luxo e bom humor. “Um pouco chique, um pouco engraçado”, revela a atriz, que trabalhou com cores mais tropicais. O cenário colorido também tem inspiração no mundo musical. Destaque para elementos cênicos que remetem à imagem de partituras, LPs e acordes musicais.

O diretor musical Jonatan Harold – que toca teclado ao vivo – ressalta os arranjos musicais. Com uma pincelada na adaptação para o contemporâneo, ele buscou os timbres, a orquestração e a estética daquela época.  “A principal característica é o rádio, as músicas têm uma orquestração e uma linha de melodia bem ricas. Se antes o som do rádio era mais médio e agudo, agora serão acrescentadas notas graves, o que dará um tom mais contemporâneo às cenas.”

Para o diretor Elias Andreato, a montagem é uma mistura de homenagem e emoção para quem for conferir. “Florilégio valoriza a memória do rádio, um tempo que o veículo começava a perder espaço para a televisão, os shows com orquestras e artistas renomados ficaram cada vez mais extintos. Além do lado engraçado, a plateia se emociona, pois o repertório tem um ar nostálgico”, diz Elias, lembrando que Mira Carlinhos e Patrícia são atores que cantam bem.

“Durante o processo, o número de músicas encontradas não parava de subir, pesquisamos uma época rica e dourada do rádio. Diferente do primeiro Florilégio, que trabalha com canções nacionais e internacionais, focamos na música brasileira desta vez”, conta Carlos Moreno.

Com Florilégio Musical, Mira Haar e Carlos Moreno fizeram uma carreira de três anos com apresentações na Grande São Paulo (Teatro Paulo Eiró, Museu da Casa Brasileira, Estação Pinacoteca, Teatro Zanoni Ferrite), ABC (Santo André) e Interior paulista (Americana, Bragança Paulista, Espírito Santo do Pinhal, Itatiba, Santana do Parnaíba, São José do Rio Pardo, Sorocaba, São José dos Campos, Caraguatatuba, Mogi das Cruzes e Taubaté), além do Rio de Janeiro. No total, mais de 38.000 espectadores conferiram a montagem.

 

 

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