O penúltimo espetáculo da Temporada de Dança do Teatro Alfa é um solo criado pelo bailarino e coreógrafo Akram Khan. Desh, sua nova montagem, ilustra múltiplos contos de terra, nação, resistência e convergência no corpo e na voz de um homem tentando encontrar equilíbrio em um mundo instável. De curtíssima temporada, as apresentações acontecem no dia 17 de outubro (sexta-feira), às 21h30, 18 de outubro (sábado), às 20 horas, e 19 de outubro (domingo), às 18 horas, no Teatro Alfa.
Para compor a coreografia, Akram contou com uma equipe de criativos que o auxiliaram durante todo o processo e que o acompanharam em uma viagem à Bangladesh, terra de seus pais e inspiração para Desh. “Em um mundo onde as coisas são cada vez mais descartáveis, onde a estética é ditada por tendências e a qualidade é efêmera, eu quis voltar para a minha origem até certo ponto com o objetivo de encontrar e criar algo que seria uma experiência de valor duradouro”, afirma Akram Khan. “Eu sou fascinado por água dentro da terra. Esse é o princípio fundamental da maneira com que eu penso e me movo, fluidez dentro da forma; e Bangladesh é abundante em água e terra”, finaliza.
Dentre os apoiadores, consta o designer visual que recebeu o Oscar de Melhor Direção Artística por O Tigre e o Dragão, Tim Yip;Jocelyn Pook, a compositora responsável pela trilha de De Olhos Bem Fechados, trabalho que lhe rendeu o Chicago Film Award e indicação ao Globo de Ouro; o designer de luz Michael Hulls, que há vinte anos se dedica à iluminação de espetáculos de dança; a escritora e poeta Karthika Naïr e a dramaturga Ruth Little.
Khan considera a viagem um dos momentos mais pungentes da sua vida em termos de sua jornada artística até então. Em Desh, o trabalho mais pessoal do coreógrafo até hoje, Khan se estende dramaticamente e dá vida a diversos personagens completamente diferentes, mesclando o real, o semificcional e o completamente inventado.
A inspiração foi buscada nos sabores, cheiros e energias de Bangladesh, país que formou suas origens. O assunto é tão intimamente conectado ao interior do bailarino que sua expressão no palco é profundamente assustadora.