Colunistas - Rodolfo Bonventti

Era Uma Vez: Apogeu e crise de uma emissora carioca que apostou no humor e em musicais

27 de Agosto de 2014
TV Rio funcionava no prédio do antigo Cassino Atlântico

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A TV Rio, o canal 13 do Rio de Janeiro, começou as atividades em 1955 e foi audaciosa ao criar uma programação própria, que competia em pé de igualdade com a TV Tupi e a TV Excelsior nos anos 60. Já com a TV Record de São Paulo, a emissora sempre manteve uma parceria e elas trocavam constantemente produções. Um dos donos da TV Rio, João Batista Pipa do Amaral era cunhado de Paulo Machado de Carvalho, dono da TV Record de São Paulo.

A emissora começou no antigo prédio do Cassino Atlântico, em Copacabana e teve o seu auge no início dos anos 60 quando possuía em seus quadros profissionais como Chacrinha, Moacyr Franco, Chico Anysio, Norma Benguell e Flávio Cavalcanti.

O logo da TV Rio, Canal 13 do Rio de Janeiro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi na TV Rio que nasceram os programas que misturavam música com humor, sempre ao vivo e colocando grandes vedetes no palco ao lado de bons humoristas. Na sua fase de ouro a emissora produziu programas como “O Riso é o Limte”; “Noite de Gala”; “Espetáculos Tonelux”; “Show Praça Onze” e “Noites Cariocas”.

Noite de Gala foi uma das maiores audiências

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Grandes vedetes e comediantes femininas como Consuelo Leandro, Carmen Verônica, Virginia Lane e Dorinha Duval começaram na televisão pelos programas da TV Rio. Foi também nessa emissora que Chico Anysio teve seu primeiro programa solo de humor. Foi lá também que surgiram Wálter Clark, Léo Batista, Carlos Imperial, João Roberto Kelly, Armando Nogueira e Jair de Taumaturgo.

A TV Rio também chegou a produzir algumas novelas como “Acorrentados”; “Comédia Carioca” e “O Desconhecido”, todas elas escritas por Nelson Rodrigues que usava pseudônimos para assinar as telenovelas.


 
Programas como o Jovem Guarda Rio faziam sucesso

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O mascote da TV Rio era um malandrinho carioca com um pandeiro na mão, que chamava muito a atenção e agradava aos telespectadores, mas todo esse apoio e a programação não foi o suficiente para evitar uma crise financeira que no final da década de 70 atingiu a emissora. Ela foi vendida para um grupo empresarial que já era dono da TV Difusora de Porto Alegre, e os novos donos montaram uma nova programação, muito mais econômica, baseada em filmes e desenhos, mas não deu certo e a audiência despencou. A emissora saiu do ar em abril de 1977 com uma série de dívidas, e só voltou quase dez anos depois em uma concessão dada para o pastor Nilson Fanini  da Igreja Evangélica Ebenézer.

Os musicais eram a maior atração da TV Rio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nessa fase, até o apresentador Raul Gil chegou a apresentar programas na emissora carioca, bem como a TV Rio conquistou o direito de transmissão de jogos da Taça Libertadores da América, mas tudo isso não segurou a audiência e nova crise se abateu sobre a emissora. Em 1992, novamente cheia de Noite de Gala foi uma das maiores audiências, a TV Rio foi vendida para a Rede Record e passou a se chamar TV Record Rio de Janeiro.

Na próxima semana: Bráulio Pedroso cria um bofe que não agrada ao público.

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