Adhemar Gonzaga foi um visonário no cinema brasileiro |
Adhemar de Almeida Gonzaga deixou seu nome escrito na história do cinema brasileiro como Adhemar Gonzaga, o visionário do cinema nacional que criou, na década de 1930, o primeiro grande estúdio cinematográfico brasileiro, a Cinédia.
Adhemar manifestou o seu desejo de fazer cinema ainda muito pequeno e quando essa arte ainda era desconhecida pela maior parte dos brasileiros. Estamos falando de uma época em que a Primeira Grande Guerra assustava o mundo. Os pais eram contra o desejo do adolescente e tentaram demove-lo da ideia de todas as formas.
Mas esse carioca era “tinoso” e resolveu então começar como ator, participando de um curta metragem publicitário, em 1920, aos 19 anos de idade. Conhecedor como poucos da linguagem cinematográfica, o passo seguinte foi escrever sobre o assunto para jornais do Rio de Janeiro.
O diretor, roteirista e produtor começou a filmar muito jovem |
Em 1926 lançou a revista “Cinearte”, um grande sucesso na época e que chegou a ser a publicação sobre cinema de maior circulação na América Latina.
E justamente dois anos após o sucesso da revista, Adhemar Gonzaga estreia como diretor e roteirista, realizando “Barro Humano”, até hoje um clássico do cinema nacional, um drama mudo e estrelado por Gracia Morena, Lelita Rosa, Carlos Modesto e Eva Nil, que foi um grande sucesso de bilheteria naquela época.
O sucesso de crítica e de público levou Adhemar a viajar para os Estados Unidos para conhecer de perto a indústria hollywoodiana de se fazer cinema. De volta ao Brasil em 1930, ele transforma em realidade o seu grande sonho: criar um estúdio cinematográfico, a Cinédia, no bairro carioca de São Cristóvão.
A Cinédia foi o primeiro grande estúdio do cinema nacional |
Foi Adhemar Gonzaga quem lançou no cinema nomes expressivos como o das irmãs Carmem e Aurora Miranda, Grande Otelo, Paulo Gracindo e Marlene. Foi ele também quem dirigiu o filme precursor das grandes chanchadas, “A Voz do Carnaval”, em 1936.
A Cinédia produziu perto de 50 filmes até encerrar suas atividades nos anos 1950. Entre eles grandes sucessos como “Bonequinha de Seda”; “O Ébrio”; “Pinguinho de Gente” e “Salário Mínimo”, este último em 1970 na retomada do estúdio, que fecho por dificuldades financeiras na década de 50 e retomou suas atividades, alguns anos depois no bairro de Jacarepaguá.
"Barro Humano" foi o primeiro longa metragem de Adhemar Gonzaga
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Para sobreviver, a partir de 1970, Adhemar Gonzaga resolveu alugar as instalações da Cinédia para a gravação de novelas e de filmes publicitários.
"O Ébrio" com Vicente Celestino foi um dos sucessos da Cinédia |
Adhemar Gonzaga morreu em 1978, aos 77 anos, vitimado por uma parada cardíaca.