Após o lançamento oficial na Première Brasil, no Festival do Rio, em 2012, o documentário “Amazônia Eterna”, de Belisario Franca, estreia no Rio no próximo dia 21, com exibição no Estação Botafogo. O documentário já circulou por 14 Festivais de cinema no mundo, foi visto por 30 milhões de europeus durante sua exibição no canal francês Arte +7 e recebeu o prêmio de “Melhor Documentário de 2013” pelo Festival BRAFFTV Canadá.
A Floresta Amazônica se estende por cerca de cinco milhões de quilômetros quadrados, abriga uma infinidade de espécies vegetais e animais e seus rios representam cerca de 20% das reservas de água doce do planeta. Sua biodiversidade é fonte de riqueza e garantia de sobrevivência para a humanidade.
O filme expõe grandes equívocos e aponta possíveis caminhos para que a humanidade passe a enxergar a maior floresta tropical do mundo em suas várias camadas: social, política e econômica. “Porque sim, nós podemos traduzir o valor da floresta em cifras, mas não sem ignorar sua manutenção e equilíbrio. A floresta deve ser sustentável enquanto ecossistema e, principalmente, enquanto negócio”, explica Belisario Franca. No filme, esta equação desafiadora é discutida por empresários, políticos, ambientalistas, economistas e populações indígenas e ribeirinhas – estes últimos os guardiões de modelos milenares de exploração da floresta sem impactos ambientais, herdeiros da generosidade da natureza, mas excluídos das estatísticas e políticas públicas básicas.
“Amazônia Eterna” investiga iniciativas sustentáveis em agricultura, pesca, recursos hídricos, energia, turismo, educação, ciência, clima, logística e manejo de recursos. E traz à tona a polêmica que envolve assuntos como desmatamento, presença industrial na região, direitos das populações indígenas, valor dos serviços ambientais e danos da pecuária extensiva. Atividades como agricultura, pesca, pecuária e extrativismo são desvendadas sob o respaldo de especialistas, entre eles o economista Sérgio Besserman, a ambientalista Bertha Becker, e o ecologista Virgilio Viana, além do depoimento de amazônidas.
Em 2013, o documentário fez carreira nos principais festivais internacionais e saiu vencedor da categoria “Melhor Documentário do Ano” no BRAFFTv. “A Giros busca sempre desenvolver projetos que vão além do entretenimento puro, que tenham também uma causa e uma relevância para a sociedade. Mas somos capazes de explorar a floresta e, ao mesmo tempo, mantê-la viva? Em busca de respostas para esta equação desafiadora, ‘Amazônia Eterna’ discute grandes equívocos e novas perspectivas enquanto mergulha numa viagem sensorial pelo cotidiano dos verdadeiros herdeiros deste legado, em geral excluídos da divisão dos lucros: os povos da floresta”, completa o diretor.
O documentário conta com o Patrocínio exclusivo da Vale, através da Lei do Audiovisual.
Link para download do trailer oficial e fotos: http://www.agenciafebre.com.br/amaz%C3%B4nia-eterna
Equipe e filmagens
“Amazônia Eterna” foi filmado em 11 semanas, divididas em três etapas de produção, no ano de 2011. A equipe foi formada por mais de 60 pessoas, entre pesquisadores, produtores, roteiristas, cinegrafistas, assistentes, entre outros.
O roteiro de Bianca Lenti, Yan Motta e Belisario Franca contou com o intenso processo de pesquisa realizado por Paula Gago e Francisco Frondizi. A direção de fotografia é de Gustavo Hadba-ABC e de Lula Cerri, a produção de Maria Carneiro da Cunha e a produção executiva de Mariana Vianna.
Entre os cinco estados que serviram de locação para o documentário – Amazônia, Pará, Mato Grosso, Amapá e Rio de Janeiro – mais de 15 cidades foram filmadas. Os desafios de filmar na maior floresta tropical do mundo se fizeram presentes. Como a equipe já conhecia o local e foram feitas viagens de pré-produção, contratempos como a dificuldade de deslocamento, acomodações precárias e convivência com animais foram superadas.
Os 450 kg de equipamento utilizados para rodar o documentário foram dignos de um longa-metragem de ficção: três câmeras, incluindo uma subaquática, equipamentos de iluminação, maquinária e captação de som, acessórios para escalada, barracas, redes, cobertores e uma diversidade de itens complementares.
A trilha sonora original fica por conta do israelense Armand Amar, que foi criada de forma também orgânica ao filme, especialmente para ele. Armand já ganhou diversos prêmios em sua carreira, inclusive com a trilha de “Home – Nosso Planeta, Nossa Casa”, de Yann Arthus-Bertrand, pela The International Film Music Critics Association.
Os especialistas
José Ribamar Bessa - Doutor e Professor em Letras, Coordenador do Programa de Estudos das Línguas Indígenas da UERJ; especialista em etnolinguística;
Sergio Besserman Vianna – Doutor em Economista, ambientalista, presidente da Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustável da Prefeitura do RJ e Professor de Economia da PUC-RJ;
Carlos Eduardo Young - Doutor em Economia pela Universidade de Londres e professor do Instituto de Economia da UFRJ;
Paulo Moutinho - Doutor em Ecologia e Diretor Executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM);
Fabio Leite - Coordenador da Unidade de Gestão de Programas do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO);
Bertha Becker - Doutora em Geografia e professora emérita da UFRJ. Coordena diversos projetos de pesquisa e participa da elaboração de políticas públicas nos Ministérios de Ciência e Tecnologia, da Integração Nacional e do Meio Ambiente; (falecida em 2013)
Virgílio Vianna – Ecologista e superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável;
José Aldemir de Oliveira – Geógrafo e reitor da Universidade de Estado do Amazonas, autor da tese Cidade na Selva.
Festivais que “Amazônia Eterna” participou
O filme foi exibido pela primeira vez em junho de 2012, no Good Planet Film Festival, evento oficial da Rio + 20. O longa também participou da mostra Première Brasil, do Festival do Rio 2012, e em seguida partiu para festivais internacionais, como o FIPA 2013, FIFE 2013, Documentary Feature 2013, Denver Film Festival 2013 e o BRAFFTv 2013. Além disso, o documentário foi exibido no prime time do ARTE +7, um dos mais conceituados canais de TV do mundo, com alcance de público estimado em 30 milhões de europeus. “Nossa expectativa e desejo é que o filme ajude a elevar o documentário brasileiro para um patamar de realização artística e de produção mais consistente”, acredita Belisario.