Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Vicente Leporace

4 de Agosto de 2014
Vicente Leporace no rádio no final dos anos 1940

 

Vicente Leporace começou muito cedo no rádio. Era ainda um adolescente quando entrou na Rádio Clube Hertz de Franca, no interior de São Paulo, levado por um amigo que viria a se transformar em um dos grandes nomes da nossa televisão, Blota Junior, assim como Leporace se transformaria em um ícone do nosso rádio.

Com pouco mais de 20 anos de idade, Vicente Leporace foi tentar a vida em Santos, onde na época os cassinos e cafés estavam em evidência Lá ele trabalhou na Rádio Atlântica e fez sua primeira incursão como ator também atuando em uma peça de teatro.

Ao mesmo tempo que desenvolveu uma carreira de sucesso no rádio nacional, Leporace também era presença constante nas telas de cinema na década de 1950, tendo participado de filmes importantes da época da Companhia Vera Cruz como “Sai da Frente”; “Nadando em Dinheiro”, esses dois estrelados por Mazzaropi; “Sinhá Moça”; “Uma Pulga na Balança” e “Na Senda do Crime”.

Leporace ficou conhecido nacionalmente como O Trabuco

 

 

No início dos anos 50 ele foi para a Rádio Record apresentar o “Jornal da Manhã”, e ficou por quase onze anos no ar. E aí veio o grande salto na sua carreira, quando ele foi para a Rádio Bandeirantes e criou um personagem e um programa, o “Trabuco”, que entraram para a história do rádio brasileiro como um símbolo de defesa dos oprimidos e da população de baixa renda.

“O Trabuco” ficou no ar durante 16 anos e fez com que Vicente Leporace abandonasse o trabalho como ator de cinema. Mas o sucesso do programa o levou também para a televisão, onde ele foi o apresentador do programa “Gincana Kibon” ao lado de Clarice Amaral por muitos anos.

A carreira de Vicente Leporace também ficou marcada pela sua participação diária no rádiojornal “Titulares da Notícia”, na Rádio Bandeirantes ao lado de grandes nomes como José Paulo de Andrade, Maurício Loureiro Gama e Murilo Antunes Alves. 

Vicente Leporace em entrevista para a TV Cultura em 1975

 

 

Ele morreu aos 66 anos de idade, em um domingo, na sua casa em São Paulo, após o jantar, ao sofrer um edema pulmonar, mas deixou um legado dos mais importantes na história do rádio brasileiro.

 

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