Regina Duarte defendeu dois papéis no decorrer da história |
A autora Janete Clair já era um dos principais nomes do elenco da TV Globo, graças ao sucesso alcançado pelas suas duas novelas anteriores no horário das 20h, “Véu de Noiva”, que começou a conquistar o público paulista para mudar para a emissora, e “Irmãos Coragem” que até então havia sido a novela com maior audiência na TV.
Sem descanso, porque na época a emissora carioca não possuía um banco de autores, Janete Clair pôs o ponto final em “Irmãos Coragem” em uma semana, e na semana seguinte já começava a desenvolver uma nova história.
A trilha sonora foi um dos pontos fortes da novela |
Baseada em uma notícia de jornal sobre um jovem tocador de bumbo, que em uma praça de uma cidade pernambucana, briga e mata um jovem que o ridicularizara, e tomando também com base o romance americano “Uma Tragédia Americana”, que havia gerado, no início da década de 50, o ótimo filme “Um Lugar ao Sol”, Janete escreveu “Selva de Pedra”.
A novela contava a história e a ascensão do jovem interiorano de vida muito simples e religiosa Cristiano Vilhena, interpretado por Francisco Cuoco, que após matar o jovem que o ridicularizava por pregar e tocar bumbo em praça pública, é protegido da polícia por uma jovem artista plástica, Simone, personagem de Regina Duarte, e foge para o Rio de Janeiro. Os dois se casam, mas têm a felicidade colocada em risco quando Cristiano conhece o tio milionário e passa a frequentar outros ambientes e conhece a namorada do primo, a sofisticada e dominadora Fernanda, um brilhante trabalho de Dina Sfat.
Regina, Cuoco e Dina Sfat viveram um intenso triângulo amoroso |
“Selva de Pedra” ficou no ar de 10 de abril de 1972 a 23 de janeiro de 1973, exibindo um total de 243 capítulos, todos ainda em preto e branco, com direção de Daniel Filho, Wálter Avancini, que trocou a TV Tupi pela emissora carioca, e Reynaldo Boury.
Com vários ganchos marcantes e mudanças repentinas na história, “Selva de Pedra” foi conquistando o público de tal forma que no capítulo 152, quando depois de ter sido considerada morta e de voltar como uma outra pessoa, Rosana Reis, a personagem de Regina Duarte é desmascarada, registrou 100% de audiência na cidade do Rio de Janeiro e carca de 90% na cidade de São Paulo. Até hoje, um índice imbatível.
Carlos Vereza, aqui ao lado de Cuoco, foi um dos destaques da novela |
A novela consagrou Francisco Cuoco e Regina Duarte como dois dos nomes mais importantes das novelas globais e rendeu vários prêmios para Dina Sfat como melhor atriz do ano. Outros atores que se destacaram foram Mário Lago como Sebastião, um fanático religioso; Carlos Vereza como o trambiqueiro Miro; Heloisa Helena como Fanny, a simpática dona de pensão e Gilberto Martinho como Aristides, o tio rico de Cristiano Vilhena.
No grande elenco a estreia de Glória Pires e Kadu Moliterno em novelas globais e ainda muito jovens, além de Arlete Salles, Carlos Eduardo Dolabella, Ana Ariel, Neuza Amaral, Edney Giovenazzi, Dorinha Duval, Maria Cláudia, Emiliano Queiroz, Francisco Dantas, Álvaro Aguiar, Ida Gomes, Sonia Braga, Urbano Lóes, Lídia Mattos, Rogério Fróes, Lícia Magna, Germano Filho, Célia Coutinho, João Paulo Adour, Antonio Patiño, Agnes Fontoura, Tessy Callado e Eliano Medeiros, entre outros.
Na próxima semana: a estreia do jornalístico Globo Shell.