Abílio na época do surgimento do TBC |
Abílio Pereira de Almeida foi um dos nomes mais importantes do cinema e do teatro brasileiros nas décadas de 40 e 50. Autor, dramaturgo, ator e diretor, Abílio se formou em direito pela Universidade de São Paulo, mas em seguida começou a participar de montagens teatrais beneficentes.
Foi um dos fundadores do Grupo de Teatro Experimental junto com Alfredo Mesquita, em 1943, e foi com esse grupo que montou seu primeiro espetáculo como autor, ator e diretor, “Pif-Paf”, em 1946.
Abílio Pereira e Mauricio Barroso em 1947 no TBC |
Abílio também participou da organização e da criação do TBC – Teatro Brasileiro de Comédia em 1949, onde foi o autor mais encenado da companhia e também seu diretor-secretário por vários anos. E do TBC, Abílio Pereira de Almeida partiu para a Companhia Vera Cruz, a nossa “Hollywood brasileira”, onde se transformou em um dos principais nomes do cinema nacional.
Para o TBC, ele escreveu peças importantes como “A Mulher do Próximo”; “Paiol Velho”; “Santa Marta Fabril”; “Rua São Luis, 27” e “Moral em Concordata”. Também foi autor de vários outros espetáculos montados pelas companhias de Maria Della Costa e de Nydia Licia e Sérgio Cardoso, bem como para Dercy Gonçalves (“Dona Violante Miranda”) e Cacilda Becker (“Em Moeda Corrente do País).
Ele foi um dos principais nomes da Companhia Vera Cruz |
Na Vera Cruz, Abílio estreou como ator em “Caiçara”, em 1950, ao lado de Eliane Lage e Mário Sérgio, a primeira produção da companhia. Homem de muitos instrumentos, ele se transformou em roteirista, diretor e produtor já no ano seguinte com o filme “Ângela” e adaptou em seguida sua peça “Paiol Velho” para o cinema que resultou em “Terra é Sempre Terra”, um dos mais importantes filmes realizados pela Vera Cruz.
Abílio deixou o TBC na década de 1950 e com o fim melancólico da Vera Cruz, foi ser supervisor de produção na Brasil Filmes, realizando fitas importantes como “Estranho Encontro” de Wálter Hugo Khouri e “Osso, Amor e Papagaios” de Carlos Alberto Souza Barros.
Abílio adaptou para o cinema algumas peças suas |
Abílio Pereira de Almeida se suicidou aos 71 anos de idade, mas deixou o seu nome gravado nos palcos e nas telas nacionais com seus expressivos textos e roteiros, bem como pela sua importância na constituição do TBC e da Companhia Vera Cruz.