A rinite alérgica, que afeta milhões de brasileiros com sintomas como espirros, coceira e congestão nasal, pode ter cura em muitos casos — desde que o tratamento seja específico e conduzido corretamente
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Foto: Divulgação |
Segundo o Guia Brasileiro de Imunoterapia da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), publicado em 2023, a imunoterapia com alérgenos (ITA) é o único tratamento com potencial de cura para a rinite alérgica. Diferente dos medicamentos que apenas aliviam os sintomas, a imunoterapia atua na causa da doença, reeducando o sistema imunológico para que ele deixe de reagir de forma exagerada a substâncias como ácaros, poeira, pólens e pelos de animais.
O que dizem os estudos
O guia da ASBAI revisou mais de 1.200 estudos científicos e selecionou os 47 mais confiáveis, totalizando mais de 8 mil pacientes avaliados. As pesquisas confirmaram que a imunoterapia — seja subcutânea (por injeções) ou sublingual (por gotas) — é efetiva e segura tanto para crianças quanto para adultos.
Os pacientes tratados apresentaram redução significativa dos sintomas, menor necessidade de medicamentos e, o mais importante, manutenção dos benefícios mesmo após o fim do tratamento. Por isso, o documento afirma que a imunoterapia “é a única estratégia terapêutica com potencial de cura”.
Como funciona o tratamento
A imunoterapia é feita com extratos purificados dos alérgenos que causam as crises. Esses extratos são administrados em doses progressivamente crescentes, com o objetivo de tornar o organismo tolerante a essas substâncias.
O tratamento pode ser realizado de duas formas:
Subcutânea (ITSC): aplicada por injeções sob supervisão médica.
Sublingual (ITSL): feita com gotas sob a língua, que podem ser usadas em casa com acompanhamento médico.
O processo é individualizado e dura, em média, de três a cinco anos — tempo necessário para que o sistema imunológico “aprenda” a reagir normalmente. Quando bem indicado e seguido corretamente, o paciente pode ficar anos sem sintomas, mesmo após encerrar o tratamento.
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Rinite não precisa ser para sempre
De acordo com o Dr. Bruno Bastos, alergista e imunologista, a imunoterapia representa uma mudança importante na forma de tratar a rinite:
“A rinite alérgica não precisa ser uma condição eterna. Com um tratamento personalizado e acompanhamento adequado, é possível tratar a causa, recuperar a qualidade de vida e, em muitos casos, alcançar a remissão prolongada ou até a cura funcional”, explica o especialista.
Embora exija tempo e regularidade, a imunoterapia oferece resultados duradouros e comprovados cientificamente — devolvendo o bem-estar a quem convive há anos com as crises alérgicas.
Fonte: Dr. Bruno Bastos – Alergista e Imunologista | www.drbrunoalergista.com.br