Manoel de Nóbrega no banco da praça que o consagrou na Record |
Manoel Soares de Nóbrega era um carioca nascido em Niterói em 1913 e que em 1931 resolveu largar o curso de Economia e investir no rádio. Surgia aí o Manoel de Nóbrega que o rádio e a televisão brasileiros conheceram no inicio de suas vidas.
Ele veio para São Paulo em 1940 e aqui construiu uma sólida carreira no rádio por onde passou pelas emissoras Cultura, Nacional, Tupi e Piratininga. Chegou na TV em meados da década de 1950, estreando na TV Paulista e passando depois pela TV Record.
Manoel de Nóbrega e Borges de Barros, o mendigo, na "A Praça da Alegria" |
No rádio ele criou programas importantes de humor como o “Cadeira de Barbeiro” e o "Programa Manoel de Nóbrega”, mas foi na televisão que a consagração como ator, autor e humorista viria ao criar, em 1957, o programa “A Praça da Alegria”.
A idéia do programa veio de uma viagem que fez a Buenos Aires na década de 1950, onde sentado em uma grande praça da capital argentina, viu personagens que faziam parte do dia a dia daquela praça e divertiam as pessoas que passavam por ela.
"A Praça da Alegria" foi sucesso de audiencia na TV Paulista e na TV Record |
A estréia de “A Praça da Alegria” aconteceu na TV Paulista e foi depois com ele no comando do principal banco dessa praça para a TV Record, sendo um sucesso de audiência nas duas emissoras. E foi na TV Paulista que ele conheceu o apresentador Silvio Santos, então iniciando sua carreira e de quem se transformaria em um dos seus melhores amigos.
Foi Manoel de Nóbrega quem criou a empresa Baú da Felicidade, que ele vendeu para Silvio Santos na década de 1960, e também um dos maiores incentivadores para que Silvio montasse a TVS, da qual foi diretor superintendente nos primeiros meses da emissora.
Manoel de Nóbrega e Jorge Loredo, o Zé Bonitinho no famoso banco |
No cinema, Manoel da Nóbrega deixou sua marca de ator no filme “Independência ou Morte” de 1972, no qual interpretou Dom João VI, ao lado de grandes nomes como Tarcísio Meira, Gloria Menezes, Kate Hansen e Dionisio de Azevedo.
Nóbrega foi responsável por criar mais de 100 personagens divertidos para a sua Praça e lançou nomes importantes para o humor nacional como Ronald Golias, Canarinho, Simplicio, Zilda Cardoso, Murilo Amorim Correa, Maria Tereza, Rony Rios, Chocolate e Clayton Silva, entre muitos outros.
Nóbrega e o leitor confuso criado por Wálter D'Ávila no banco da Praça |
Ao morrer, em 1976, vitimado por um câncer, deixou um legado importantíssimo para o humorismo nacional e para o único filho, Carlos Alberto de Nóbrega, o seu lugar no banco de uma praça que mudou de nome, agora é “A Praça é Nossa”, mas ainda mantém bons índices de audiência e revela novos nomes para o nosso humor.