Consagrado após uma performance incendiária no festival de Glastonbury, quarteto londrino lança balada temperada com melancolia
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Confira: https://wolfalice.lnk.to/the-
Assista: https://youtu.be/UXOgzXmd5Zo?
Pre-save “The Clearing”: https://wolfalice.lnk.to/the-
Está chegando a hora! Seis semanas antes do lançamento de seu novo disco, “The Clearing”, o quarteto londrino Wolf Alice apresenta mais um aperitivo da coleção, “The Sofa”, single que se segue à trepidante “Bloom Baby Bloom”, lançada em maio. A música surge após os shows arrebatadores do quarteto em festivais pela Europa, incluindo o de Glastonbury, em seu país natal, que rendeu críticas e comentários consagradores da imprensa especializada e do público. Mostrada ao público antes de seu lançamento, “The Sofa” já contou com um coro de centenas de vozes.
A canção é uma espécie de retrato psicológico do disco, mostrando questões como o simples fato de se apaixonar pela sua própria vida por ela ser exatamente o que é e finalmente se libertar de sonhos não realizados sem qualquer constrangimento, culpa ou frustração, na medida em que se amadurece.
Baseada no som do piano, “The Sofa” é uma balada abrilhantada pela poesia da cantora da banda, Ellie Roswell, em grande forma. “Não cheguei à Califórnia/ Onde pensei que poderia recomeçar do zero/ Parece um pouco que estou presa em Seven Sisters, Norte de Londres/ E talvez esteja tudo bem”, canta ela, com sinceridade, na letra, em uma referência à região onde a banda se formou.
Ultrapassada a autocobrança dos 20 anos, o Wolf Alice chega a uma merecida serenidade, conquistada a duras penas.
– A ideia é não se esforçar tanto para decifrar tudo, pensar em ficar mais velha e tentar não sofrer pelas coisas que aconteceram ou não aconteceram na sua vida – diz Ellie. – A música também trata dos altos e baixos da vida quando se está em uma banda. Você fez uma turnê enorme, aí chega em casa e janta sentado no sofá. É assim que eu trato a TV. Eu nunca via nada duas vezes porque pensava que tinha muito a descobrir! Agora já penso que tudo bem se eu quiser ver “Peep Show” (programa cômico inglês) pela décima terceira vez.
Filmado nas ruas do Norte de Londres, em referência à letra, o clipe de “The Sofa” retrata o clima de um sonho que se sonha acordado, em cenas coloridas em câmera lenta. Ellie é transportada por uma fantasia surreal pela baderna das ruas no verão britânico sem que deixe o sofá. Inspiradas na clássica fotografia de rua, as cenas capturam interações de pessoas das mais diferentes origens, festejando a alegria que dividimos com estranhos em um dia de sol. O clipe foi dirigido por Fiona Jane Burgess (Christina Aguilera, girl in red, Gucci) e traz diversos easter eggs ligados ao disco vindouro. Atenção, fãs!
O single se segue ao vitorioso retorno do Wolf Alice ao festival britânico de Glastonbury, que comprovou o absoluto estado de graça da banda, reunindo sucessos mais antigos como “Bros” and “Don’t Delete The Kisses” com as novas “Bloom Baby Bloom” e “The Sofa”. Uma volta de consagração.
O quarteto Wolf Alice passou por muito desde que surgiu, no norte de Londres, em 2013, como uma jovem banda que olhava a chegada de sua própria geração em um espelho. Em seu quarto álbum, “The Clearing”, os quatro atingem o auge de seus poderes, já elevados ao status de banda-símbolo de sua geração.
Enquanto a euforia de seu álbum de estreia, “My Love Is Cool” – em que se destacava “Moaning Lisa Smile”, indicada ao Grammy –, compôs a trilha sonora perfeita da experiência da juventude em seus primeiros passos na música, o álbum seguinte, “Visions Of A Life” (2018), consolidou sua ascensão com um Mercury Music Prize, antes da dor prazerosa de “Blue Weekend”, de 2022, e seu Brit Award de Melhor Grupo. No processo, a vocalista Ellie Rowsell se consagrou nas canções como cronista, tecendo pérolas sobre as dores e delícias de se ter vinte e poucos anos. O Wolf Alice também esteve nos palcos de todo o mundo, em turnês com ingressos esgotados por festivais diversos e como atração de abertura para artistas como o astro pop Harry Styles.
No próximo verão europeu, a banda já tem compromisso no festival Big Weekend da rádio BBC, além de se apresentar no lendário Glastonbury, na mesma noite que Rod Stewart, The Prodigy e Olivia Rodrigo.
Lúdico e sério, irônico e direto, “The Clearing” é parte de uma mudança progressiva em uma banda cuja exploração do amor, da perda e da conexão humana já traduziu a experiência do amadurecimento para uma geração inteira. É um álbum clássico de pop-rock, que remete aos anos 1970 sem deixar de ter raízes sólidas no presente. Se o Fleetwood Mac compusesse um disco hoje, no norte de Londres, o ouvinte chegaria perto desta série de faixas grandiosas, mas que soam naturais, sem esforço, cada uma tão marcante quanto a anterior. Sonoramente, não há desperdício nem histeria; apenas as melodias mais impositivas que a banda já criou. É um novo começo, e cada integrante (além de Ellie, Joff Odie na guitarra, Theo Ellis no baixo e Joel Amey na bateria) sente isso tão intensamente quanto os ouvintes.
No centro do álbum está a narrativa poética em constante evolução de Ellie, ao lado do desejo natural de que os quatro se divirtam, seguros de sua ambição e capacidade. “The Clearing” encapsula aquela sensação libertadora de encontrar um momento de paz e clareza, tendo sobrevivido à frivolidade desenfreada dos 20 anos e emergindo para o futuro. Bem-vindos a um retrato do Wolf Alice à beira de uma nova década, tanto na vida quanto na arte. Podem admirar.