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Segundo a OMS, cerca de 600 milhões de pessoas adoecem por problemas digestivos a cada ano

1 de Julho de 2025

Só no Brasil as internações por Doenças Inflamatórias Intestinais (Crohn, retocolite) tiveram um aumento de 61% nos últimos 10 anos, passando de 14.800 para 23.800 registros — e o câncer colorretal trazem à tona a importância do histórico familiar. Pacientes com DII têm de 2 a 6 vezes mais chance de desenvolver câncer colorretal do que a população geral. Além disso, a retocolite aparece em famílias com até 4 vezes mais frequência entre parentes de primeiro grau.

O cirurgião do aparelho digestivo Dr. Rodrigo Barbosa explica que entre 5% e 20% dos casos de câncer colorretal em adultos jovens são causados por uma condição genética” como síndrome de Lynch ou polipose adenomatosa familiar (FAP). No caso da síndrome de Lynch, esse risco pode chegar a 50–70% ao longo da vida, com diagnóstico médio aos 40 anos.

Câncer colorretal em jovens: emergência silenciosa

Organizações internacionais como OMS e a American Cancer Society relatam que os casos de câncer colorretal em indivíduos abaixo de 50 anos estão crescendo rapidamente, impulsionados por fatores genéticos, inflamações intestinais crônicas, dieta e sedentarismo. Além disso, estudos apontam que um terço dos pacientes com menos de 35 anos têm síndromes hereditárias — valor muito acima da média populacional.

Fatores de risco em alta

O médico explica que o Atlas Mundial da Obesidade estimou que, em 2025, 31% da população adulta global está obesa, impulsionando doenças como refluxo, doença hepática gordurosa, pancreatite e câncer digestivo. Além disso, o sedentarismo e dieta ultraprocessada com mais calorias, menos fibras são um ambiente propício para disfunções intestinais e inflamatórias. “Ainda é preciso levar em conta o estresse crônico e má qualidade do sono que afetam o eixo intestino–cérebro, intensificando sintomas como gases, dor abdominal e alterações no trânsito intestinal”, pontua.

“Por isso a importância do rastreio precoce já que é essencial avaliar histórico familiar com câncer ou pólipos, iniciar colonoscopias precoces antes dos 50 anos, e em caso de risco, realizar testes genéticos quando houver suspeita de síndromes hereditárias”, alerta o médico que completa: “Rastrear antecedentes familiares e identificar predisposições genéticas permite intervenções precoces, melhor prognóstico e evitar tratamentos tardios e invasivos”, finaliza Dr. Rodrigo.

Sobre Dr Rodrigo Barbosa

Cirurgião Digestivo sub-especializado em Cirurgia Bariátrica e Coloproctologia do corpo clínico dos hospitais Sírio Libanês e Nove de Julho.

CEO do Instituto Medicina em Foco e coordenador do Canal ‘Medicina em Foco’ no Youtube https://drrodrigobarbosa.com.br/

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