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Como o planejamento estratégico pessoal ajuda nas realizações?

28 de Maio de 2025

Apenas 8% das pessoas mantêm suas metas ao longo do ano; especialistas apontam métodos para reverter esse quadro

Foto: Freepik/ Divulgação

De acordo com um levantamento realizado este ano pela Forbes Health em parceria com a empresa de pesquisas OnePoll, apenas 8% das pessoas conseguem manter as resoluções de Ano Novo por mais de um mês. A dificuldade em transformar objetivos em ações concretas revela uma realidade comum à maioria da população mundial.

Diante desse cenário, especialistas em comportamento e desenvolvimento pessoal apontam a necessidade de adotar metodologias que contribuam para uma vida mais organizada. Entre os métodos mais recomendados está o planejamento estratégico pessoal, também conhecido pela sigla PEP.

Inspirado em conceitos originalmente desenvolvidos para o ambiente corporativo, o PEP tem entre seus principais formuladores nomes como Igor Ansoff, Michael Porter e Philip Kotler. Consolidado ao longo do século XX, o modelo ganhou novas interpretações e, com algumas adaptações, passou a ser utilizado também na vida pessoal.

Um artigo da Endeavor Brasil, publicado no portal Gov.br, define o planejamento estratégico pessoal como “uma espécie de plano de vida que parta de uma autoanálise sincera, que reconheça sua essência e esteja alinhada com a sua missão pessoal”.

Na prática, o PEP funciona como uma ferramenta de organização de metas, definição de prioridades e acompanhamento de resultados. Também vem sendo utilizado em processos de autoconhecimento, como consultoria de branding, coaching de carreira e desenvolvimento pessoal.

A versatilidade é uma de suas principais características: o método pode ser aplicado para alcançar diferentes objetivos – desde conseguir um novo emprego, escrever um livro ou abrir um negócio, até melhorar a saúde ou conquistar o equilíbrio emocional. A chave para o sucesso está em desenvolver um plano realista, executável e que possa ser ajustado ao longo do tempo.

Como aplicar o planejamento estratégico pessoal?

Segundo o artigo publicado pela Endeavor Brasil, o PEP funciona como uma moldura (ou frame) que ajuda a organizar pensamentos, objetivos e estratégias a partir das características de cada pessoa. A metodologia propõe uma construção estruturada do planejamento, que envolve o autoconhecimento e a criação de um plano de ação prático e realista.

A base conceitual do PEP se apoia no ciclo PDCA – sigla em inglês para Plan, Do, Check, Adjust (Planejar, Executar, Checar e Ajustar). Trata-se de um processo contínuo de análise, implementação e revisão de ações, que permite flexibilidade e adaptação conforme surgem novos desafios ou mudanças de contexto.

Nesse processo, uma das etapas é a autoanálise profunda, que inclui a identificação de pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças – a tradicional matriz SWOT. Esta análise pessoal é considerada essencial para mapear o que pode impulsionar ou dificultar o alcance dos objetivos.

Como destaca a pesquisadora Clara Fagundes, com estratégia, propósito e método é possível tirar as metas do papel. “É sobre identificar seus obstáculos e traçar um planejamento estratégico alinhado ao seu propósito e que funcione para a sua realidade”, afirma. 

A estrutura sugerida pela Endeavor Brasil propõe que o planejamento contemple três grandes áreas da vida: pessoal, profissional e financeira. O equilíbrio entre essas dimensões forma o tripé que sustenta o PEP e torna o plano mais abrangente e aplicável no cotidiano.

Como os brasileiros planejam? 

O planejamento pessoal é uma prática presente na rotina dos brasileiros. De acordo com uma pesquisa realizada em 2024 pelo Instituto QualiBest, 69% dos entrevistados afirmam ter iniciado o ano com algum tipo de plano definido. 

A maneira como esses planos são elaborados, no entanto, evidencia diferentes perfis de organização. Para 35% dos participantes, o planejamento permanece apenas no pensamento, sem qualquer tipo de registro formal. Já outros 34% afirmam anotar suas metas – seja no papel ou por meios digitais – um hábito que se destaca entre os jovens da Geração Z. 

Em contrapartida, 22% dos brasileiros dizem ter objetivos definidos, mas sem estruturação ou planejamento formal. Esse comportamento, segundo o levantamento, é mais frequente entre os integrantes da Geração Silenciosa e dos Baby Boomers, que preferem abordagens menos sistematizadas e mais intuitivas.

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