Foto: Freepik |
Impulsionados pela crescente busca por saúde preventiva e bem-estar, os suplementos de vitaminas e minerais consolidam seu protagonismo. Segundo dados de uma pesquisa da Future Market Insight (FMI), esse mercado deve atingir um volume de US$ 58,8 bilhões até o final de 2024.
No ano passado, o setor alcançou a marca de US$ 55,6 bilhões. O estudo, intitulado Vitamin and Mineral Supplement Market Outlook from 2024 to 2034, aponta uma tendência de crescimento a um taxa de crescimento anual composto (CAGR) de 5,4%, com projeções de expansão para US$ 99,7 bilhões até 2034.
De acordo com o estudo, a alta demanda por suplementos é impulsionada por fatores como aumento da prevalência de doenças crônicas, deficiências de micronutrientes, envelhecimento populacional e uso de minerais e vitaminas em suplementos nutricionais, produtos nutracêuticos e nutrição esportiva. Além disso, o crescimento do comércio eletrônico tem influenciado o consumidor a comprar os complementos alimentares de maneira on-line.
O levantamento mostra que, em 2023, os vitamínicos e minerais correspondiam a 32,6% do mercado global de suplementos alimentares, cujo valor total foi estimado em US$ 152,8 bilhões. As vitaminas representam quase quatro, em cada cinco vendas no mercado-alvo.
A preocupação com a alta incidência de deficiências vitamínicas, especialmente a de vitamina D, é apontada como um fator que impulsiona o consumo desses suplementos. Além disso, com a crescente conscientização sobre os benefícios de vitaminas como D, A e C, é esperado que a demanda por esses produtos continue em expansão.
Enquanto o segmento de vitaminas deve crescer a um CAGR de 3,4%, a categoria de minerais deve expandir a uma taxa maior de, pelo menos, 6,7%. Entre eles estão o cálcio, o iodo, o zinco, o potássio e o magnésio.
O último tem se popularizado entre os consumidores. Segundo informações do Google Trends, as buscas pelo termo “melhor magnésio” aumentaram nos últimos cinco anos. O fortalecimento da saúde óssea e cardiovascular são alguns dos benefícios do magnésio, conforme as autoridades de saúde.
No Brasil, um estudo divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad) revela que os suplementos mais consumidos no país incluem multivitamínicos, minerais, ácidos graxos, apoiadores de imunidades e vitaminas.
Entre os ácidos graxos, o ômega 3 se destaca. Já o cálcio é o principal mineral, enquanto a vitamina C é a queridinha entre as vitaminas. Entre os suplementos de apoio à imunidade, os mais procurados são os pré e probióticos, a beta-glucana e a coenzima Q10 (CoQ10).
Entre os efeitos da coenzima Q10, estão a saúde cerebral e pulmonar, o alívio da enxaqueca, a melhora da aparência da pele, a fertilidade e o desempenho do exercício, segundo informações do Manual MSD.
De acordo com o nutricionista Caio Bernardo, em artigo publicado no Portal da Saúde do Ministério Público da União (MPU), os probióticos são substâncias alimentares que melhoram a saúde ao servir de nutriente e incentivar o desenvolvimento de bactérias benéficas para a microbiota intestinal.
Por outro lado, os probióticos, conforme a definição da Organização Mundial da Saúde, são "organismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas, trazem benefícios à saúde do hospedeiro". Entre as vantagens mencionadas pelo nutricionista estão a melhoria do funcionamento intestinal e da integridade da parede intestinal, além do fortalecimento do sistema imunológico.
Já a beta-glucana, fibra solúvel presente no farelo de aveia e na cevada, pode auxiliar na diminuição do pico glicêmico e na diminuição da quantidade de LDL colesterol no plasma sanguíneo, conforme aponta o estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná e publicado no Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences.
A pesquisa da Abiad também menciona os dados de um relatório da Coherent Market Insights, que prevê que o mercado global de suplementos para a saúde mental e do cérebro crescerá a uma taxa de 8,5% nos próximos anos, alcançando mais de US$ 13 milhões até 2027.
A pesquisa da FMI também revela que, em um mercado competitivo e em constante transformação, os fabricantes de suplementos devem adotar diferentes estratégias e táticas para se destacar.
Entre elas, está a introdução de produtos mais palatáveis e convenientes, como gomas e comprimidos mastigáveis, e o investimento em campanhas educativas que demonstrem os benefícios para a prevenção de doenças e o bem-estar geral.
O uso de mídias digitais para promover os produtos e a migração para plataformas de e-commerce são essenciais para alcançar públicos mais amplos. Também pode ser interessante a introdução de suplementos veganos, assim como o uso de embalagens ecológicas, alinhadas às tendências de sustentabilidade.