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Dra. Carla Dias adverte sobre o aumento de tumores em jovens e seus fatores de risco

6 de Dezembro de 2024
Foto: Divulgação

Atrelar a palavra “câncer” ao público adulto é algo bastante comum entre as pessoas. É que, na teoria, alguns fatores de risco, como as predisposições genéticas, o uso do tabaco e até a exposição às substâncias carcinogênicas são sinalizados por um processo de desenvolvimento da doença que, por muitas vezes, envolve etapas variadas. Isso pode resultar em um longo período para a mutação das células. Ou seja, teoricamente o avanço da idade seria o protagonista para os devidos diagnósticos.

Contudo, as evidências mostram que o crescente número de jovens com a doença tem se tornado mais comum. E isso nos traz um alerta, principalmente quando o diagnóstico envolve tumores no intestino, pâncreas e mama.

Conforme dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), somente em 2020 no Brasil mais de 13 mil jovens foram diagnosticados com a doença. Mas, por qual motivo tivemos cerca de 8% do total de casos em jovens no nosso território?

Há uma combinação de fatores para esses riscos, como a obesidade, o álcool e o próprio tabagismo.”, explica a oncologista clínica Dra. Carla Dias.

A American Cancer Society (scientificamerican.com) publicou um estudo que aponta 17 tumores malignos que estão se tornando cada vez mais comuns nas chamadas geração X e Y. Podemos citar alguns exemplos, como os cânceres dos rins, pâncreas, tireoide e intestino delgado. Pessoas nascidas nos anos 1990 tinham mais possibilidades de desenvolver tais quadros do que as que vieram ao mundo nos anos 1955. E mais: quem nasceu mais recentemente tem apresentado os primeiros sintomas da patologia ainda mais jovem.

“Os exames que trazem diagnósticos precisos não são comuns na rotina do adulto jovem. Por isso se faz necessária uma mudança nessa característica. Quando mais cedo for detectado, maiores as chances de cura do câncer.”, acrescenta a oncologista.

Sabe-se que há protocolos individualizados em relação às idades no que se refere aos exames de rotina. Por isso se torna tão importante o diagnóstico clínico, uma boa anamnese (história clínica do paciente), a consulta periódica e principalmente os bons hábitos. Não se pode focar em exames desnecessários e indiscriminados, porém, fica o alerta de que os bem indicados, devido à história clínica ou familiar, além dos sintomas, devem ser indicados.

Temos que ficar atentos ainda a outros pontos importantes da nossa rotina, como buscar por uma alimentação saudável, fazer exercícios físicos, evitar o cigarro e álcool. Tais situações podem ajudar na diminuição do diagnóstico positivo e das possibilidades de casos mais graves.”, finaliza a Dra. Carla Dias.

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