Com direção de Nelson Baskerville, espetáculo visto por mais de 28 mil pessoas e indicado ao Prêmio Shell (figurino e luz), é uma montagem moderna, vibrante e acessível ao grande público do clássico escrito em 1.800 pelo autor alemão Friedrich Schiller
Créditos: Lígia Jardim |
A sombria disputa travada entre as rainhas Elizabeth I (1533-1603) e Mary Stuart (1542-1587) pelo trono da Inglaterra no século 16 é tema do espetáculo Mary Stuart, dirigido por Nelson Baskerville, que estreou no Teatro do SESI- SP, onde ficou em cartaz de agosto a novembro de 2022, e passou por São José dos Campos, São José do Rio Preto (FIT), Campinas, Ribeirão Preto e ABC.
A peça agora ganha uma temporada popular no Teatro Paulo Eiró, na Zona Sul de São Paulo, de 11 de outubro a 03 de novembro, quinta a sábado às 21h e domingos às 19h.
O espetáculo é estrelado por Virginia Cavendish e Ana Cecília Costa/Ana Abbott (alternante), que interpretam as monarcas e dividem a cena com Letícia Calvosa, Adilson Azevedo, Anderson Müller, Gustavo Machado, Joelson Medeiros, Iuri Saraiva, Fernando Vitor/Giovani Tozi, Alef Barros e Julia Terron. A tradução é assinada por Ricardo Lísias e a adaptação, por Robert Icke.
A encenação emprega um olhar contemporâneo para narrar o conflito entre as rainhas.
Única herdeira legítima do rei Jaime V da Escócia, Mary Stuart assumiu o trono aos seis dias de vida, após a morte de seu pai. Ainda muito criança foi exilada para a França, fugindo das constantes ameaças de morte. Lá cresceu e se casou com James Hepburn se tornando também rainha da França. Aos 18 anos ela era rainha da Escócia e França, o centro da Europa de então.
Elizabeth I, teve um sucesso inverso. Filha bastarda do rei da Inglaterra Henrique VIII era prima de Mary Stuart e, ao contrário dela, viveu até seus 25 anos de idade presa numa torre, por indicação de sua irmã, Mary I, católica, que temia que a presença de Elizabeth, pudesse ameaçar a sua coroa.
Com a morte de Mary I, Elizabeth finalmente assume o trono e mais uma vez, a religião de estado na Inglaterra muda para o protestantismo. Religião criada por Henrique VIII, pai da rainha Elizabeth I, filha que ele havia deserdado.
É quando começa a disputa entre as primas. Afinal, Elizabeth era uma filha bastarda e Mary Stuart estava em primeiro lugar na fila da sucessão. Existia na Europa uma sangrenta guerra religiosa entre católicos e protestantes e o trono da Inglaterra, era alvo dessa disputa. Se Mary Stuart assumisse o trono, o catolicismo voltaria a dominar a Inglaterra, que com a coroação de Elizabeth I, estava sob domínio dos protestantes.
Essa disputa, que se tornou uma guerra religiosa cheia de atentados, conspirações e mortes, não era só uma guerra entre primas, mas entre religiões e grandes países.
O espetáculo conta as últimas 24 horas de vida de Mary Stuart, presa há 18 anos a mando de Elizabeth I, que repete o gesto de sua irmã, Mary I, porque teme que a presença da prima escocesa ameace o seu trono.
A forma como o espetáculo foi escrito resultou em uma peça com muito suspense e ação, na qual o público é convidado a acompanhar as últimas 24 horas de vida de Mary Stuart, em uma trama que mistura conspiração, traição e jogos pelo poder, muito semelhante aos tempos atuais.
Segundo o diretor Nelson Baskerville, a proposta é fazer com que o texto escrito em 1.800 se comunique de forma contemporânea com o público de hoje, de modo que a plateia reconheça as mazelas atuais nessa disputa.
Essa nova temporada de circulação é possível graças ao Governo do Estado de São Paulo, à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, ao Governo Federal e o Ministério da Cultura por meio da Lei Paulo Gustavo.
Sinopse
Em uma montagem moderna, vibrante e acessível ao grande público, o espetáculo MARY STUART traz a versão contemporânea dos bastidores da rivalidade histórica entre a rainha da Escócia Mary Stuart e a rainha da Inglaterra Elizabeth I, protagonizada por Virginia Cavendish e Ana Cecília Costa (Ana Abbott é a atriz alternante), além de grandes nomes como Anderson Müller, Gustavo Machado e Joelson Medeiros. Um mergulho na vida dessas duas rainhas: onde a traição, a violência e a desonestidade são as armas políticas para se manter no poder. Trata-se da adaptação da obra clássica do teatro alemão escrita por Friedrich Schiller, feita por Robert Icke, traduzida por Ricardo Lísias e dirigida pelo premiado Nelson Baskerville.
Detalhes da encenação
Cenário
Do ponto de vista arquitetônico, a peça se passa em sua maioria no palácio de Elizabeth I, em seus ambientes internos, com exceção do ato onde, finalmente, as primas monarcas se encontram pela primeira vez. Daí sim, um ambiente externo. Esses ambientes revelam uma rainha que é livre dentro do seu próprio palácio e da outra que está encarcerada, no mesmo prédio, aguardando sua sentença e possível execução, no que seria uma cela subterrânea, um calabouço. Estes espaços estão presentes na narrativa cenográfica pois, além de situarem o público, são usados como metáforas de poder. Ali estão chaves poéticas importantes quando a simples inversão de quem está acima ou abaixo no espaço, diz mais sobre as potências internas de cada monarca do que sobre suas coligações políticas.
Figurinos e visagismo
Em Mary Stuart não há necessidade de propor um figurino época, mas sim a particularidade de cada personagem e uma referência ao período histórico. A concepção do figurino e do visagismo é atemporal. As Rainhas possuem trajes que remetem a uma linguagem contemporânea e o histórico com golas rufo. Os outros personagens possuem uma leitura mais recente, e alguns trazem as golas rufo, simbolizando a nobreza.
Trilha Sonora
A estética musical é ao mesmo tempo grandiloquente, cinemática e transgressora, usando ao mesmo tempo cordas orquestrais, guitarras, bateria e sintetizadores. O sistema ‘surround’ é amplamente utilizado para criar uma imersão de texturas sonoras na plateia e também situar o público na geografia dos acontecimentos do espetáculo.
Ficha Técnica
Adaptação: Robert Icke
Tradução: Ricardo Lísias
Direção: Nelson Baskerville
Elenco: Virginia Cavendish, Ana Cecília Costa/Ana Abbott, Letícia Calvosa, Adilson Azevedo, Anderson Müller, Gustavo Machado, Joelson Medeiros, Iuri Saraiva, Fernando Vitor/Giovani Tozi, Alef Barros e Julia Terron
Cenografia original: Marisa Bentivegna
Figurinos: Marichilene Artisevskis
Iluminação original: Wagner Freire
Trilha sonora: Daniel Maia
Direção de imagem e videomapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo)
Ilustrador: Luciano Feijão
Direção de produção: Virginia Cavendish
Produção executiva: Lilian Damasceno e Felipe Calixto
Assistência de direção: Anna Zêpa
Assistência de produção: Nayara Rocha
Camareira: Angela de Lima
Técnico de luz e projeção: Júnior Docini
Técnico de som: Anderson Franco
Maquinista: Sidnei Viana
Interpretação em libras: Luccas Araújo e Juliana Sena
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Redes sociais: Jessica Fioramonte
Direção de arte gráfica: Papilio D&C
Fotografia: Priscila Prade, Lígia Jardim e Luiz Aureo
Apoio administrativo e prestação de contas: LDCultural
Coordenação de projeto: Casa Forte SP Produções Artísticas
Assessoria jurídica: Martha Macruz
Assessoria contábil: Eliane Azevedo Contabilidade
Idealização: Virginia Cavendish
Realização: SESI-SP
Serviço
Teatro Paulo Eiró
Endereço: Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro, São Paulo
Telefone: (11) 5546-0449
Temporada: de 11 de outubro à 03 de novembro de 2024 (Exceto 27 de outubro)
Sessões: Quinta à sábado* às 21h e Domingo às 19h *sessões com interpretação em libras aos sábados
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada)
Venda online: bilheteriaexpress.com.br (sujeita à taxa de serviço)
Venda presencial: Pontos de Venda da Bilheteria Express ou na Bilheteria dos Teatros 2 horas antes do início do espetáculo.
Duração: 100 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos