Inspirada no livro homônimo de Ana Maria Machado, a adaptação tem direção de Bete Dorgam e traz no elenco Angela Ribeiro / Katia Naiane, Bruna Aragão, Fernanda Assef, Sidney Santiago / Diego Garcias e Alexandre Mello (música ao vivo)
Créditos: Marcello Vitorino |
Encenado pela primeira vez em 2018, no Centro Cultural São Paulo, o espetáculo infantil Era Uma Vez um Tirano, do Grupo Prole de Teatro, volta agora, 60 anos depois do golpe de 64, para nova temporada no mesmo espaço. Serão 8 apresentações gratuitas seguidas de debate com elenco, de 10 a 25 de agosto aos sábados e domingos, às 15h.
A direção é de Bete Dorgam, e a montagem traz no elenco Angela Ribeiro / Katia Naiane, Bruna Aragão, Fernanda Assef, Sidney Santiago / Diego Garcias e música ao vivo realizada por Alexandre Mello.
A peça conta a história de três crianças que criativamente conseguem acabar com a tirania que muda a vida dos habitantes e atrapalha a liberdade das pessoas, uma reflexão lúdica sobre política e cidadania. Utilizando da imaginação da plateia e da brincadeira proposta pelos atores, os personagens vão sendo criados em cena com a trilha sonora ao vivo do compositor Alexandre Mello e a iluminação de Felipe Tchaça, que dão o tom dessa grande brincadeira entre artista e plateia.
“Quando estávamos ensaiando a peça, a prefeitura de São Paulo pintou a cidade de cinza, apagando várias obras importantes da arte de rua da cidade. A peça parecia mais atual do que nunca. Mal podíamos imaginar o que estava por vir! Estreamos no período das eleições de 2018 e fazer a peça foi se tornando cada vez mais importante pela necessidade latente de discutirmos os efeitos já vividos pela autora na ditadura e a importância de coletivamente construirmos a democracia. Apresentamos ao longo de todos os últimos seis anos, inclusive no isolamento da pandemia, quando criamos a versão online da peça. Está sendo lindo retomar o projeto neste novo momento político e no mesmo espaço em que a saudosa Lizette Negreiros nos ajudou a estrear. Estamos muito emocionados!”, conta Fernanda Assef, produtora do projeto.
A peça adaptou para o palco o livro homônimo de Ana Maria Machado e foi indicada naquele ano ao Prêmio São Paulo, na categoria de melhor adaptação. O projeto do Grupo Prole contemplado pela 18ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro da Secretaria da Cultura.
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O livro de Ana Maria Machado foi publicado em 1982, durante a reabertura política nos últimos anos da ditadura militar no Brasil, pela editora Salamandra e fez tanto sucesso que ganhou até uma leitura dramática em 2002, na Alemanha, pela Berliner Ensemble, companhia do dramaturgo Bertolt Brecht. A montagem brasileira é o primeiro trabalho do Grupo Prole para o público infantil.
“As proibições do Tirano, lembradas no livro, estavam na memória recente de todos. E não vigoravam apenas no Brasil, mas em vários outros países vizinhos. Minha proposta para vencer a situação era simbólica, naturalmente. Mas tinha a ver com o caminho em que eu acreditava: uma festa feita com a união de toda a nação, nas suas diferentes etnias e gerações, com os recursos da memória e da criatividade artística, e com a pureza e coragem das crianças”, relata a autora Ana Maria Machado em texto publicado na segunda edição do livro.
Ao encenar este texto, o Grupo Prole propõe refletir junto ao público sobre assuntos que tanto preocupam e permeiam discussões contemporâneas - democracia, acesso à arte, direitos do cidadão, liberdade de expressão, a importância do diálogo entre pessoas que têm ideias diferentes, entre outras. Para contar esta história de assuntos tão adultos e que se refere a um período político da nossa história tão complexo, a encenação joga com a imaginação das crianças e da brincadeira de atores que vão criando personagens e cenários.
Neste jogo o elenco se coloca ludicamente diante não apenas dos efeitos da tirania, mas também diante do desejo de ser o tirano. “Isso nos leva a pensar também sobre as pequenas tiranias e radicalismos que cometemos. E como somos individualmente responsáveis por, em nossas ações sociais, cuidar do espaço público e dos direitos democráticos. Não através do ódio, mas do diálogo e do respeito ao direito de pensar e ser diferente.”, explica a produtora Fernanda Assef.
Ficha Técnica:
Grupo Prole de Teatro apresenta:
Era uma vez um Tirano...
de Ana Maria Machado
Direção
Bete Dorgam
Adaptação do texto
Grupo Prole
Elenco
Angela Ribeiro, Bruna Aragão, Fernanda Assef e Sidney Santiago
Stand in: Katia Naiane e Diego Garcias
Música ao vivo e Direção Musical
Alexandre Mello
Cenário e figurino
Grupo Prole
Iluminação
Felipe Tchaça
Técnico de som e músico stand in
Danilo Pinheiro
Assistência de direção
Katia Naiane
Sinopse
As pessoas viviam felizes no seu país. Cantavam, trabalhavam, conversavam, discutiam e tinham ideias. Até que apareceu um certo tirano, que resolveu mudar tudo e atrapalhar a liberdade dessas pessoas. Reclamou das cores e até das estrelas. Se não fossem aquelas crianças…
Serviço
APRESENTAÇÕES
Era Uma Vez Um Tirano, do Grupo Prole
Ingressos: grátis, distribuídos uma hora antes de cada sessão
Classificação: LIVRE
Duração: 45 minutos
*cada apresentação será seguida de debate com a equipe artística
Centro Cultural São Paulo - Sala Ademar Guerra
Quando: 10 a 25 de agosto, sábados e domingos, às 15h
e sextas-feiras,16 às 15h, e 23 de agosto, às 11h e às 15h.
Endereço: Rua Vergueiro, 1000, Liberdade
*escolas interessadas em reservar ingressos entrar em contato com a produção grupo.prole@gmail.com/11 99425-2372
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OFICINAS
Explorando a Arte dos Jogos Teatrais: Oficinas de Empatia e Trabalho em Grupo para Crianças e Adultos
Ingressos: grátis. inscrições pelo email grupo.prole@gmail.com. Enviar nome e idades dos participantes e colocar no título do email “OFICINA JOGOS TEATRAIS - local e data”
Classificação: Livre
Duração: 60 minutos
Centro Cultural São Paulo
Quando: 16 de agosto, sábado, às 17h30
Endereço: Rua Vergueiro, 1000, Liberdade
ON-LINE
Era Uma Vez Um Tirano, do Grupo Prole
de 15 de maio a 15 de agosto
Duração: 40 minutos