Erlon Chaves se apresentando no FIC em 1970 |
O paulista Erlon Chaves foi pianista, maestro, arranjador e jurado de TV muito conhecido no final da década de 60 e início da década de 70. Mas ele começou a carreira foi como cantor, na Rádio Difusora de São Paulo, no início da década de 40, ainda criança. É dessa época também sua participação como ator no filme “Quase no Céu”.
Ele também estudou canto e harmonia, além do piano, e fez uma carreira televisiva das mais interessantes, começando por se apresentar como maestro em programas da TV Excelsior de São Paulo e depois passando pelas TVs Tupi e Rio.
Foi na TV Rio, canal 13 para os cariocas, que ele se tornou diretor musical da emissora, em 1966, e ali ajudou a realizar o FIC – Festival Internacional da Canção, um dos grandes eventos musicais da época.
Erlon Chaves acompanhando Wilson Simonal em programa de TV |
Aliada a sua participação constante nos musicais da televisão no final da década de 1960, Erlon Chaves compôs temas para novelas como “O Sheik de Agadir” e “O Preço de uma Vida” e para o filme “Procura-se uma Virgem”.
Ele também compôs a música de abertura do Festival Internacional da Canção e foi, convidado por Flávio Cavalcanti, compor o júri do seu programa na TV. Ali conheceu a ex-Miss Brasil Vera Fischer com quem manteve um romance nos anos 70, antes dela se tornar estrela das nossas pornochanchadas, e rapidamente se transformou em uma das personalidades que compunham a banca de jurados do programa de Cavalcanti.
Erlon como jurado do Programa Flávio Cavalcanti |
Erlon também ficou conhecido por ter criado o grupo Banda Veneno e por ter protagonizado, com esse grupo, em 1970, durante a apresentação da música “Eu também quero mocotó”, uma composição de Jorge Ben, no FIC, uma cena censurada pela ditadura militar por ser considerada de assédio moral: Erlon, bem moreno de cor, era beijado durante a apresentação da música por bailarinas loiras.
Erlon Chaves em 1972 em entrevista sobre o FIC |
Polêmico e de temperamento forte, Erlon era muito amigo do cantor Wilson Simonal e morreu justamente a caminho de visitar o conhecido cantor na cadeia, quando Simonal sofreu a acusação de ter sequestrado o seu próprio contador. Ele teve um infarto fulminante, aos 40 anos, após discutir com um homem na rua.