Colunistas - Rodolfo Bonventti

Era Uma Vez: Janete Clair voltava ao horário nobre com racismo, mediunidade e morte

11 de Fevereiro de 2014
O Homem que Deve Morrer - Anúncio da novela 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em junho de 1971, a novelista Janete Clair tentou apagar os seus irmãos Coragem da cabeça dos telespectadores, trazendo para o horário nobre da Globo uma história que abordava temas fortes e controversos como racismo, mediunidade, reencarnação, ódio e a morte como a solução para todos os problemas. Não teve a mesma sorte que sua concorrente, Ivani Ribeiro, mas deixou mais uma vez sua marca no horário das 20h. Sim, naquela época, a novela do horário mais nobre começava às oito da noite.

O Homem que Deve Morrer - Cartaz com Dina,Cavalcanti, Glória, Tarcísio e Jardel 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi assim que a Globo estreava “O Homem Que Deve Morrer”, um título não muito simpático em termos de dramaturgia, mas que se arrastou por mais de 250 capítulos e teve como saldo positivo um dos melhores trabalhos do saudoso ator Jardel Filho na televisão, vivendo o vilão Otto Muller, dono de uma companhia de mineração, extremamente racista e um digno descendente de Hitler.

O Homem que Deve Morrer - Cartaz com Jardel Filho e Tarcísio Meira

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O homem que segundo o título da novela de Janete devia morrer era o personagem Ciro Valdez, um médico interpretado por Tarcísio Meira, em um trabalho bem inferior ao seu brilhante João Coragem, e que tinha uma certa mediunidade. A estrela da novela era Gloria Menezes, que também como Esther, a ex-mulher do vilão Otto que se apaixona pelo novo médico da cidade, Ciro, teve um trabalho bem menor em relação ao seu grande desempenho na novela anterior de Janete.

O Homem que Deve Morrer - Tarcísio Meira e Glória Menezes 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como o horário das 20h estava consolidado com o sucesso de “Irmãos Coragem”, a nova obra de Janete Clair registrou índices muito bons de audiência, mas a novela não “pegou” na memória dos telespectadores e até hoje é uma das menos citadas entre aquelas que mais impactaram no público. Talvez por uma sina, é também uma das poucas novelas dos anos 70 da emissora carioca que não teve sequer um capítulo inteiro preservado, já que segundo a TV Globo, as fitas originais sucumbiram no incêndio da emissora em 1976.

O Homem que Deve Morrer - Jardel Filho e Glória Menezes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No grande elenco da novela os destaques ficaram para Jardel Filho com o seu odiado Otto Muller, e para a também saudosa Dina Sfat que viveu Vanda Vidal, uma mulher que vivia com um atirador de facas, interpretado pelo seu marido na vida real, o ator Paulo José, mas que sonhava em ser uma grande atriz.

Na próxima semana: O dia em que Paulo Sérgio e Wanderley Cardoso deram uma “surra” em Roberto Carlos.

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