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Inadimplência recua no Estado de São Paulo, representando 23,5%

13 de Dezembro de 2023

Pesquisa revela que 67,5% dos lares paulistanos estão endividados

Cerca de 26,4 mil famílias paulistanas quitaram as dívidas entre outubro e novembro, saindo da lista de inadimplência, totalizando 23,5%, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

O endividamento apresentou uma pequena queda, chegando a 67,5%. Já o número de lares que não têm condições de pagar as dívidas em atraso desde agosto permanece estável, sendo 10,7% do total. Para o especialista Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios: “A instabilidade econômica do país é o agente dificultador de um padrão de vida financeira saudável para o cidadão comum. Apesar da queda, o número continua alto, alertando a necessidade da educação financeira ser mais incentivada entre os brasileiros”.

O levantamento aponta que cerca de 31,7% das receitas domésticas estavam direcionadas ao pagamento de dívidas em novembro, o maior registrado pela série histórica da FecomercioSP, iniciada em 2010. O número significa que os consumidores têm comprometido por mais tempo a renda mensal com valores mais elevados nas parcelas.

O cartão de crédito segue sendo o principal motivo das dívidas  em São Paulo, totalizando 84,4%, seguido dos carnês (15,5%) e financiamentos de imóveis (13,4%). “As famílias vêm utilizando a modalidade para compras do dia a dia e a capacidade de parcelamento levou-as a acreditar que ao dividir uma compra a dívida fica menor, quando na realidade, as pessoas estão apenas  antecipando as dívidas do próximo mês, comprometendo o orçamento familiar”, explica o especialista.

Apesar da inadimplência, os paulistanos estão aumentando seu consumo. Em novembro, o Índice de Intenção de  Consumo (ICF) apontou uma alta de 0,7%, chegando aos 113,2 pontos, maior patamar desde maio de 2014. No comparativo anual, o indicador avançou 22,3%.

Diante do cenário, o especialista ressalta a necessidade de se planejar financeiramente para não entrar no vermelho. “Mapeie sua renda total, separe as despesas fixas e variáveis, organize as dívidas e pagamentos. A consciência de gastos e o planejamento para realização de grandes projetos beneficia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao seu redor”, conclui Lamounier.

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