Com direção de Stella Maria Rodrigues, o monólogo com Bia de Queiroz reestreou no dia 7 de julho no Porão do Laura Alvim, em Ipanema. Em cena, com pitadas de humor e emoção, uma jovem atriz relata as dificuldades de se destacar na carreira. Bia também é a autora da peça
Créditos: Caiano Midam |
Sucesso de bilheteria, após recente temporada de três meses com a lotação esgotada, a comédia “Insucessos de uma vida quase adulta”, com a atriz Bia de Queiroz, está de volta aos palcos cariocas. Sob a direção de Stella Maria Rodrigues, o monólogo reestreia no dia 7 de julho, no Espaço Rogério Cardoso, na Casa de Cultura Laura Alvim (o Porão do Laura Alvim), em Ipanema, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro. A peça, que é uma mistura de situações reais e fictícias, conta a história da personagem Elena Ribeiro, uma jovem atriz de 25 anos, que não consegue se entender bem como adulta. Ela quer dar certo como atriz, mas se sente fracassada por não passar em nenhum teste e não conseguir nenhum trabalho com relevância como atriz. A trama faz Stella lembrar de fases difíceis que passou em sua carreira. “Eu não conhecia a Bia. Nosso encontro foi e tem sido muito especial. Eu tenho 57 anos; ela, 25. Já passei por tantos momentos na vida em que pensei em desistir... assim como Elena. Foi um processo (dirigir a peça) suave, divertido, emocionante. Acho que tudo isso reflete no espetáculo”, diz a renomada Stella. De autoria da própria atriz Bia, a montagem ficará em cartaz de sexta-feira a sábado, às 19h, e aos domingos, às 18h, apenas até o dia 23 de julho.
Segundo a atriz e autora Bia, o texto nasceu de suas próprias angústias. “Eu me sentia muito fracassada porque eu via as pessoas no Instagram sendo felizes e conseguindo trabalhos e eu comecei a me comparar com elas. Então decidi parar e escrever minha própria história e começar a dirigir o meu próprio ‘carro’ porque eu sabia que ninguém ia abrir as portas pra mim. A peça é uma autoficção. Nada é totalmente verdade nem totalmente mentira. Eu misturei minhas próprias vivências e fui adaptando de acordo com a trajetória da personagem na peça”, explica Bia, de 26 anos, que é de Campos dos Goytacazes.
Essa é a primeira peça profissional de Bia – e sua estreia em monólogo - após se formar no curso profissionalizante da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), em 2018, e Stella é só elogios para ela. “É uma atriz cheia de recursos. É linda, é jovem, tem um tempo de comédia muito particular. Ela é autora e produtora aos 26 anos. Isso é muito importante”, avalia a diretora, que tem na bagagem inúmeros sucessos na TV, no cinema e no teatro, em seus 33 anos de trajetória. Recentemente, ela esteve no ar na novela “Cara e coragem”, da TV Globo. Entre os espetáculos de sucesso em que atuou: “Alzira Power”, “O Abre Alas - 150 anos de Chiquinha Gonzaga”; “Cole Porter, ele nunca disse que me amava”; “Emilinha” e muito mais. No cinema, destaque para o filme “Minha mãe é uma peça 3”, do saudoso Paulo Gustavo.
O ponto de partida da trama acontece num teste para uma série, em que Elena chega atrasada e toda molhada de chuva. A diretora, que a aguardava, pede para ela contar alguma coisa de sua vida. A partir daí Elena revela os fracassos/insucessos mais marcantes dos 19 aos 25 anos. Em tempo: embora a peça aborde temas dessa transição tão confusa e intensa, chamada adolescência, não é destinada ao público teen e, sim, ao público em geral, a partir dos 12 anos, como Bia faz questão de frisar:
“As pessoas se identificam muito. E pessoas de todas as idades. Eu percebo que elas se sentem acolhidas, tipo ‘não sou o único que me sinto fracassado’. Rola uma identificação com o universo quase adulto de Elena e uma admiração também pela coragem dela em revelar e escancarar seus insucessos numa sociedade onde só o que fazemos é fingir que estamos bem o tempo todo”.
O espetáculo ainda conta com as participações especialíssimas, com vozes em off, de Cininha de Paula, Heloísa Périssé, Renata Ghelli, Marya Bravo, Gottsha, Kakau Gomes, Claudia Ricart e Jou Luis Fernando. E na ficha técnica, a iluminação fica a cargo de Paulo César Medeiros, com quase 40 anos de carreira e com mais de mil projetos de iluminação realizados. Destaca-se a partir dos anos 80, como parceiro constante dos diretores Bibi Ferreira, Márcio Vianna, Gilberto Gawronski, Charles Möeller e Cláudio Botelho, Amir Haddad, João Fonseca, João Falcão, Flavio Marinho, Miguel Falabella, Rodrigo Portella, entre tantos outros.
Créditos: Caiano Midam |
Sobre Bia de Queiroz
Começou a fazer teatro com 14 anos, na Cia de Arte Persona, em Campos. Com 17, fez parte do grupo americano de teatro em Telluride: Young People's Theater, dirigido por Jennifer Julia. Com 19 anos começou o Curso Profissionalizante de Teatro na CAL e formou-se em 2018. Trabalhou em “Yerma”, dirigido por Antônio Gilberto; e em 2019, protagonizou um texto inédito infanto-juvenil, de Renata Mizrahi, o “Vira vira volta”, dirigido por Marcos França. E também em 2019, começou a escrever “Insucessos de uma vida quase adulta”. Em 2021, voltou para CAL, para o Bacharelado em Artes Cênicas, concluído em 2022, com a apresentação da peça “Despertar”, dirigida por César Augusto. E em seguida começou a ensaiar o seu monólogo “Insucessos de uma vida quase adulta”, que estreou em março de 2023, no Teatro Cândido Mendes, celeiro de novos talentos nas décadas de 80 e 90. A peça ficaria apenas um mês em cartaz, mas, devido ao sucesso de bilheteria, teve a temporada prorrogada duas vezes, e ficou três meses no teatro.
SERVIÇO:
‘Insucessos de uma vida quase adulta’ – Reestreia dia 7 de julho
Texto: Bia de Queiroz. Direção: Stella Maria Rodrigues. Elenco: Bia de Queiroz. Gênero: comédia. Sinopse: A atriz fictícia Elena Ribeiro, uma jovem de 25 anos, não consegue se entender bem como adulta. Ela quer dar certo como atriz, mas se sente fracassada por não passar em nenhum teste e não conseguir nenhum trabalho com relevância como atriz. Um dia, ela chega atrasada e molhada de chuva num teste e a diretora pede para ela contar alguma coisa de sua vida e aí ela resolve revelar os fracassos/insucessos mais marcantes dos 19 aos 25 anos.
Espaço Rogério Cardoso na Casa de Cultura Laura Alvim (Porão do Laura Alvim) - Avenida Vieira Souto 176, Ipanema.
Sexta-feira e sábado, às 19h. E domingo, às 18h.
Entrada: R$ 50 (inteira) e R$ $25 (meia).
Duração: 50 minutos.
Classificação: 12 anos.
Temporada até o dia 23 de julho.
Créditos: Caiano Midam |
FICHA TÉCNICA
Texto e atuação: Bia de Queiroz
Direção Stella Maria Rodrigues
Produção e Assistência de Direção: Bruna Pontara
Produção: Valéria Macedo
Iluminação: Paulo César Medeiros
Direção criativa e marketing digital: Marina Moraes
Cenário: Mina Quental
Figurino: Patrícia Muniz
Assessoria de imprensa: Valéria Souza
Operação de som: Hecktor Colombo
Operação de Luz: Thaisa Santoth e Cecília Imbelloni
Contrarregragem: Isabelle Medeiros e Hecktor Colombo