Cultura - Teatro

Trilogia Grande Sertão: Veredas

21 de Junho de 2023

“Trilogia Grande Sertão: Veredas” um recorte da obra de João Guimarães Rosa para o teatro e indicado ao Prêmio Shell Rio 2023, em duas categorias: Melhor Dramaturgia e Melhor Ator prorroga temporada na cidade de São Paulo

A partir do dia 28 de junho o ator Gilson de Barros fará no Teatro Eva Herz as duas primeiras partes da Trilogia Grande Sertão Veredas. Às quartas acontecerá a parte 01 – Riobaldo e às quintas a parte 02 – O Diabo na Rua no Meio do Redemunho. Ambas as montagens tem direção do premiado Amir Haddad.

“Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa (1908- 1967), é considerado a obra-prima do escritor mineiro e um dos maiores nomes da nossa literatura. O livro já virou filme e série de TV.

O livro Grande Sertão: Veredas, publicado em 1956, revolucionou a literatura brasileira. Partindo da observação da linguagem popular, o escritor retratou com absoluta inventividade o sertão mineiro. Rosa dispôs da riqueza e ousadia da língua para se aprofundar reflexivamente sobre a alma humana, atribuindo ao sertão uma dimensão universal, discutindo aspectos metafísicos do homem em toda sua ambiguidade.

A “Trilogia Grande Sertão: Veredas” estreou com Riobaldo em março de 2020, no Espaço Cultural Sérgio Porto. Uma semana depois, teve a temporada cancelada em decorrência da pandemia. Manteve sua interlocução com o público por meio de lives entre ator e diretor, e foi pioneira nas apresentações virtuais.

Voltou ao cartaz em 2021, fazendo temporadas presenciais, primeiro na Casa de Cultura Laura, em Ipanema, depois na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca e no Teatro Gláucio Gil, em Copacabana.

Em 2022 inicia turnê pelo país. A primeira parada foi São Paulo, numa vitoriosa temporada no Teatro Sérgio Cardoso. Depois, Belo Horizonte, no Palácio das Artes e nas cidades mineiras que integram o Circuito Guimarães Rosa - Cordisburgo, Morro da Garça, Curvelo e Três Marias (Andrequicé). Também percorreu os bairros da cidade de São Paulo, intergrando o Circuito Cultural São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura, e dezoito (18) cidades do interior do estado de São Paulo, no Circuito Cultural SP, da Secretaria  Estadual de Cultura. Fechou o ano em Brasília, no SESI DF.  Em junho de 2024,o espetáculo irá para Portugual, França e Alemanha.

Em abril de 2023, a parte 02, O Diabo na Rua no Meio do Redemunho estreou no Rio de Janeiro e em maio na cidade São Paulo. O espetáculo já passou por Campinas e outras cidades do interior paulista.

SINOPSE - RIOBALDO:

Personagem central do romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, o ex-jagunço Riobaldo relembra seus três grandes amores: Diadorim, Nhorinhá e Otacília. O incompreendido amor por Diadorim, o amigo que lhe apresentou a vida de jagunço e lhe abriu as portas do conhecimento da natureza e do humano, levando-o ao pacto fáustico; o amor carnal e sem julgamentos pela prostituta Nhorinhá; e o amor purificador por Otacília, a esposa, que o resgatou do pacto fáustico e o converteu num ‘homem de bem’.

SINOPSE – O DIABO NA RUA NO MEIO DO REDEMUNHO:

Riobaldo, um ex-jagunço, hoje um velho fazendeiro, conversa com um interlocutor (o público). Nesse encontro, cheio de filosofia, ele conta passagens sua vida e reflete sobre a dialética: bem e mal.  Na juventude, por amor a Diadorim, e para conseguir coragem e força, fez o que julga ser um pacto Fáustico. Durante a narrativa, o personagem se vale de várias histórias populares, para questionar: “o diabo existe?”.

Guimarães Rosa pelo olhar de Amir Haddad e Gilson de Barros

Amir Haddad - @amirhaddadreal

Li as duas primeiras páginas do ‘Grande Sertão’ várias vezes até perceber que aquela ‘língua’ tinha tudo a ver comigo. O resto da narrativa devorei em segundos, segundo minhas sensações. Aprendi a ler, aprendi a língua, lendo este romance portentoso no original. Entendi! Não era uma tradução, era um livro brasileiro, escrito na ‘língua’ brasileira.

Até hoje me orgulho de ser conterrâneo e contemporâneo de Guimarães Rosa. E tenho certeza de que qualquer leitor estrangeiro que ler o livro traduzido jamais lerá o que eu li. Assim como jamais saberei o que lê um inglês quando lê Shakespeare. Os realmente grandes são intraduzíveis.

Gilson de Barros - @gilsondebarrosator

Há alguns anos venho estudando a obra de Guimarães Rosa, com ênfase no livro Grande Sertão: Veredas. Interpretar Riobaldo tem sido meu trabalho e minha dedicação. A cada releitura do livro, cada temporada da peça, a cada curso que participo, vou aumentando a compreensão da obra.

O objetivo é traduzir a prosa Roseana para a linguagem do teatro. Pretensioso, eu sei. Mas, não imagino outra forma de enfrentar essa obra-prima, repleta de brasilidade. Por fim, registro a honra de estar no palco com o suporte de João Guimarães Rosa, Amir Haddad, Aurélio de Simoni e todos os colegas envolvidos nessa montagem. Evoé!

FICHA TÉCNICA:

A partir do livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa

Recorte e atuação: Gilson de Barros

Direção: Amir Haddad

Cenário e figurinos: Karlla de Luca

Iluminação: Aurélio de Simoni

Programação visual: Guilherme Rocha e Mikey Vieira

Fotos e vídeos: Renato Mangolin

Operador de luz: Jackson Oliveira

Produção local e assessoria de imprensa: Fabio Camara

Realização: Barros Produções Artísticas Ltda.

SERVIÇO - RIOBALDO:

LOCAL: Teatro Eva Herz, Avenida Paulista, 2073 - (Conjunto Nacional - 2º Piso) - Bela Vista. 168 lugares.

DATA: 28/06 até 26/07 (Quarta 20h).

INGRESSOS: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia)

INFORMAÇÕES: 11 3070 4059

VENDAS PELA INTERNET: https://bileto.sympla.com.br/event/82195

DURAÇÃO: 70 minutos

CLASSIFICAÇÃO: 16 anos

SERVIÇO – O DIABO NA RUA NO MEIO DO REDEMUNHO:

LOCAL: Teatro Eva Herz, Avenida Paulista, 2073 - (Conjunto Nacional - 2º Piso) - Bela Vista. 168 lugares.

DATA: 29/06 até 27/07 (Quinta 20h).

INGRESSOS: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia)

INFORMAÇÕES: 11 3070 4059

VENDAS PELA INTERNET: https://bileto.sympla.com.br/event/83928

DURAÇÃO: 70 minutos

CLASSIFICAÇÃO: 16 anos

CVs:

Amir Haddad (diretor)

Com José Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, criou em 1958 o Teatro Oficina, ainda em atividade com o nome de Uzyna Uzona. Nesse grupo, Amir dirigiu Cândida, de George Bernard Shaw; atuou em A Ponte, de Carlos Queiroz Telles, e em Vento Forte para Papagaio Subir (1958), de José Celso Martinez Corrêa. Em 1959, dirigiu A Incubadeira e ganhou o prêmio de melhor direção.

Deixou o Oficina em 1960. Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro para assumir a direção do Teatro da Universidade Católica do Rio. Fundou, em 1980, os grupos A Comunidade (vencedor do Prêmio Molière pelo espetáculo A Construção) e o grupo Tá na Rua. Paralelamente, Amir também realizou projetos como O Mercador de Veneza, de Shakespeare (com Maria Padilha e Pedro Paulo Rangel), e shows de Ney Matogrosso e Beto Guedes.

Ainda hoje, com o microfone na mão, Amir coordena sua trupe de atores pelas ruas e praças o Grupo Tá Na Rua. Tem dirigido e/ou supervisionado peças com grandes nomes da cena, como Clarice Niskier, Andrea Beltrão, Pedro Cardoso, Maitê Proença, entre outros.

Gilson de Barros (ator e dramaturgo)

Indicado ao Prêmio Shell 2023, em duas categorias: Melhor dramaturgia e Melhor ator.

Operário do teatro. Ator, gestor e  dramaturgo. Estudou na UNIRIO, Bacharelado em Artes Cênicas. Trabalhou com diretores expoentes, como Augusto Boal, Luiz Mendonça, Mário de Oliveira, Domingos Oliveira e o próprio Amir Haddad com o qual estabeleceu parceria artística em Riobaldo.

Participou como ator de mais de 25 peças. Algumas: Bolo de Carne, de Pedro Emanuel e direção de Yuri Cruschevsk; Murro em Ponta de Faca, texto e direção de Augusto Boal; Ópera Turandot, com direção de Amir Haddad; Os Melhores Anos de Nossas Vidas, texto e direção de Domingos de Oliveira; Da Lapinha ao Pastoril, texto e direção de Luís Mendonça; A Tempestade, de Shakspeare, direção de Paulo Reis e O Boca do Inferno, texto de Adailton Medeiros e direção de Licurgo. Ganhou ainda o prêmio de Melhor Ator no Festival Inter-regional de Teatro do Rio – 1982 e prêmio de Melhor Ator do Festival de Teatro – SATED/RJ – 1980.

Trecho da crítica de Furio Lonza

“...Riobaldo é teatro na veia, um Guimarães pocket, algo de novo na dramaturgia nacional; sem adereços, sem cenografia e sem figurinos, mas com uma luz abrasiva pilotada pelo experiente Aurélio de Simoni. Em cena, Gilson de Barros administra o tempo e o espaço como se fosse um demiurgo regendo o sol do sertão, uma espécie de deus onisciente que acompanha com ternura passo a passo as andanças de suas criaturas lá embaixo, nas veredas de um mundo lancinante e despreparado para conceber uma lógica formal do cotidiano...”

Cenas da apresentação de “Riobaldo” no Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo, realizada durante o Carnaval, por Ronaldo Alves.

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